Museu Bode






Pequeno retábulo de marfim representando a Crucificação - 
Constantinopla, século XI. Esse tipo de altar de pendurar 
foi utilizado para a devoção privada, inclusive em viagens
   Localizado na Ilha dos Museus, em Berlim, na Alemanha, o Bodemuseum (Museu Bode), que desponta no lado norte do rio Spree parecendo um navio a vapor, com sua proa arredondada e enorme cúpula, abriga a mais significante coleção sobre o desenvolvimento da escultura europeia, abriga o Museu de Arte Bizantina e a Coleção de Numismática. O edifício do museu foi construído por Ernest von Ihne entre os anos 1897 e 1904.
   O nome Museu Bode é uma homenagem ao primeiro curador, Wilhelm von Bode, em 1956. Foi o quarto museu a ser construído na Ilha dos Museus e originalmente chamava-se Kaiser Friedrich-Museum. Foi projetado em estilo barroco pelo arquiteto da corte Ernst Eberhard von Ihne. Wilhelm von Bode introduziu o conceito de “salas por estilo”, no qual numa mesma sala eram exibidos pinturas, esculturas, móveis e outros objetos de arte de um mesmo estilo artístico, algo incomum para a época, porque, até então, os diferentes tipos de obras de artes eram exibidas separadamente.
Mater Dolorosa, atribuída a Pedro Roldán - Espanha, cerca de 1670/75. 
Este busto da Virgem Maria chorando é quase chocante neste realismo. 
Sua pele é pálida, com os olhos cheios de tristeza e até mesmo lágrimas (de vidro) 
correm pelas faces da mãe de Cristo. Roldán realiza uma obra tipicamente barroca, 
atendendo a demanda por figuras de devoção na época, 
com a intenção de incentivar a emoção e a compaixão do espectador.
 Aqueles que oravam deviam ter a sensação de que a
 Virgem Maria estava em frente eles e podia ouvir as suas orações
   
No seu interior luxuosamente decorado, estão expostas obras excepcionais de escultura europeia desde o final da antiguidade até o Neoclasicismo. A coleção de esculturas mostra a arte da Cristandade Oriental (com ênfase na Igreja Ortodoxa Copta, do Egito), esculturas do Império Bizantino e de Ravena, da Idade Média, do Gótico italiano e do começo do Renascimento. Obras alemãs do final do Gótico estão representadas por Tilman Riemenschneider, pela Renascença do sul da Alemanha e pelo barroco prussiano até o século XVIII.
DONATELLO - Madona Pazzi, Florença, cerca de 1420. Donatello, o escultor mais importante do início do Renascimento italiano, concentra-se completamente sobre a relação da mãe com um filho, representando uma cena muito íntima para esse período. Ao mesmo tempo, o artista também procura enfatizar para o espectador que não é qualquer criança, mas o Filho de Deus a quem a Mãe dá a sua atenção. Além disso, este baixo-relevo atesta o excelente domínio da perspectiva por parte de Donatello
  
 O Museu Bode expõe também uma das maiores coleções de numismática do mundo, de moedas que remetem ao começo da Casa da Moeda, na Anatólia do século VII a.C. até moedas atuais. São mais de 750 mil itens. As coleções expostas são complementadas com algumas pinturas, dentro do referido conceito de “salas por estilo” introduzido por Bode. A Coleção de Arte Bizantina em exposição no Bodemuseum é a única deste tipo na Alemanha. Os objetos são originários principalmente da região do Mediterrâneo, incluindo Itália, Turquia, Grécia, Egito, Norte da África, Oriente Médio e Rússia. Dentre os objetos expostos encontram-se sarcófagos do fim da antiguidade e fragmentos de sarcófagos de Roma, esculturas do Império romano Oriental, mosaicos, inscrições, relevos em marfim, assim como objetos e utensílios, além de objetos religiosos da época pós-faraônica no Egito.

Michel Erhart ou Friedrich Schramm - Madona com o Manto Protetor, Ravensburg, cerca de 1480. Sob o manto da Mãe de Deus todos os níveis sociais da população são representados, pedindo a sua proteção. As figuras estão vestidos como no final do séculu XV.  A escultura no estilo gótico tardio é de uma igreja da cidade de Ravensburg, não muito longe do Lago de Constança. Até hoje não foi estabelecido quem foi o responsável por este trabalho

   O amplo hall de entrada do museu é uma reminiscência de um salão de festas de palácio ou de uma igreja barroca. No centro está uma estátua equestre do “Grande Eleitor” por Andreas Schlüter de 1700. No hall, além deste trabalho, se destacam também os medalhões de ouro nas paredes que fazem referência aos governantes da Prússia. A “Basílica” ao lado ainda exemplifica o conceito original do museu, onde o estilo de arquitetura foi concebido para corresponder às obras expostas.
   Do final dos anos 90 até 2005 o prédio do Museu Bode passou por novos trabalhos de restauração e em outubro de 2006 o museu foi completamente reaberto. Juntos, as instituições da Ilha dos Museus são, sem dúvida, “o mais importante complexo de museus do mundo”, como bem disse Neil McGregor, diretor do British Museum.
Anjo do túmulo de um santo - Colônia (Alemanha) Cerca de 1170. Peça originária de uma igreja de Colônia, cidade às margens do Reno que foi um dos centros da arte românica na Alemanha. Originalmente, o anjo pertencia a um grupo de figuras representando o milagre da ressurreição
de Cristo

IGNAZ GÜNTHER - São Miguel derrotando o Diabo, Bavária, cerca de 1755/60. O combate vitorioso do Arcanjo Miguel com o Diabo é um motivo típico da igreja Católica na Contra-Reforma, usado no contexto de uma conquista. Com um movimento ágil de São Miguel, o Diabo, com sua presunção de ser como Deus, foi amargamente punido. O escultor barroco bávaro Ignaz Günther presumivelmente executou o grupo para o púlpito de uma igreja















GIOVANNI BOLOGNA - Marte, Florença, 1580.
O deus clássico caminha para a frente da guerra, com passo forte e elegante. 
O escultor concebeu Marte com um estilo tipicamente maneirista
 e postura sofisticada. A figura, de aproximadamente 40 cm de altura,
 é um excelente exemplo dos pequenos bronzes, populares no século 16,
 que foram feitos para ser "bonitos por todos os lados". 
Giovanni Bologna foi escultor da corte dos Médices em Florença
Francesco di Valdambrino - A Virgen Maria na cena da Anunciação, 
Toscana, cerca de 1420. Reagindo a um anjo correspondente perdido, 
a Virgen Maria responde ao anúncio de que ela vai dar à luz o Filho de Deus.
 Sua expressão facial e os gestos lembram uma atriz no palco. 
Durante o século XV, na Itália, essas encenações foram muitas vezes criadas
 no meio de uma igreja para dar mais vida à história do cristianismo aos olhos dos cristãos
   



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