São Paulo - Arte e Estilo

Por Jair Marcos Vieira

Lordello & Gobbi apresentam Valdeir Maciel

Valdeir Maciel - Sem Título - 1980 acrílica sobre tela 80 x 80cm


O escritório de arte de Marcelo e Márcio traz ao público cerca de 40 obras desse artista construtivista, revelando a riqueza de jogos formais e cromáticos de sua produção entre os anos 1960 a 1990. A mostra individual "Valdeir Maciel - Equilíbrios" tem a seleção das obras assinada pelo curador Antonio Carlos Abdalla, cuja pesquisa percorreu diferentes coleções privadas em busca de um corpus representativo do artista, morto em 2005, uma vez que a quase totalidade delas era adquirida pelos amigos artistas e apoiadores, dentre os quais: Ladi Biezus, Marco Antonio Mastrobuono, Barbara Spanoudis, Eduardo Azevedo e Clara Sankovsky. Nascido no Maranhão em 1937, Valdeir era autodidata, discreto, e desenvolveu trajetória artística em São Paulo, freqüentando o seleto grupo de amigos que circulavam em torno de crítico de arte Theón Spanudis (1915-1986). Maciel valorizou as formas geométricas mais simples como o triângulo, o retângulo e, já como resultado do ritmo de sua pintura, o trapézio. Em contrapartida, utilizou cores ousadas e em vários matizes, inspiradas, como observou Spanudis, "nas camadas mais profundas e arcaicas da alma brasileira". Valdeir Maciel - Equilíbrios. Lordello & Gobbi Escritório de Arte. Rua Peixoto Gomide, 2020, Jardim Paulista. Tels.: (11) 3088 1632 e 3081 6439. www.lordelloegobbi.com.br. De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Entrada gratuita. Até 11/3.



"Franz Liszt: o piano em foco" na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

Em pleno desenrolar do Romantismo musical, Franz Liszt (1811 - 1886) contribuiu decisivamente para a evolução do seu instrumento: o piano. Ainda menino, foi aluno de Czerny em Viena, transferindo-se mais tarde para Paris, onde passou a ser considerado o mais importante pianista de seu tempo. Foi ele o introdutor do recital de piano solo.

Como compositor, escreveu inicialmente apenas para o seu instrumento, sempre com grande brilho e enormes desafios de ordem técnica, o que provocou também uma importante evolução entre os fabricantes de piano, aumentando cada vez mais suas possibilidades e seus recursos. Depois dos 30 anos de idade, fixou-se em Wieman, na Alemanha, onde passou a compor para orquestra, com a divulgação da obra de seus colegas compositores contemporâneos, como Wagner. Em 2011, a temporada de concertos da FMLOA homenageará a obra de Liszt. Coordenador musical: Gilberto Tinetti. 

Programa: 
13 de março - André Carrera (piano) e 27 de março - Miroslav Georgiev (piano). Domingos, às 11h30. Capacidade do auditório climatizado: 107 lugares. Ingressos: R$ 20 / R$ 10 (estudantes e acima de 60 anos). 
Venda antecipada de ingressos por telefone. Estacionamento com manobrista no local. 

Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. Av. Morumbi, 4077, Morumbi. Tel.: (11) 3742-0077. www.fundacaooscaramericano.org.br.



Imagens inéditas de Thomaz Farkas são exibidas em retrospectiva no Instituto Moreira Salles de São Paulo

Thomaz Farkas - São Paulo - Década de 1950


Está em cartaz, no Instituto Moreira Salles de São Paulo, a exposição "Thomaz Farkas: uma antologia pessoal", retrospectiva da obra do consagrado fotógrafo húngaro (nascido em Budapeste, em 1924), naturalizado brasileiro (1930). A mostra tem cerca de 100 imagens, parte delas inéditas. Também está à venda o livro homônimo com cerca de 140 imagens e texto de João Farkas, filho do fotógrafo. Para compor livro e exposição, durante dois anos Thomaz Farkas revisitou toda a sua trajetória, com suporte de seus filhos João e Kiko Farkas, e em conjunto com os pesquisadores e curadores do IMS, que hoje preserva sua obra fotográfica.

Em 1932, aos oito anos de idade, Farkas ganhou de seu pai a primeira câmera fotográfica, quando já saiu fotografando em grande estilo. Na mostra os visitantes podem conferir suas imagens produzidas a partir da década de 1940, época em que Farkas se associa ao Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), local de debate sobre a atividade fotográfica. Afinados com as vanguardas europeias e norte-americanas, os paulistas do FCCB buscavam uma estética específica para a foto, com novos enquadramentos e pontos de vista inusitados. "Predominam aqui as fotografias de forte viés formal e abstrato, baseadas em construções de luz em sombra, a partir da paisagem, arquitetura, objetos ou naturezas mortas, além de imagens marinhas registrando a água e a luz por ela refletida em suas constantes mutações de forma", explica Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS. A exposição apresenta também trabalhos posteriores, com uma abordagem mais humanista, quando Farkas se aproxima do fotojornalismo. 

Destacam-se as séries sobre o Rio de Janeiro que incorporam o retrato e a vida dos moradores de bairros populares e regiões do centro histórico da então capital federal. Também estão presentes algumas imagens coloridas datadas de 1975, mas que só foram apresentadas pela primeira vez ao público em 2005. São fotografias feitas parte durante uma expedição científica ao Amazonas, parte em uma incursão a Salvador. 

Em 1957, por sugestão de seu amigo, o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, que participou do concurso para escolha do projeto de implantação da nova capital do país, Farkas viaja a Brasília para acompanhar a construção do projeto de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Thomaz Farkas: uma antologia pessoal 

Instituto Moreira Salles (SP). Rua Piauí, 844, 1° andar, Higienópolis. Tel.: (11) 3825-2560. De terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 13h às 18h. Entrada franca. Até 3/4.

Releases, toques e sugestões para esta coluna, escrevam para areliquiasp@uol.com.br ou jair@areliquia.com.br.
Tels. (11) 2601-5954 / 9787-8271.

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