Por Julia Jacobina
O Pensionato Artístico na República Velha
A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição O Pensionato Artístico Paulista na República Velha (1889-1930), com 17 obras realizadas entre 1889 e 1925, por artistas que participaram do Pensionato Artístico. Entre eles Pedro Alexandrino, Campos Ayres, Mario Villares Barbosa, Dario Villares Barbosa, Helena Ohashi, Marcelino Vélez, Oswaldo Pinheiro, Valle Júnior, Lopes de Leão, Monteiro França e Túlio Mugnaini.
O estado de São Paulo, diferentemente do Rio de Janeiro, só passou a contar com uma Escola de Belas Artes na década de 1920. Antes disso, as possibilidades de ensino artístico estavam relacionadas às aulas particulares nos ateliês dos artistas residentes na cidade, nas pequenas escolas de duração efêmera ou ainda nas escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios.
O Pensionato Artístico foi criado como uma alternativa oficial para o aprimoramento no exterior, prática comum também na Europa, como maneira de possibilitar aos considerados como talentosos a permanência em centros artísticos consagrados, normalmente com a exigência de uma produção determinada para a formação de acervos, sob o patrocínio de recursos do poder vigente no período, ampliando a respeitabilidade e o domínio das entidades promocionais, tanto sobre a formação e seus preceitos, quanto no quesito da comercialização e formação de coleções privadas.
Ao contrário de outras bolsas ou auxílios de estudo, o Pensionato Artístico não obedecia a nenhum concurso regular. Normalmente, o mecanismo para obtenção da bolsa era a realização de uma exposição individual na cidade, convidando-se então as autoridades para o evento, ou a doação de um quadro para a recém-criada Pinacoteca ou para algum político proeminente. Os bolsistas poderiam escolher a cidade da Europa onde queriam se estabelecer para estudar; sem sombra de dúvida, Paris foi a preferida. Muitos dos pensionistas se inscreveram na Académie Julian, de programa ainda relacionado com o ensino acadêmico empreendido pelas academias de belas artes. Frequentavam ainda ateliês, igualmente de orientação mais tradicional e, algumas vezes, acadêmica. Quase todos realizaram cópias e exercícios nos grandes museus e muitos participaram dos salões oficiais.
A exposição apresentará 17 obras que foram produzidas por estes artistas e doadas ou compradas para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, tentando sublinhar como tais entradas revelam um determinado gosto ou padrão em alguns períodos da história da instituição. A maioria - salvo algumas exceções - foi poucas vezes exibida e muitas passaram grandes períodos emprestadas a órgãos governamentais para a decoração de salas de visitas ou ficaram relegadas à reserva técnica.
Exposição "alisabel viril apagão fenomenal"
A Casa Triângulo apresenta a partir de 04 de abril de 2013, às 19h, a exposição "alisabel viril apagão fenomenal" do coletivo internacional Assume Vivid Astro Focus - AVAF. A mostra coloca em questão as políticas atuais de verticalização da cidade, discutindo o desenvolvimento imobiliário brutal e crescente da cidade de São Paulo. Serão exibidas animações psicodélicas geométricas que relacionam a cidade aos corpos mutantes das transexuais - um corpo futurista híbrido de geometria e travesti. A escultura "Big Ben" - uma homenagem a um estabelecimento homônimo encontrado na região do Baixo Augusta - , a instalação "Mesas Calçadas" - criadas com ladrilhos hidráulicos da bandeira do Estado de São Paulo - e uma pintura de parede inspirada nos alfabetos usados por pixadores completam a exposição. O coletivo já se apresentou em algumas das mais importantes instituições do mundo, como no MoMA, no The New Museum, no The Whitney Museum, no MOCA Cleveland e no MCA Chicago, além de Bienais como Whitney Biennial e Bienal de São Paulo. O AVAF deu roupagem contemporânea ao Tropicalismo e pôs o mundo inteiro para sambar com suas instalações criadas em neon, animações psicodélicas, geometrias lisérgicas, máscaras, fotografias, colagens artesanais e digitais.
Ruído Branco
Expoentes da vídeoarte são exibidos em mostra organizada pela curadora espanhola Maria Iñigo Clavo. No período dos dias 3 de abril, a partir das 17:00h, até 11 de maio a galeria Jaqueline Martins apresenta a exposição coletiva Ruído Branco, com curadoria da artista, pesquisadora e curadora espanhola Maria Iñigo Clavo. Partindo da obra Charades (Charadas, 1976) do artista norte-americano Bill Lundberg, a mostra alude à uma história da vídeo arte a partir dos anos 70. A intenção é traçar paralelos entre cinco artistas de origem e períodos diversos, cujas experimentações provaram-se essenciais na formulação e expressão das novas linguagens da vídeo arte.
Feira de Arte e Antiguidades "Vitrine dos Jardins"
Inaugurada em março, a Feira de Arte e Antiguidades "Vitrine dos Jardins" já está entrando na programação dos colecionadores, decoradores, arquitetos e amantes da arte em São Paulo. Com peças genuinamente autênticas e vintagese, e curadoria de Luiz Louro, o evento acontece sempre aos domingos, das 10h às 18h. Realizada em um dos pontos mais luxuosos e com espírito de vanguarda artística na cidade - a Rua Augusta e os arredores dos jardins - feira conta com a participação de 40 stands com os principais comerciantes de obras de arte e antiguidades do Brasil. Projetados pelo arquiteto Paulo Hatanaka, os espaços dos expositores apresentam tratamento e acabamento especial de luxo, com tubos galvanizados cobertos por um tecido exclusivo com motivos chineses, vasos de porcelana azuis e brancos e mesa de exposição. Endereço: Shopping Vitrine Augusta, que fica na Rua Haddock Lobo, 1307 e Augusta, 2530 - Jardins - São Paulo- SP.
Galeria de Arte do Banco República - Uruguay apresenta individual de Felipe Fontoura
A Galeria de Arte do Banco República - Uruguay recebe entre 13 de março e 10 de maio a exposição "Capsula de Vida", do fotógrafo curitibano Felipe Fontoura. A mostra já exibida em setembro de 2012 na Galerie Ricardo Fernandes, em Paris, tem curadoria de Cildo Oliveira.
Cápsula de Vida trata-se de um ensaio fotográfico realizado em cidades brasileiras em que o ovo é o protagonista. A ideia do ensaio saiu de uma tradicional simpatia portuguesa à Santa Clara - acredita-se que santa tem poder de trazer bom tempo, por analogia de seu nome com o verbo clarear - pede-se a ela o fim das tormentas, fazendo a oferenda de um ovo no telhado ou em cima do muro. Ao sair com o ovo pelas ruas e registrar sua presença em locais não convencionais, Felipe Fontoura pretende refletir sobre a forma, a pureza e a fragilidade, além de debater temas relacionados à criação e à vida.
Informações para esta coluna: areliquiasp@gmail.com
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