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atualizado dia 28/04

Exposição “O Tempo e o Vento”



O Espaço Cultural do Banco Central no Rio de Janeiro apresenta, no período de 4 a 27 de maio de 2011, a e xposição “O Tempo e o Vento”, das artistas Christina Hermes, pinturas em acrílica sobre tela, e Margarida Barroso, esculturas.
 
O Tempo – Chronos, o mais velho dos deuses gregos, era o senhor do tempo. Era ele quem regia a vida e a morte dos homens e demais deuses. Obedientes a ele, todos os seres do planeta vivem, ainda hoje, sob suas determinações. O tempo é o grande regente do comportamento humano, do tempo de plantar e colher, de rir e chorar, de trabalhar e festejar.
 
As telas de Christina Hermes nos transmitem, de maneira colorida e feliz, a passagem das quatro estações do ano, regidas pela ação do tempo, que determina as mudanças e os comportamentos do dia-a-dia. Tempo de sol, tempo de chuva, tempo de trabalhar e de descansar. A característica básica de sua obra são os guarda-chuvas, que oferecem proteção e abrigo às mudanças ocasionadas pelas variações climáticas, regidas pela ação do tempo.
Christina Hermes participou, entre 1984 e 2010, de nove exposições individuais e de onze coletivas, no Brasil e no exterior. Já teve seu trabalho publicado em diversos anuários e catálogos sobre arte.
O Vento – Para os antigos gregos, quatro eram os ventos que percorriam a terra, provocando mudanças climáticas e comportamentos no cotidiano humano. Bóreas, o selvagem vento norte. Noto, o úmido e quente vento sul. Euro, o vento Leste. Zéfiro, o favorável vento oeste. Selvagens e respeitados eles agiam na natureza e brincavam com os quatro elementos. Em suas andanças moldavam sobre a superfície da terra verdadeiras obras de arte.
 
Em homenagem a esses escultores celestiais, Margarida Barroso, nos apresenta suas esculturas, que parecem seres diáfanos que dançam ao som de uma melodia suave e harmoniosa, embalados pela ação do vento. Sem forma definida, mas ao mesmo tempo forte e concreta, as esculturas parecem ter sido concebidas pelas mãos dos quatro ventos da natureza.
 
Margarida Barroso começou, em 1984, a trabalhar esculturas em argila, sob a orientação do escultor e professor Estevam Biandani. Desde então já participou de diversas exposições coletivas e individuais.



Serviço
   “O Tempo e o Vento”


Exposição:    4 a 27 de maio de 2011, das 9h às 16h30 (segunda a sexta-feira)
Vernissage:  3 de maio de 2011, a partir das 17 horas

Curadoria:     Vagner Aniceto
Realização:  Secre/Comun/Dieve/Suev2
Local:              Espaço Cultural do Banco Central do Brasil no Rio de Janeiro
                         Av. Presidente Vargas, 730 – Subsolo - Centro
Informações: (21) 2189-5327/5282/5469/5338 ou e-mail: eventosrj@bcb.gov.br





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CAIXA CULTURAL
apresenta

A luz e o cinema de Rogério Sganzerla

A obra do cineasta catarinense Rogério Sganzerla em cartaz na CAIXA Cultural
A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 26 de abril a 08 de maio, a mostra “A luz e o cinema de Rogério Sganzerla”, que exibirá os 24 filmes mais importantes do cineasta catarinense Rogério Sganzerla. O evento, com curadoria de Sinai Sganzerla, sua filha, apresenta ao público a produção de um diretor considerado representante do dito “Cinema Marginal” – rótulo que renegava Cinema Marginal define um período que vai do fim da década de 60 até o início da década de 80 que foi marcado por realizações extremamente autorais e contestadoras.
  A mostra reúne a parte mais expressiva da cinematografia produzida por um de nossos maiores criadores audiovisuais  que, nos últimos anos, passa por uma redescoberta no Brasil. Estão programados desde   seu curta-metragem de estréia, “Documentário” (1966), realizado quando ainda era então um precoce crítico cinematográfico que “fazia cinema com a máquina de escrever”, até “O signo do caos” (2003), último longa de sua autoria.

   O emblemático “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), “Sem essa, Aranha” (1970), “Abismu” (1977) “Nem tudo é verdade” (1985) e “Tudo é Brasil” (1998) integram também
 a mostra que oferece uma rara oportunidade de iniciação no universo de Sganzerla. Paradoxalmente, seus filmes ainda são pouco difundidos no Brasil e uma ampla parte da sua obra ainda permanece inédita.

Serviço

Mostra de cinema “A luz e o cinema de Rogério Sganzerla”

Datas: De 26 de abril a 08 de maio (de terça-feira a domingo)
Horários: Sessões às 17h30 e 19h
Entrada: R$ 2,00 (inteira) e R$ 1,00 (meia entrada)
Lotação: 83 lugares, sendo 2 (dois) para cadeirantes

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinemas 1 e 2
Av. Almirante Barroso, 25, Centro 

Telefone: (21) 2544 4080




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Agenda Cultural do Forte

O Forte de Copacabana já está divulgando a programação do Mês de Maio. Neste mês estão sendo preparadas atividades culturais especiais para homenagear as Mães pelo seu dia. Segue abaixo a programação, do dia primeiro ao dia 8 do mês.



