 |
A cidade de Hermópolis, capital de Siro, vista do mar
|
As Ilhas Cíclades, que significa "circular", é um
grupo de ilhas no sul do mar Egeu. O seu nome indica as ilhas que formam um
círculo à volta da ilha sagrada de Delos. A pequena ilha de Delos situa-se
aproximadamente no centro do grupo de ilhas que serviu como santuário de Apolo
na Antiguidade Clássica, e sendo considerada mesmo o berço desse deus, bem como
de Ártemis. Foi também a sede da Liga de Delos, que congregava os aliados de
Atenas contra Esparta, e onde primeiramente esteve guardado o tesouro da Liga.
Foi declarada patrimônio mundial da Humanidade pela Unesco em 1990.
 |
Teatro grego em Delos
|
Dizem que, em tempos remotos, Delos navegava livremente pelo
mar. A bela Leto, grávida de Zeus, quando vagava pelo mundo perseguida por
Hera, a ciumenta esposa do deus, refugiou-se nessa ilha que sulcava os mares e
encontrou um abrigo no monte Kynthos. Ali deu à luz os gêmeos Apolo e Ártemis.
Delos, ancorada por Poseidon no fundo do mar com colunas colossais, ficou
consagrada a Apolo, deus da Luz, dos Oráculos, da Poesia e da Música, guerreiro
temido, e Ártemis, a casta, grande caçadora, deusa da Natureza, dos Animais,
das Crianças e das Parturientes.
 |
Ruína de templos com os famosos leões
de estilo arcaico, um
dos quais se encontra
em Veneza
|
A menor das ilhas Cíclades (assim denominadas porque formam
um círculo) - e, ao mesmo tempo, a mais famosa e a mais sagrada - Delos, cujo
nome significa "Aquela que Aparece", era considerada ponto central
desse arquipélago, com as demais ilhas ao seu redor. A palavra grega para
círculo é Kyclos.
 |
Uma leoa de Delos,
na principal praça da ilha
|
Há mais de cinco milênios esse grupo de ilhas parcialmente
vulcânicas era o centro de uma cultura florescente, também chamada cicládica.
Sítios arqueológicos pertencentes à civilização minóica e, mais tarde, de
Micenas, foram escavados ali, especialmente nas ilhas de Melos e Tera. Delos
provavelmente sempre foi o foco religioso da região. Quando os jônios chegaram,
por volta de 1000 a .C.,
trouxeram com eles o culto de Leto e dos seus filhos. Hoje, coberta de ruínas e
devastada, Delos é famosa pelos leões arcaicos de mármore, oferenda dos
habitantes a Naxos. Possessão ateniense por volta de 500 a .C., viveu uma época de
prosperidade quando caiu nas mãos dos egípcios ptolomaicos, em 315, tendo a
decadência começado bem antes da nossa era. Juliano, o Apóstata, foi
provavelmente o último soberano a consultar o oráculo de Apolo no monte
Kynthos.
Mil anos depois, as ruínas nos santuários serviam apenas
como pedreira para venezianos e turcos. O monte Kynthos tem uma posição
avançada que descortina um panorama deslumbrante em todas as direções daquele
mundo aquático com suas ilhas. Compreende-se, assim, que Delos fosse
considerada um centro mágico. Gregos clássicos, helenistas e romanos,
bizantinos, venezianos e turcos - e sempre gregos - todas as influências moldaram
a vida nessas ilhas.
A ilha mais próxima da costa ática é Kea, também chamada de
Tzia por seus habitantes. Como as outras, tem muitos vestígios da antiguidade.
A capital, construída no flanco de uma colina distante do mar, de onde vinha o
perigo (invasores, piratas e caçadores de escravos), está protegida por um castelo
veneziano que data de 1210.
Quem navega de Delos para Tera deveria tocar em Tinos e
conhecer Paros, a ilha de mármore, e desembarcar em Naxos, que já foi chamada a
Rainha das Cíclades. Próximo de seu porto existe ainda o portão de mármore de
um templo muito antigo. Em terra pode-se admirar as vastas mansões venezianas
com seus escudos de armas e - naturalmente - o castelo veneziano com o leão
alado de São Marcos. Dizem que foi nesta ilha que Teseu abandonou a filha do
Rei Minos, Ariadne, que o tinha ajudado a matar o Minotauro, nos tempos que os
deuses ainda andavam na Terra.
Paros e Naxos são ilhas de mármore, de lousa cristalina e de
gnaisse. Tera, uma das mais meridionais do arquipélago das Cíclades, é um
vulcão. Certamente já era habitada em 2000 a .C., mas por volta de 1500 a .C. este vulcão
explodiu, levando a maior parte da ilha pelos ares. Especulou-se se esta
catástrofe não seria uma das razões do desaparecimento da civilização minóica
de Creta - e talvez a inspiração da lenda da Atlântida. Duas porções da antiga
ilha sobraram, ambas em forma de meia lua: Tera e Terásia. Em Perísia, perto da
capital de Tera, encontram-se ruínas que comprovam que Tera era um importante
centro religioso e militar também na época dos Ptolomeus. Vestígios de uma muralha
bizantina rodeiam santuários mais antigos, dedicados a várias divindades. Uma
colônia dórica recua até o século IX a.C.
Outras escavações desenterraram os restos de uma cidade
florescente, cobertos por uma camada de cinza e pedra-pomes de 15 metros de espessura.
Foi encontrada grande quantidade de vasos, pratos, banheiras, taças e jarros.
Mas as descobertas mais importantes são os afrescos coloridos que testemunham
ter sido Tera um centro artístico independente, tão importante quanto Creta ou
Micenas. Dos afrescos, hoje não mais franqueados aos turistas, destacam-se o
"Quarto com Mulheres" (com representações femininas de tamanho
natural), uma parede com um bando de macacos azuis escalando uma montanha,
antílopes e crianças lutadoras. A descoberta mais interessante mostra em estilo
de miniatura uma paisagem com dois rios, três cidades e uma frota de muitos
navios de guerra, que estão voltando, carregados com mulheres e crianças
escravas, butim de guerra. O friso tem seis metros de comprimento e certamente representa
um fato histórico, esquecido há muito tempo. Marinatos comentou: "Homero é
poesia de palavras. Isto é poesia em cores."
 |
Como em quase todas as ilhas gregas, no arquipélago
das
Cíclades as casas se apresentam caiadas de branco
|
Localizadas no mar Egeu, na Grécia, são 24 as ilhas que
perfazem o arquipélago das Cíclades. Mikonos é uma das mais conhecidas dos
turistas. Em Delos se encontrava o grande santuário do deus Apolo, um dos
deuses da mitologia que, ou nasceram, ou andaram pelas ilhas que são
consideradas o berço da mitologia grega.
 |
Delos, centro religioso da antiguidade
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário