Os tesouros do Islã

À noite, pedi a um velho sábio que me
contasse todos os segredos do universo.
Ele murmurou lentamente em meu ouvido:
isto não se pode dizer, isto se aprende.
(Jalal-ad-Din Muhammad Rumi)


Civilizações milenares, Irã (antiga Pérsia - 3.200 A.C) e Síria (que foi parte da Mesopotâmia, 2.300 A.C), eram constituídas de povos que, pela sua história, escutaram os conselhos dos sábios e aprenderam, deixando heranças preciosas para a humanidade.
O Rio de Janeiro está tendo o privilégio de conhecer uma pequena parte dessas preciosidades, na exposição "Islã", inaugurada em outubro no CCBB. A mostra traz cerca de 300 obras dos principais museus da Síria e do Irã, que, em sua quase totalidade, nunca saíram desses países, e abrangem 13 séculos de arte islâmica - do século VIII ao início do XX. A cultura islâmica nasceu na Península Arábica e se expandiu com uma velocidade histórica incomum, até dominar um vasto território, que foi da península Ibérica, até o pé dos Himalayas, absorvendo e sincretizando culturas diversas dos povos conquistados ou convertidos.
O projeto, idealizado por Rodolfo Athayde, foi iniciado há mais de dois anos, com o objetivo de oferecer ao público um contato direto com uma das mais importantes culturas da humanidade. "Para ilustrar 13 séculos de uma civilização que conseguiu criar uma arte de caráter tão próprio e diverso, ao mesmo tempo com traços inconfundíveis de homogeneidade, através dos quais é possível admirar o refinamento e os conceitos estéticos aplicados pelos artistas-artesãos em sua maioria anônima", afirma Athayde.
"Islã" expõe peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, objetos de vidro, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais.
Os acervos que compõe a exposição são provenientes dos mais importantes museus da Síria e do Irã: Museu Nacional de Damasco, do Palácio Azem (Museu das Tradições Populares) e Museu da Cidade de Aleppo, na Síria; e Museu Nacional do Irã, Museu Reza Abassi e Museu dos Tapetes, em Teerã. Vieram ainda peças provenientes de países do norte da África, como Nigéria, Mali, Niger, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Burkina, Faso e da cultura Tuaregue, povos nômades do Saara, pertencentes aos acervos da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes) e do Acervo Casa das Áfricas.
A exposição é comemorativa dos 21 anos de aniversário do CCBB, e ocupará todo o espaço expositivo do primeiro andar, além da rotunda e dos foyers, no térreo.
Durante a temporada da exposição, haverá ainda um ciclo de debates com convidados internacionais, representantes dos museus envolvidos na exposição, e autoridades nacionais que tratarão de temas como a importância da civilização islâmica no contexto mundial, suas contribuições em diversas áreas do conhecimento.

Serviço
Exposição: até 26 de dezembro de 2010
de terça a domingo, das 9h às 21h
Local: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - RJ
Entrada Franca.

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