Chorinho no Forte
Dia 01 e 08 (Domingo)
17:30h às 19:30h

 Local: Alameda Octávio Corrêa
Distribuição de senhas às 17h

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Música no Museu
Dia 01 a 08 - 18:00h
 
 RioHarpFestival

Consolidado na agenda carioca, o
RioHarpFestival chega a sua sexta
edição neste ano, promovendo a sua
 habitual volta ao mundo em torno dos sons da harpa.
Virão harpistas de todas as partes do globo com mais de 20 (vinte) países representados, entre eles, a japonesa Kaori Otake e o vice-presidente do Congresso Mundial de Harpas.
Local: Auditório Santa Bárbara
Distribuição de senhas às 17h





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Silvia Cintra+BOX4 convida para a exposição "Qualquer Direção" de Carlito Carvalhosa


A abertura do evento aconteceu dia 27 de Abril, ontem, e a exposição continua até o dia 24 de Maio desse ano. 


Serviço 
Data: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h
Sábado de 12h às 18h
 Local: Rua das Acácias, número 104, Gávea
Rio de Janeiro



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8ª Bienal do Mercosul recebe artistas de Cadernos de Viagem
Participantes do projeto começam a realizar expedições e a Bienal se espalha pelo Estado e por países vizinhos, levando exposições e atividades pedagógicas a 14 cidades

 

Os primeiros artistas convidados da 8ª Bienal do Mercosul estão chegando ao Rio Grande do Sul ,a partir da semana da última semana de abril. São integrantes do projeto Cadernos de Viagem, composto por nove artistas de diferentes nacionalidades que vão percorrer diversas regiões do Estado documentando esta experiência em meios como desenho, fotografia, vídeo, objetos, anotações, performances e instalações. Os resultados serão exibidos em museus e espaços culturais das regiões visitadas por eles e, posteriormente, serão reunidos em Porto Alegre para a Bienal, no Armazém A7 do Cais do Porto. Além disso, atividades pedagógicas como workshops e conversas com os integrantes do projeto fazem parte da programação e visam o envolvimento das comunidades e a troca de experiências.

Segundo Alexia Tala, curadora adjunta da 8ª Bienal do Mercosul, “o projeto Cadernos de Viagem consiste em apresentar o Rio Grande do Sul a artistas cujos temas e práticas envolvam a viagem, a paisagem e/ou o trabalho com comunidades”, afirma. A experiência do percurso e as interações sociais e/ou culturais ditam o desenvolvimento da obra final: “Nos interessa evidenciar as diversas formas como os artistas documentam sua experiência de observação e vivência no território, incorporando, além do caderno de viagem, outras soluções a suas obras de arte”.



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atualizado em15/04



Galerias de arte contemporânea do Shopping Cassino Atlântico se reúnem em segunda edição no evento Atlântico Contemporâneo

  • PERÍODO DO EVENTO: de 06 a 30 de abril, 2011
  • ENDEREÇO: Shopping Cassino Atlântico - Av.Atlântica, 4.240 - Copacabana


Desde o dia 5 de Abril, os galeristas do Shopping Cassino Atlântico estão se reunindo para realizar a segunda edição do evento coletivo Atlântico Contemporâneo. O movimento, cujo objetivo é valorizar a arte contemporânea no Rio de Janeiro e oferecer, num mesmo espaço, diferentes modos de olhar a arte atual confirma o Shopping Cassino Atlântico como pólo de arte carioca e o Arpoador como o bairro com maior concentração de galerias de arte da cidade.

A primeira edição do Atlântico Contemporâneo contou com a participação de apenas quatro galerias. O sucesso foi tanto que desta vez, dez galerias irão abrir suas portas simultaneamente com exposições de arte contemporânea em pintura, papel, escultura e grafite.

O evento também tem novidades como a performance de Fernando Reis Vianna na galeria H.Rocha no dia da abertura do evento, a galeria Versailles que resolveu dar novos rumos e a partir da data de inauguração muda o nome e passa a ser conhecida como VG Arte Galeria. A galeria, que adotou a arte contemporânea como estilo e se dedica a comercializá-la, agora se volta também para o mercado de novos talentos. O mesmo acontece com a tradicional Athena, que abre um novo espaço dedicado a “nova” arte com o nome Athena Contemporânea. Já a Galeria Movimento, aposta no evento para abrir suas portas num novo visual, depois de quase um mês de reforma. Nas exposições coletivas de acervo, quem for ao evento vai ter a oportunidade de ver de perto obras de arte como Frans Krajcberg, Gerchman, Vergara, entre outros.

Entre as individuais, a Galeria Movimento exibirá a mostra “morphosis”, do ilustrador, grafiteiro e artista plástico Mateu Velasco. Os trabalhos que serão apresentados finalizam a série de retratos, iniciada em 2008, com um profundo estudo de cor e significado. Na mostra Mateu retrata, de forma gráfica, belas mulheres cujos cabelos são entrelaçados em objetos à primeira vista díspares, mas que compartilham a idéia de “transformação”, ou “metamorfose”.

