Os aromas da Harmonia

Por João Bosco

Mesmo antes de dominar o fogo, o homem conheceu os perfumes que exalavam das florestas em chamas. Aí começa uma história sem fim, a da relação dos homens com os poderes dos cheiros e das fumaças.

De repente você entra em um ambiente e aquele aroma característico invade agradavelmente o seu nariz, acalmando-o e trazendo benefícios muitas vezes invisíveis aos olhos. São os incensos, feitos de ervas, folhas ou madeiras aromáticas. Esses “pauzinhos” possuem inúmeras propriedades medicinais e energéticas para o seu corpo e espírito, e também para o ambiente onde você vive. Sua história caminha junto com a própria trajetória do homem, desde os tempos imemoriais em todo o planeta.

O que é Incenso?
A história do incenso não é nova: podemos dizer que ela é tão antiga quanto o homem.
A palavra “perfume” deriva do latim “perfumum”, que significa “pela fumaça”; e a palavra “incenso” vem do latim “incesum”, que significa “incendiar” ou “atear fogo”. Apenas pela etmologia dessas duas palavras podemos deduzir sua origem. O homem, antes mesmo de dominar o fogo, travou conhecimento com os “perfumes” e “incensos” através de incêndios espontâneos que ocorreram em grandes florestas onde havia árvores cujos troncos eram constituídos de madeira odorífica, como pinheiros, por exemplo.
Posteriormente, quando o fogo foi dominado, ele deliberadamente passou a queimar essas madeiras e folhas para sentir novamente o aroma que tanto o agradara.
Quando a humanidade ingressou em seu período histórico, formando as primeiras civilizações e impérios, verificamos que o incenso sempre esteve presente entre eles. Egípcios, gregos, romanos, árabes, judeus, indianos, chineses, etc, todos fizeram largo uso deles. Há 2000 anos, quando nasceu Cristo, os três reis magos, vindo do oriente, o presentearam com ouro, incenso e mirra, um metal precioso o duas resinas aromáticas, muito usadas até hoje.
Até entre os chamados “povos primitivos” o incenso está presente. Todas as tribos do mundo, nos cinco continentes, possuem seus “rituais de fumaça”, onde folhas e madeiras resinosas são queimadas para exorcismos, invocações etc.
Como podemos constatar, a história do incenso se perde na noite dos tempos. Mas essa longa história não fez com que envelhecesse ou perdesse o fascínio. Pelo contrário, ele se torna cada vez mais jovem, a cada dia mais presente no nosso cotidiano.
Muitas são as propriedades atribuídas a determinadas fragrâncias, que antes eram restritas ao campo da magia e atualmente são confirmadas e explicadas pela Aromaterapia. Sabe-se hoje em dia que a canela tem uma efetiva ação antidepressiva, que o aroma da rosa branca atua contra o estresse, facilitando a meditação e a compreensão entre as pessoas, que o almíscar estimula a sensualidade e o romantismo... Cada incenso possui propriedades e indicações específicas.
O uso de incensos nada tem a ver com determinadas crenças ou religiões. Seu uso pode e deve ser natural e espontâneo. Todas as pessoas apreciam um bom perfume para colocar sobre o corpo. Por que então, não perfumar a atmosfera onde vivemos e trabalhamos.
O incenso é ao mesmo tempo antigo e moderno, regional e universal, mágico e científico, uma verdadeira ponte entre os homens e os deuses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário