Antonio Parreiras e seu museu

Museu Antonio Parreiras realiza exposição panorâmica do seu acervo no vizinho Museu do Ingá. Evento comemora as sete décadas do MAP e mostra o projeto de requalificação e restauração de seus prédios e jardins

Antonio Parreiras - Dolorida - Nu feminino (Paris, França)

   Para marcar seus mais de 70 anos, o Museu Antonio Parreiras, espaço da Secretaria de Estado de Cultura, realiza a exposição "Antonio Parreiras e seu museu" no vizinho Museu do Ingá, de 17 de outubro a 21 de janeiro de 2014. As datas de abertura e de encerramento da exposição não foram escolhidas por acaso: dia 17 de outubro foi o aniversário de morte de Parreiras e, dia 21 de janeiro, o dia em que o museu foi inaugurado.
  O primeiro museu brasileiro dedicado à obra de um único artista inicia, até o fim do ano, obras inéditas de restauração de seus prédios e jardins, construídos há mais de um século. Atualmente, o MAP está fechado à visitação pública, mas continua atendendo pesquisadores. Criado em 1941, no bairro do Ingá, em Niterói, o Museu Antonio Parreiras divulga e preserva a obra do artista e suas coleções, na casa projetada pelo renomado arquiteto Ramos de Azevedo e construída por Antonio Parreiras, reconhecido como o maior pintor paisagista brasileiro.
  A exposição, com curadoria de Pedro Vasquez, Paulo Knauss e Kátia de Marco encontra-se dividida em quatro segmentos para apresentar um panorama do acervo do MAP, com 62 obras, entre pinturas e desenhos do artista e seus contemporâneos, aspectos de sua biografia, uma cronologia histórica do prédio - casa, atelier e museu, além do Programa de Requalificação Institucional, com a proposta de sua restauração civil e renovação de conteúdos e programação. Complementando a exposição, haverá ações educativas e de interação com a comunidade, entre elas, o seminário com os curadores, lançamento do catálogo da exposição e de um documentário sobre o museu, em parceria com a Unitevê da Universidade Federal Fluminense. A exposição acontece também no momento de fundação da Associação de Amigos do Museu Antonio Parreiras - AMAP.

Nicolau Antonio Facchinetti. Vista da entrada da baía do Rio de Janeiro, s/d. Óleo sobre tela 35 x 84,4 cm (com moldura)

Sala Antonio Parreiras e sua arte
  Com curadoria de Kátia de Marco, diretora do MAP - enfatiza a vertente paisagística da obra de Antonio Parreiras na seleção de pinturas emblemáticas exercitadas ao ar livre, gênero no qual o artista mais se destacou. Como complemento, serão mostradas significativas obras na representação da sua pintura histórica e de figuras humanas pertencentes ao acervo do MAP.

Sala Arte Brasileira e Arte Estrangeira
  Com curadoria de Paulo Knauss - a arte no tempo de Antonio Parreiras, apresentando obras de pintores brasileiros e europeus contemporâneos do artista, destacando telas de seus amigos e colaboradores, além de peças da Coleção Alberto Lamego, conhecido colecionador fluminense de arte da época.

Antonio Parreiras. Árvore Morta, 1936.
Óleo sobre tela 94,3 x 117,6 cm
História de um pintor contada por ele mesmo
  O curador Pedro Vasquez traça um perfil autobiográfico do artista, composto por trechos extraídos das páginas do livro original História de um pintor, publicado por Antonio Parreiras em 1926 e, em edição revista pelo autor, em 1936, um ano antes de seu falecimento. Vazquez também destaca a "Sala Cronologia: Antonio Parreiras - casa, atelier e museu", - uma cronologia ilustrada dos 108 anos da casa e 71 anos do MAP com material iconográfico pertencente ao seu arquivo histórico, valorizando sua rica coleção documental, ainda pouco conhecida do grande público, além de apresentar uma analogia com momentos significativos da História durante o período e depoimentos em vídeo de personalidades vinculadas à obra de Antonio Parreiras.

O Museu Antonio Parreiras
  Localizado numa área de 5.000 m2, o MAP se divide em três edificações, interligadas por um jardim romântico, traçado pelo próprio artista. O antigo ateliê e a casa onde viveu seu filho Dakir costumavam sediar as exposições de longa duração. Na Vila Olga, onde residiu sua filha, que dá nome ao espaço, funciona atualmente a reserva técnica.
  O complexo arquitetônico do MAP foi tombado pelo (IPHAN), em 1967. Construído para ser a residência e ateliê de Antonio Parreiras, foi viabilizado pela venda de suas obras, em importante exposição em São Paulo.
  No chamado "Palácio da Rua Tiradentes", Parreiras viveu com sua família e trabalhou por 43 anos em seu ateliê, realizando parte significativa de sua obra e inúmeras exposições, do final do Império ao início da República. Após o falecimento do artista, em 1937, o Estado do Rio de Janeiro adquiriu da família todo o espólio, e fundou o Museu Antonio Parreiras, em 21 de janeiro de 1942.

  O acervo do MAP se formou com as obras, documentos, fotografias e coleções do Parreiras e, ao longo dos anos, cresceu a partir de aquisições periódicas e doações privadas e públicas. Obras significativas de Antonio Parreiras valorizam o acervo, como os conjuntos pictóricos de paisagens, de fatos históricos e de figuras, com destaque para os nus femininos. Nas obras das coleções do artista se destacam o tríptico "Terra Natal", "O Fogo", "Os Invasores" e "Dolorida". O MAP também abriga a Coleção Alberto Lamego, de obras das escolas Flamenga, Holandesa, Italiana e Portuguesa dos séculos XVI ao XIX.

Serviço
Exposição "Antonio Parreiras e seu museu"
Até 21 de janeiro de 2014
Local: Museu do Ingá
Rua Presidente Pedreira, 78 - Ingá - Niterói - RJ
Telefone: (21) 2717-2919 / museudoinga@hotmail.com
Funcionamento: Terça a sexta, das 12h às 17h
Sábado, domingo e feriados, das 13h às 17h

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