A Tramas Galeria de Arte estará exibindo a individual “Por uma condição mais humana de mundo" do artista plástico José Tannuri. Num total de 18 obras, podem ser vistas entre elas, pinturas, desenhos e fotografias. Nas três séries expostas pelo artista, segundo o crítico Felipe Scovino, Tannuri questiona o individualismo humano. Na série Fronteiras/2004, trava um intenso diálogo com certo “mobiliário urbano” brasileiro surgido no fim da década de 1980; na série Humanos/2006 a questão do tempo é representada utilização do óxido de ferro; e na série “Um ritual de passagem para outro lugar”, um desdobramento das anteriores, toma como partida seu auto retrato para a passagem desses seus três momentos distintos.

Já a galeria H.Rocha, mostra a individual de Fernando Reis Vianna na exposição "Despacificados". O artista capta a realidade do olhar das crianças que moram nas ruas da Lapa representando-as em suas pinturas que geralmente levam muitas camadas de tinta em tons fortes recortados em fundo texturizados. Fernando Reis transforma as fotos em pinturas e vai além do que queremos ver e nos avisa pela boca de um dos meninos: podemos enxergar.

Grafismo e cor poderão ser encontrados na VG Arte Galeria, nome atual da tradicional Galeria Versailles, através das pinturas do cearense Alexandre Chaves na mostra "Pura Cor". Na exposição individual, o pintor prodígio, que tem apenas 17 anos, exibe em traços firmes um trabalho cheio de simbolismos. Alexandre, que trabalha intuitivamente com cores fortes em composições abstratas, despertou desde cedo o interesse de produtores culturais e curadores de arte.

Já o artista carioca Wladimyr Jung será apresentado pela Colecionador. De início apenas um colecionador de arte, Jung começou a apresentar obras autorais apenas em 2007. Ele segue o caminho da arte abstrata e suas telas levam tanta tinta que demoram seis meses para secar.

A Marcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte, fundada em 1974, apresentará uma coletiva de trabalhos em papel de artistas como Frans Krajcberg, Anna Letycia, Tomie Ohtake, Eduardo Sued, entre outros. A coletiva marca um retorno às origens da galeria, quando apenas trabalhava com obras nesse suporte.

A galeria Patrícia Costa reúne numa minuciosa exposição obras do artista Peticov , Vergara e os famosos pastéis sobre cartão e esculturas de Gerchman. Um dos destaques é o totem de ferro pintado e uma escultura de madeira do artista.

O espaço Eliana Benchimol, especializada há 24 anos em arte cinética e concretista, vai apresentar a mostra individual do artista Luiz Gerlado Dolino. Vale ressaltar que a galeria aposta num estilo de linguagem artística que está dentro das tendências mundiais de arte com artistas como Perez Flores, Martha Boto, Julio Le Parc, Gregório Vardanega e João Carlos Galvão.

A nova Athena Contemporânea nos dará a oportunidade de vislumbrar obras contemporâneas em uma coletiva com fotografias de Eduardo Masini e obras de Carlos Vergara. A todas essas galerias juntam-se também a Inox.

 
SAIBA MAIS:

O Cassino Atlântico é o shopping com maior concentração de galerias de arte, e onde a presença da arte contemporânea vêm crescendo a cada ano. A Galeria Movimento, criada por Ricardo Kimaid Jr., terceira geração de uma família de marchands, abriu em 2006 especializada em grafite e arte contemporânea. A Inox veio em seguida, inaugurada em 2009 pelos jovens irmãos Gustavo e Guilherme Carneiro, com um conjunto bastante diversificado de arte e design de artistas renomados. A Athena Contemporânea, abre as portas em abril, a tempo de participar do Atlântico Contemporâneo. Ela é a versão “jovem” da celebrada Athena Galeria de Arte, que participa da SP Arte desde sua primeira edição e do PINTA, no Píer 92 em New York. A versão contemporânea será gerenciada por Filipe, de apenas 21 anos e segunda geração de galerista da “família Athena”.



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8ª Bienal do Mercosul abre inscrições para Curso de Formação de Mediadores
Destinado a estudantes universitários e profissionais graduados em qualquer área de conhecimento, o curso vai capacitar pessoas para atendimento de visitantes durante as exposições.
 
A partir do dia 19 de abril estarão abertas as inscrições para o Curso de Formação de Mediadores da 8ª Bienal do Mercosul. O público-alvo é de estudantes universitários cursando a partir do 4º semestre e graduados de qualquer área de conhecimento. As inscrições encerram-se no dia 02 de maio e devem ser feitas através do formulário online, disponível no no site www.bienalmercosul.art.br/mediadores. O trabalho de mediação é remunerado durante o período da Bienal (de 10 de setembro a 15 de novembro de 2011), com carga horária de 4h30min diárias e uma folga semanal.

“O Curso de Mediadores da 8ª Bienal do Mercosul busca funcionar não somente como um seminário de treinamento para o evento, mas como um curso para compreender a natureza da mediação, além de transmitir ao mediador ferramentas que sejam adequadas para poder responder de forma imaginativa, criativa e flexível  ante uma obra, de acordo com o mesmo dinamismo que oferece a arte de hoje”, declara Pablo Helguera, curador pedagógico desta edição.


