Antiga Galeria Nacional - O Templo da Arte





   A Alte Nationalgalerie (Antiga Galeria Nacional) foi criada em 1861 com o nome de Wagenersche und Nationalgalerie (Galeria Nacional Wagener), a partir da doação de um acervo de 262 obras de arte pertencentes ao banqueiro Joachim H. W. Wagener. Inicialmente, o acervo  ocupou salas da Academia de Arte em Unter den Linden. Em 1876 a coleção foi transferida para o prédio na Ilha dos Museus, sua sede atual.
Johann Gottfried Schadow -
 Princesa Louise e princesa Frederica da Prússia (1795-1797)

 
A sede da Antiga Galeria Nacional foi construída entre os anos de 1867 e 1876, como o terceiro edifício da Ilha dos Museus, em Berlim, na Alemanha, e baseado no projeto de Friedrich August Stüler, que foi aluno de Karl Schinkel. Concebido para ter a aparência exterior de um templo da arte, possui interiores luxuosos e especialmente concebidos para exibir obras-primas da escultura e pintura do século XIX e do início do século XX. No centro da escadaria monumental do prédio há uma estátua de bronze do rei da Prússia Friedrich Wilhelm IV montado em um cavalo.
Edouard Manet - Jardim de Inverno (1879)
  O edifício foi severamente danificado durante a Segunda Guerra Mundial e parte do seu acervo se perdeu. Restaurado logo depois do término da guerra, foi reaberto parcialmente em 1949, e já estava de novo funcionando plenamente em 1955, expondo também peças de arte contemporânea. Como resultado da divisão da Alemanha no pós-guerra, a coleção também foi repartida. A maioria das peças principais permaneceu no lado oriental, sendo que a seção do século XIX foi exposta na Orangerie e depois na Galeria do Romantismo do Castelo de Charlottenburg*, só voltando à sua sede original no início da década de 1990. Depois da reunificação da Alemanha as obras modernas e contemporâneas foram transferidas para a Neue Nationalgalerie (Nova Galeria Nacional) e outros museus. Entre 1998 e 2001 a Antiga Galeria passou por nova restauração, como parte das obras de revitalização da Ilha dos Museus - que só terminarão em 2015.
Auguste Renoir - No Verão (1868)




Conhecendo a galeria

  Entrando no monumental edifício de estilo clássico, o visitante sobe a belíssima escadaria de mármore sobre um tapete vermelho que se estende para recebê-lo, e chega ao magnífico hall de entrada da galeria. No primeiro pavimento estão expostas esculturas de Johann Gottfried Schadow, Antonio Canova, Ridolfo Schadow, Berthel Thorvaldsen, Reinhold Begas e Constantin Meunier, entre outros, e pinturas de Franz Krüger, Caspar David Friedrich, Karl Friedrich Schinkel e de Adolph von Menzel, incluindo obras importantes como A sala da varanda e Moinho de Ferro, além de outras que retratam assuntos significativos da história da Prússia. Menzel dirigiu-se à dura realidade, presente no quadro Moinho de Ferro (foto): Ele ilustrou o trabalho duro na indústria do aço de forma impiedosamente realista, que era muito nova para a época.

  Menzel magistralmente capturou a atmosfera sombria do grande salão e a labuta dos homens iluminados pelo aço brilhante. Os homens à esquerda do quadro se lavam após o trabalho feito, enquanto à direita uma refeição é devorada rapidamente durante uma pausa.
Uma das obras mais populares do museu encontra-se exposta no primeiro pavimento. Trata-se da escultura de Johann Gottfried Schadow, Princesa Louise e princesa Frederica da Prússia (1795-1797). Essa grande obra neoclássica de Berlim retrata duas lindas princesas - Louise, mais tarde rainha da Prússia, e sua irmã mais nova Frederica. A escultura foi instalada na galeria pela primeira vez em 1945, saiu para Charlottenburg e depois voltou.

  O segundo pavimento é dedicado à pintura do Impressionismo, com obras-primas de Édouard Manet, Pierre-Auguste Renoir, Claude Monet, Edgard Degas e Paul Cézanne, e pinturas do século XIX de autores como Hans Thoma, Anselm Feuerbach, Arnold Böcklin, Hans von Marées, Wilhelm Leibl, uma extensa coleção de peças de Max Liebermann, e por fim as esculturas de Auguste Rodin, incluindo O Pensador. Embora a Galeria Nacional inicialmente apenas colecionasse arte alemã, essa restrição foi abolida em 1900 pelo ex-diretor Hugo von Tschudi, permitindo a entrada no museu de obras dos principais pintores franceses da época.
Max Beckmann - Small Death Scene 
(Pequena cena de morte) 1906
  Entre as pinturas dos mestres do Impressionismo, destacamos dois quadros, o Jardim de Inverno, de Manet, e No Verão, de Renoir. A pintura de Manet (foto ao lado) representa mais do que apenas o retrato de um casal que eram seus amigos. A composição psicologicamente perspicaz e inteligente retrata uma pausa momentânea na conversa. Ambas as figuras parecem profundamente absortas em seus próprios pensamentos. A mulher olha para o espaço, enquanto o homem se inclina sobre o encosto do banco do jardim em um contraste sugestivo para a roupa fina de classe média alta de ambas as figuras. No quadro de Renoir (foto acima), a bela jovem sonhadora era Lise Théhot, amante do pintor. Enquanto a figura é pintada no estilo de pintura do salão do século 19, a representação da vegetação no fundo aponta para o impressionismo.
Auguste Rodin - O Pensador
  O Pensador, de Rodin, é considerado como uma das mais conhecidas e mais importantes obras da escultura moderna. A figura muscular fica pensando em uma pedra áspera. O Pensador tem o ser humano como seu tema central, aquele que aproveita de seu próprio mundo intelectual sozinho, sem a segurança oferecida a ele pela religião, por exemplo. Assim, o monumento é uma celebração da liberdade espiritual, mas ao mesmo tempo é consciente da profunda solidão que essa liberdade pode levar a humanidade.


  O terceiro pavimento mostra a arte da época de Goethe, com paisagens de Jacob Philipp Hackert, retratos de Anton Graff e pintores do seu círculo, incluindo artistas alemães trabalhando em Roma, os chamados Nazarenos: Peter Cornelius, Friedrich Overbeck, Wilhelm Schadow e Philipp Veit. Também estão expostos os afrescos decorativos executados pela Casa Bartholdy de Roma, que constituem uma das mais belas séries da época. Duas salas expõem obras capitais do Romantismo, com pinturas de todas as fases de Caspar David Friedrich, uma coleção de obras de Carl Blechen, retratos de Joseph Anton Koch e Gottlieb Schick, paisagens de Joseph Anton Koch e Carl Rottmann, entre outras obras de arte. Entre as obras de Carl Blechen, destaca-se a pintura Desfiladeiro em Amalfi. A obra de Carl marca a transição entre o Romantismo e o Realismo. Ele pintou o desfiladeiro em Amalfi, após uma viagem através da Itália em que ele cruzou o Valle dei Molini. Além da paisagem espetacular, Blechen também estava interessado nos contrastes entre natureza e civilização, esta última representada pela fumaça esvoaçante na chaminé.
Carl Blechen - Desfiladeiro em Amalfi
  A Antiga Galeria Nacional faz parte do complexo de museus da Ilha dos Museus, em Berlim, abrigando uma das mais importantes coleções de arte do século XIX e início do XX, incluindo obras de Pierre Auguste Renoir, Edouard Manet, Auguste Rodin, Antonio Canova, Caspar David Friedrich, Karl Friedrich Schinkel e de Adolph von Menzel. Uma visita à Alte Nationalgalerie é fazer um passeio pelos movimentos artísticos do século XIX. São obras espalhadas pelos três andares do museu que representam o Neoclassicismo, o Romantismo, o Impressionismo, o Simbolismo, a Art Nouveau, a arte Bidermeier e o início do Modernismo. 



A escadaria de mármore leva ao magnífico hall de entrada da Antiga Galeria Nacional

A Alte Nationalgalerie abre todos os dias, com exceção de segunda-feira, das 10h00 às 18h00, sendo que nas quintas-feiras o museu fica aberto até as 20h00.


Karl Friedrich Schinkel - 
As margens do Spree perto de Stralau
Adolph von Menzel - Moinho de Ferro
Caspar David Friedrich - Paisagem marinha

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