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Por Maria Helena Avena

O mundo mágico de Escher

Dia e noite, 1938 - xilogravura - 39,2 x 67,8 cm

A mostra reúne o maior conjunto de obras do holandês M.C. Escher (1898 - 1972) já exibido no Brasil. Todos os trabalhos pertencem ao Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, em Haia, Holanda.

O ilusionismo gráfico do artista, mostrado em 95 gravuras originais, desenhos e instalações ocupa os 950 metros quadrados do primeiro andar do prédio do CCBB.

O curador Pieter Tjabbes, holandês radicado em São Paulo, levou cinco anos para convencer o museu a liberar originais para itinerar pelo país. "Só existem três coleções no mundo. As gravuras são muito frágeis e o Haags Gemeentemuseum, depois desta mostra, não poderá exibi-las por mais de quatro anos", explica Tjabbes.

 A exposição inclui dez instalações que pedem a participação do visitante para "desvendar" manobras gráficas da produção de Escher, que tanto instigam a visão e a mente humanas. Os trabalhos de Escher são um dos mais reproduzidos no planeta no século 20, de gravatas e camisetas, a tapetes artesanais dos Andes e à alta costura, através do inglês Alexander McQueen [1969-2010], na coleção de outono 2009.

Uma de suas obras mais conhecida, "Dia e noite" (foto) de 1938, ilustra o interesse do artista por dualidade e transformação. Nela, a superfície plana de terras cultivadas se transforma gradualmente em um espelho de imagens de dois grupos de gansos, um preto e um branco, que migram de um lado para outro simultaneamente, confundindo o espectador com uma representação bidimensional que parece ser tridimensional. Vale a pena conferir.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil -  RJ

Endereço: Rua Primeiro de Março 66 - Centro, de terça a domingo, das 9 às 21h, até 27 de março 2011

"MEGALÓPOLIS" no Centro Cultural Correios – RJ

Detalhe de "Cidade Vermelha" do artista ELISEO POSSE

A exposição, do artista plástico construtivista Eliseo Posse, reúne uma série de nove quadros-esculturas, em grandes formatos e em técnica mista, onde prevalece o entalhe de diferentes madeiras. O artista retrata, sob visão aérea e futurista, territórios inteiramente ocupados, sem vida, sem água. O trabalho inspira-se no surgimento das metrópoles que emergem no mundo. Os tecidos urbanos formados por Rio de Janeiro - São Paulo, Boston - Washington, Tókio - Osaka e C1eveland - Detroit são realidades que se vinculam à obra de Posse.

As obras revelam múltiplas formas, texturas, encaixes, cortes e recortes minimante planejados, confrontados, integrados, imbricados, em tensões infinitas, sem lugar ou tempo. O artista imagina territórios em perspectiva, sem limites, onde a vida humana se espalha em labirintos absolutos, contínuos, intermináveis. Uma obra intrigante, que traz muitas questões à reflexão.

Local: Centro Cultural Correios

Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro- RJ, de terça a domingo, de 12h às 19h  -  Até  13 de março

Obra da artista Adriana Varejão bate recorde de preço

"Parede com Incisões a La Fontana", de Adriana Varejão

Uma obra da artista Adriana Varejão bateu, em Londres, o recorde de maior valor já pago pela obra de um artista brasileiro ainda vivo. "Parede com Incisões a la Fontana II"(foto), da artista carioca, foi arrematado em leilão da Christie's por 1,1 milhão de libras, o equivalente a R$ 2,971 milhões.

"É uma grande artista, que vem tendo uma valorização merecida", considera Márcia Fortes, galerista de Adriana Varejão.

Ela é merecedora dos créditos e análises do escritor Silviano Santiago, da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz, do professor-doutor em semiótica e literatura Karl Erik Schollhammer, do crítico Luiz Camillo Osorio e da artista e professora Zalinda Cartaxo. A coroação, em termos de valorização no mercado, soma-se à já reconhecida trajetória.

As obras de Varejão fazem parte da exposição permanente do Instituto Inhotim, onde um pavilhão é dedicado à artista. Para quem vai passar o Carnaval em Belo Horizonte, uma boa opção de passeio é visitar o Instituto e conhecer o seu riquíssimo acervo e o esplendido local onde está localizado.