Durante o curso também está prevista a nova edição do projeto Vivências nas Escolas, que possibilita um contato dos futuros mediadores com escolas da rede municipal de Porto Alegre, parceira desde a 6ª Bienal do Mercosul, e redes de ensino das demais cidades representadas.
A lista com os selecionados será publicada no site no dia 17 de maio. Mais informações pelo email: mediador@bienalmercosul.art.br ou através do telefone 51 3254 7505.

Serviço
Curso para formação de mediadores da 8ª Bienal do Mercosul
Inscrições de 19 de abril a 02 de maio de 2011
Formulário de inscrições no site www.bienalmercosul.art.br/mediadores
Público alvo: profissionais com curso superior completo e estudantes universitários que estejam cursando a partir do 4º semestre, em qualquer área de conhecimento
Número de vagas disponíveis: 300 vagas – 250 para aulas presenciais e 50 vagas através de EAD
Divulgação dos selecionados: 17 de maio, através do site www.bienalmercosul.art.br
Informações: mediador@bienalmercosul.art.br ou 51 3254 7505


    
     


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    CAIXA CULTURAL
    apresenta
    
    Parlapatões com o espetáculo “O Papa e a Bruxa”



    
    Após temporada de sucesso em São Paulo, chega ao Rio de Janeiro a montagem do grupo Parlapatões com o humor ácido de Dario Fo.

    A comédia O Papa e a Bruxa marca a maioridade dos Parlapatões, com três apresentações na CAIXA Cultural Rio de Janeiro nos dias 22, 23 e 24 de abril. O grupo, que em 2011 completa 20 anos, traz o texto tão engraçado quanto ácido do dramaturgo italiano Dario Fo, Nobel de Literatura de 1997. A peça encara com humor temas polêmicos como a liberalização das drogas, o celibato e o aborto.
    
    “O Papa e a Bruxa” é um texto inédito no Brasil. A encenação, dirigida por Hugo Possolo, vem celebrar o humor crítico, cheio de improvisos, de comunicação direta com a platéia, que caracteriza a trupe parlapatônica.


    
    Sinopse de O Papa e a Bruxa
    
    O Papa está no Vaticano com um enorme problema de coluna, que o faz caminhar com dificuldades e com pânico de receber milhares de crianças na Praça São Pedro. Cardeais de sua assessoria o pressionam para que fale com jornalistas, que o aguardam para uma coletiva de imprensa. Diante de um ritmo acelerado de fatos e decisões, recebe seu médico que o auxiliará na sua dor e em sua confusão mental. Porém o médico não dá conta da tarefa, mas uma freira que o acompanha mostra-se poderosa em soluções. O Papa percebe que a freira tem poderes muito mais que científicos.
    
    Após uma série de peripécias, o Papa constata que a freira viveu na África e se tornou uma curandeira. Assustado, ele expulsa a freira do Vaticano. Pouco tempo depois, a crise de dor aumenta de maneira incontrolável e o Papa, à paisana, resolve procurar a freira/bruxa para resolver seu problema.


    
    Parlapatões e o dramaturgo Dario Fo
    
    Nos primórdios dos Parlapatões, um texto teve grande importância para a formação do grupo: Primeiro Milagre do Menino Jesus, de Dario Fo, que marcou o início de uma busca de textos teatrais instigantes que reforçassem linguagem popular e épica que o circo trazia. Alguns anos depois, em 1995, Luca Baldovino trouxe sua tradução de "O Papa e A Bruxa", texto de Fo de 1989, entrou nos planos dos Parlapatões.
    
    “Em 2006, quando da visita do novo Papa Bento XVI ao Brasil e toda a campanha de recrudescimento da Igreja Católica em relação à teologia da libertação, nos remeteu a uma nova leitura do texto de Fo,” conta o diretor Hugo Possolo. Para ele, nos textos estão questões ainda presentes no cotidiano brasileiro, como a condenação pela Igreja católica ao uso de preservativos em tempos que a Aids não é mais uma epidemia carregada de preconceitos sexistas, mas uma ameaça que pode ser evitada e controlada. Outra questão atual é o uso de drogas e sua relação com a violência.
    
    Por se tratar de um texto sobre a Igreja, aborda o jogo de poder, seja na religião católica ou evangélica. Os conflitos político-religiosos também são temas de grande relevância que perpassam a peça. “A busca constante dos Parlapatões de unir humor e lirismo, com uma raiz popular de linguagem, espírito circense e um forte acento na disputa pelo espaço de pensamento encontra em O Papa e A Bruxa um importante marco para o grupo”, afirma Possolo.
    
    Aliando o espírito anárquico e iconoclasta dos Parlapatões a uma dramaturgia estruturada, com alto conteúdo provocativo, surge a pólvora que torna o palco um componente explosivo de riso e reflexão.
     


    Sobre Dario Fo
    
    Autor, diretor e protagonista em mais de cem comédias e farsas apresentadas em todo o mundo, o dramaturgo italiano Dario Fo teve seus textos traduzidos em 30 idiomas.
    Entre 1945 e 1951 trabalhando em projetos de palcos e decoração teatral, Fo já começava a improvisar monólogos. Participou do importante momento de renovação do teatro italiano, chamado “teatri do piccoli” (teatros pequenos), onde desenvolveu uma linguagem popular que utiliza até hoje em suas peças teatrais.
    O autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 9 de outubro de 1997. No ano seguinte, o Ministério da Cultura da França concedeu a Fo a Comenda das Artes e das Letras. Em maio de 2000 recebeu, naquele país, três prêmios Molière por sua peça "Morte acidental de um anarquista".
    Em dezembro de 2003, estreou sua ópera satírica "O anômalo bicéfalo", sobre Silvio Berlusconi, então chefe do governo italiano e presidente do conselho da União Européia.
    Em março de 2005, aos 79 anos, Dario Fo recebeu da Universidade Sorbonne, Paris, o título de laurea honoris causa.
    No Brasil, Dario foi interpretado em famosas montagens como Morte Acidental de um Anarquista, dirigida por Antônio Abujamra, com Antônio Fagundes e Brincando em cima Daquilo, que valeu o Prêmio Molière a Marília Pêra.
    
    
    Ficha Técnica:

    Texto: Dario Fo
    Tradução: Luca Baldovino
    Adaptação e Direção: Hugo Possolo
    Elenco: Hugo Possolo, Carmo Murano, Raul Barretto. Armando Júnior, Fabek Capreri, Alexandre Bamba, Fernanda Cunha, Hélio Pottes, Adonis Comelato, Ronaldo Cahin
    Contra-regra: Rodrigo Bella Dona
    Cenários: Hugo Possolo e Werner Schulz
    Figurinos: Telumi Hellen
    Trilha Sonora original: Paulo Soveral
    Iluminação: Reinaldo Thomaz
    Voz em off: Antônio Fagundes
    Produção Executiva: Cristiani Zonzini
    Assistente de Produção: Amanda Yamada
    Realização: Parlapatões (Agentemesmo Produções Artísticas)
    Patrocínio: CAIXA Econômica Federal


    
    Serviço

 “O Papa e a Bruxa”
Duração Total: 105 minutos; 10 minutos de intervalo entre os dois atos
Datas: Dias 22, 23 e 24 de abril (Sexta, sábado e domingo)
Horário: 19h30
Ingressos: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada)
Capacidade: 388 lugares (sendo 2 para cadeirantes)
Classificação indicativa: 14 anos.
Acesso para portadores de necessidades especiais
Acesse a programação da CAIXA Cultural: www.caixa.gov.br/caixacultural
    
    
   
    
    Contatos para imprensa
    Lucas Arantes
    (11) 3061 9799/ (11) 6443 4955
    
    Assessoria de Imprensa
    CAIXA Cultural Rio de Janeiro
    (21) 2202 3096 / 2202 3086
    cultura.rj@caixa.gov.br
    www.caixa.gov.br/caixacultural




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Música no Museu - Ordem do Mérito Cultural
                           Apresenta


Músicos: Trio Da Do - saxes, flauta, clarineta; Itamar Assière – piano; e Lucio Vieira - percussão
Lançamento do Cd “Minha Cidade”



Data: Dia 15 de Abril de 2011 – Sexta-feira
Local: Centro Cultural Justiça Federal – 15h
Av. Rio Branco, 241 – Centro
Capacidade: 142 lugares
Entrada Franca!




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“Beijo Roubado”




O Espaço Cultural do Banco Central no Rio de Janeiro apresenta, até o dia 29 de abril, a exposição de fotografias “Beijo Roubado”, da artista Cris Veneu.


“Beijo roubado em quadros que se repetem e nunca são os mesmos. Vida que passa e nem se importa, instantes de um fio condutor que une e diferencia, por um mero detalhe, metrópoles e gentes.
Ando pelos sete cantos, a bagagem nunca é pequena, as malas sim. Das cidades, Roma, Paris, Rio, Buenos Aires, Berlim, Nova York, Havana, Florença, algumas pouco sei...
Olho pela janela de um café o frio leve e estimulante, pouco acima do fluxo cardíaco. A emoção muitas vezes não pode ser expressa. Eu busco o que dos outros me completa. Registro em rascunho imagens fugidias, capturando-as sem licença, roubadas. A intenção de um gesto rápido, tentativa inútil de fixar o inexorável, o tempo.
Agora já não importa onde estou, nem de onde vim ou para onde vou, todos os lugares num só. O chocolate quente e uma canção esquentam minha alma” 
(Cris Veneu).






Cris Veneu

A fotógrafa carioca Cris Veneu realizou, no período de 1998 a 2010, sete exposições individuais e participou de seis exposições coletivas no Rio de Janeiro, entre elas, a exposição “Arte de Fazer Arte 2010”, realizada em dezembro passado neste mesmo Espaço Cultural. Em 1998 obteve o 1º prêmio do Concurso Minasgás/SHV- RJ, e em 1999, o 3º prêmio da Revista Foto e Câmera - Concurso Special Amateurs Revista Photo (França). Teve trabalhos publicados no Anuário Internacional Minasgás/SHV – Holanda, em 1999, e na Revista do IBASE – Ensaio Fotográfico: “Do Samba”, em 2005.



Serviço

Exposição:    “Beijo Roubado”
Artista:           Cris Veneu
Realização:   Secre/Comun/Dieve/Suev2
Vernissage:   5 de abril de 2011, a partir das 17 horas
Exposição:    6 a 29 de abril de 2011, das 9h às 16h30 (segunda a sexta-feira)
Local:             Espaço Cultural do Banco Central no Rio de Janeiro
                         Av. Presidente Vargas, 730 – Subsolo - Centro
Informações: (21) 2189-5327/5282/5469/5338 ou e-mail: eventosrj@bcb.gov.br






Leo Fisscher no MNBA



A cor e o geometrismo se impõem nas telas do pintor holandês Leo Fisscher, com intrigantes possibilidades líricas de cor, manchas e signos gráficos.  É o que promete a exposição A Lírica da Cor,  sob curadoria do poeta Carlos Dimuro, que o MNBA inaugura no próximo dia 14 de abril.
Uma das virtudes apontadas no trabalho de Fisscher é o apurado fazer gráfico e o seu domínio cromático, gerando uma “linguagem rica de ambigüidades e vibrações”, avalia o critico Ferreira Gullar. Nesta mostra estarão presentes 20 obras, em acrílica sobre tela, de médio e pequeno formato.



Leo Fisscher, um renomado fotógrafo, logo cedo imigrou para os EUA, lapidando seus dons artísticos em Nova York. De lá partiu rumo ao Brasil, fazendo escala em Brasília para depois pousar no Rio de Janeiro. Por aqui, seu circulo de amigos inclui o fotografo Walter Firmo e a falecida gravadora Fayga Ostrower, que lhe deu grande incentivo na carreira.  
A arte de Leo Fisscher já foi exibida nas cidades de Amsterdã, Paris, Nova York, e no Rio de Janeiro, entre outras. A exposição A Lírica da Cor fica em cartaz até 15 de maio.


Exposição: A Lírica da Cor, de Leo Fisscher
Período: de 15 de abril até 15 de maio
Visitação: de terça a sexta, das 10h/18h; sábados, domingos e feriados, das 12h/17h.
Ingresso:  R$ 5,00, sendo grátis aos domingos. 
Local: Av. Rio Branco,  199 – Cinelândia - sala Clarival Valladares
Tel:  (21)2219-8474
Visite o site:  www.mnba.gov.br


*Divulgação do MNBA - Nelson  Moreira Jr:  2532-7503




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atualizado em 13/04



Novo espetáculo infantil dos Parlapatões chega ao Rio de Janeiro para apresentações na CAIXA Cultural



O grupo Parlapatões apresenta o espetáculo infantil “Parapapá! Circo Musical” nos dias 09, 10, 15, 16 e 17 de abril, na CAIXA Cultural – Teatro Nelson Rodrigues. Com roteiro de Hugo Possolo, o grupo traz diversas canções da MPB que se inspiram no circo, também algumas cantilenas típicas da tradição circense e recupera antigos lundus, músicas típicas dos circos do final do século XVIII.

Parapapá! Circo Musical  é um espetáculo de características visuais e musicais bem brasileiras, inspirado no artesanato e brincadeiras populares. Fruto da pesquisa de 20 anos dos Parlapatões em torno da arte da palhaçaria e dos brincantes brasileiros. Resgata músicas e jogos que fizeram o nascimento do circo brasileiro. O ponto de partida do espetáculo foi o CD Circo, gravado pelos Parlapatões e diversos convidados em 1998 (Gravadora Atração), que foi naquele ano indicado ao Prêmio Sharp de melhor CD Infantil.

Parapapá! Circo Musical estreou em São Paulo, em abril de 2010, na lona Circo Roda, localizada no Memorial da América Latina. Hoje, segue em turnê por diversas cidades brasileiras comemorando os 20 Anos do grupo teatral.

O espetáculo também concorre ao Prêmio Pananco na categoria de melhor Produção. Parapapá! Circo Musical uma parceira entre música e circo para divertir crianças de 3 a 90 anos.



Parlapatões



Em 2011, os Parlapatões completam 20 anos de história. Nesse período, eles montaram 38 diferentes espetáculos, entre infantis e adultos, além de eventos e mostras. Passaram pelos mais importantes festivais de teatro brasileiros e também festivais internacionais. O grupo mantém o Espaço Parlapatões, onde realiza suas atividades, mostras e festivais, além de receber temporadas de grupos convidados.



Serviço

Parapapá! Circo Musical
Duração: 60 minutos
Datas: 
Dias 9 e 10 de abril, às 17h; (sábado e domingo)
Dia 15 de abril, às 11h e 15h (sexta-feira)
Dias 16 e 17 de abril às 17h (sábado e domingo)
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada)
Horário: 17h
Capacidade: 388 lugares (sendo 2 para cadeirantes)
Acesso para portadores de necessidades especiais
Classificação indicativa: Livre
Endereço: Av. República do Chile, 230, Anexo, Centro (Metrô: próximo à estação Carioca

Acesse a programação da CAIXA Cultural: www.caixa.gov.br/caixacultural




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René Magritte: O Mistério do Mundo
"O primeiro sentimento de que me lembro é quando estava num berço e a primeira coisa que vi foi uma caixa que estava próxima ... o mundo se ofereceu a mim sob a aparência da uma caixa."

"A Grande Família" - 1963

 René-François-Ghislain Magritte nasceu em 21 de novembro de 1898, em Lessines, na província belga de Hainaut. Sua mãe era modista e seu pai, corretor de imóveis. No início de sua adolescência, quando Magritte tinha 13 anos, um acontecimento trágico o marcaria tão profundamente que suas marcas seriam visíveis ao longo de sua obra: na noite de 24 de fevereiro de 1912, sem ser notada, sua mãe saiu à noite de casa e se jogou no rio Sambra. Quando, no dia seguinte, seu corpo foi retirado das águas, apenas seu rosto estava coberto pelo tecido branco da camisola. Assim, é comum vermos em algumas de suas obras personagens com o rosto ou o corpo cobertos por panos brancos, como A Invenção da Vida, Os Amantes, A História Central, todos os três do ano de 1928. Há ainda aquelas obras onde Magritte retoma o episódio da morte da mãe desdobrando-o em imagens que ora acusam, ora fantasiam, ora evocam o luto, a perda: O Assassino Ameaçado, Os Cúmplices do Mágico, Pensamentos de um Caminhante Solitário, os três do ano de 1926.


"A Reprodução Proibida" ou "O Retrato de Edward James" - 1937

 Entre 1916 e 1920, Magritte freqüentou o curso de pintura na Academia de Belas Artes de Bruxelas. Ainda em Bruxelas, reencontrou Georgette, sua primeira namorada e com ela se casou, em 1922. Sua vida sempre transcorreu longe do glamour do mundo artístico. Escolheu morar no subúrbio, e aí construir um estilo de vida que sempre confundiu seus críticos. Tímido, retraído, vestia-se como um funcionário público, sempre de terno e gravata e chapéu côco, até quando passeava com seus dois Loulous da Pomerania. Sua casa era tipicamente pequeno-burguesa, decorada com porcelanas sobre cômoda e bibelots sobre a chaminé. Durante anos seu atelier foi a sala de jantar de sua casa. Em nenhum momento de sua vida ele procurou chamar a atenção da midia sobre si. Sem dúvida, Magritte foi um dos artistas mais desconcertantes do século XX, principalmente considerando sua adesão ao surrealismo e sua inclusão no grupo fechado de André Breton.


Tendo passado pelo cubismo e futurismo, Magritte foi profundamente afetado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico: os grandes espaços, onde a arquitetura figura como elemento que destaca o vazio existencial, a angústia. Nas telas de Chirico, Magritte encontrou a densidade do espaço num universo desumanizado. Mas, da mesma forma que agiria mais adiante com o grupo surrealista de Paris, Magritte nunca seguiu nenhum mestre.

"Princípio do Prazer" - 1937

Ele traçou um caminho independente, para além das questões teóricas propostas por Breton, apesar de permanecer visceralmente ligado ao surrealismo.


Com Magritte estamos longe daquele "desregramento de todos os sentidos", recomendado por Rimbaud. Na sua pintura há intelecto, há familiaridade com o enigma. E, mais importante que tudo, há a presença da questão humana. A pintura de Magritte nos introduz a um instante privilegiado onde a natureza parece nos revelar um dos seus mistérios. O pintor sempre recusou admitir que sua obra "exprimisse" qualquer sentido, particularmente o que se convencionou chamar de "mistério do mundo". Para ele, o que justificava a pintura em si mesma era ela participar desse mistério, ser deste tão somente um aspecto.


"Um quadro deve ser fulgurante", assim pensava Magritte. Quando a obra está terminada ela se constitui em surpresa para seu autor. Em lugar do artista procurar um efeito sempre mais espetacular, imprevisto, ele deveria desejar despertar no espectador a intuição do enigma. Na linguagem simbólica da arte, um objeto sempre esconde outro. A imagem magritteana propõe o mistério, sugere associações que fazem surgir idéias inesperadas. A obra de arte deve confundir, provocar e criar tensões que abalem as fronteiras entre sonho e realidade.

 "Castelo nos Pirineus" - 1959

 Magritte reinventa o espaço pictórico e usa a tridimensionalidade virtual da perspectiva para nos levar para dentro de cenários onde contemplamos a simplificação máxima dos efeitos, ao mesmo tempo em que apreciamos seu repertório extremamente simples de elementos. O que encanta em seus quadros é que neles não entra a perturbação do mundo, e o olhar está a serviço da imagem que desconcerta, que desloca a ordem do mundo sem chocar. Há um certo prazer do artista em nos colocar diante do absurdo, construído com impecável lógica. Alguns de seus quadros lembram os paradoxos de Zenão de Eléia, discípulo de Parmênides, que imaginou histórias como a de Aquiles e a Tartaruga para provar que o pensamento armado de lógica pode criar absurdos: o famoso corredor Aquiles aposta uma corrida com a tartaruga e, como pode correr duas vezes mais que ela, ele lhe dá uma grande dianteira. Zenão, então, diz que, no momento em que Aquiles alcança o ponto de partida da tartaruga, ela terá se movido para frente metade da distância de sua dianteira. Portanto, no momento em que Aquiles chegar a esse ponto, ela terá se movido metade dessa distância, e assim por diante, ad infinitum. Assim, logicamente, Aquiles nunca consegue alcançar a tartaruga porque, a cada ponto, no momento em que ele tiver coberto a distância entre os dois, ela estará sempre adiantada em metade dessa distância. É claro que Aquiles ultrapassa a tartaruga! Zenão sabia disso, mas estava criando um argumento lógico com o qual ele queria desconcertar nossas tentativas de raciocinar acerca do mundo que nos rodeia.


A imagem nas telas de Magritte nos leva para dentro do mundo conhecido, mas aí surge como surpresa, enigma, espanto. Magritte talvez seja o artista que melhor nos permite entender o valor da imagem para a teoria do Inconsciente, na Psicanálise. Considerando que o Inconsciente, definido por Freud como o psíquico em si, se revela como linguagem, a fala se mostra como ato que surpreende e ultrapassa a intenção de quem fala. Em outras palavras, o sujeito sempre diz mais do que pretende e, ao falar, revela sua verdade. Aqui se insere a questão da imagem, que está na origem da constituição do eu e cuja metáfora é o espelho.

"Espírito de Aventura" - 1962


Desde o momento em que a criança se identifica com sua imagem no espelho ela está capturada irremediavelmente pela imagem de si, que é um outro. A sua subjetividade é constituída por algo fora de si, ou seja, corresponde ao imaginário, no qual estamos alienados. O estádio do espelho, como esse processo de identificação é teoricamente conhecido, insere o homem numa relação de identidade e antagonismo com essa imagem especular que é, simultaneamente, o eu e um outro. Essa alienação inaugural determina uma fixação: capturado pela imagem, eu me torno imagem. O narcisismo, estabelecido pelo estádio do espelho, introduz para sempre no sujeito a experiência de se ver dividido, permanentemente um outro. Assim, o eu aparece como uma desordem de identificações imaginárias. Estamos inscritos no mundo como imagem e o espelho tanto nos captura quanto nos lembra que a imagem especular não passa de um efeito, é simulacro.


“Creio que o melhor título de um quadro é um título poético [...] Um título compatível com a emoção mais ou menos viva que sentimos ao olhar para um quadro [...] O título poético não nos ensina nada, mas deve surpreender-nos e encantar-nos.”

 A Reprodução Proibida, por exemplo, é uma daquelas obras onde Magritte usa da simplificação do efeito para criar a atmosfera da ficção. O quadro nos lembra Alice através do Espelho, de Charles Lutwidge Dogson, conhecido pelo pseudônimo de Lewis Carroll: ao passar através do espelho, Alice encontra um mundo, só em aparência, parecido com o nosso. Do outro lado, no entanto, todas as coisas funcionavam ao contrário. Por exemplo, para seguir em frente, na direção daquilo que era uma montanha, ela deveria voltar, dar meia volta, e caminhar na direção oposta. Magritte nos instala na situação de espectadores privilegiados: podemos ver o personagem diante do espelho e ele ainda continuar através do espelho, tal qual Alice. O surpreendente acontece bem diante dos nossos olhos: o espelho continua a refletir o que está a sua frente, como o livro de filosofia sobre o aparador da lareira, mas não reflete o rosto do personagem.

 Em A Reprodução Proibida, Magritte nos ajuda a entender a reflexão de Lacan: "Se um homem que se crê um rei é louco, um rei que se crê um rei não o é menos". O jogo do reflexo, que sustenta a identidade narcísica, é abandonado. Agora, o espelho está a serviço da desconstrução do tabernáculo do eu. O quadro propõe o desmantelamento do grande sintoma da neurose, sugere a escapada do sujeito da prisão imaginária. Um simples deslocamento permite a Magritte por a imagem a serviço do deslizamento de sentido, instala a desordem bem ali onde a estrutura pretende se formar.


"Os Amantes" - 1928

 Não posso deixar de considerar que acabo de fazer algo que deixaria Magritte profundamente aborrecido. Foi ele quem disse: "Meu quadros são válidos na medida em que eles não se prestam à análise." Ele se recusava a considerar que sua obra pudesse explorar as profundezas do inconsciente e achava de profundo mau gosto quando alguém sugeria que suas imagens tinham conteúdo onírico. Para ele, "os sonhos são uma doença do pensamento, fáceis de esquecer".


Magritte considerava que o mundo no qual vivemos é um mistério permanente. Designar esse mistério como Deus é apenas uma maneira de falar, nada acrescenta a sua compreensão. Esse mistério é igualmente incognoscível, nem os recursos da razão podem transformá-lo em objeto da ciência. Em outras palavras, nem a religião, nem a ciência são capazes de alcançá-lo ou explicá-lo. Só em alguns breves momentos de inspiração, o homem pode, através da "poesia" ou daquilo que ele chamava de "pensamento absoluto" experimentar uma certa afinidade com o mistério. "Na minha pintura, um pássaro é um pássaro. E uma garrafa é uma garrafa, não um símbolo de um útero". Magritte, que gostava de pensar que um objeto pode ocultar outro, nos induz a considerar que o objeto atrás do objeto visível poderia nos dar a chave para compreender o objeto visível, o que nos leva à metáfora, ao símbolo, à interpretação.




Por Rosângela de Araujo Ainbinder

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