Galeria da Academia

O Rapto das Sabinas, de João de Bolonha, numa das salas da  Galeria
Fundada juntamente com a Academia de Belas Artes em 1784, pelo então Grão-Duque da Toscana Pedro Leopoldo, a Galeria da Academia em Florença, na Itália, tinha como objetivo desenvolver um centro de ensino de arte que agrupasse outras escolas existentes, como a já famosa Academia das Artes do Desenho, tendo como sedes o Hospital de São Mateus e o Convento de São Nicolau de Cafaggio. A Galeria deveria proporcionar aos estudantes acesso a um grupo seleto de obras de arte que serviriam como estímulo e exemplo para estudo e desenvolvimento dos futuros artistas.
Na época de sua fundação a Galeria contava já com obras importantes como o modelo em gesso da escultura O Rapto das Sabinas de Giambologna, e logo passou a ser enriquecida com pinturas removidas de igrejas e conventos extintos pelo Grão-Duque no final do século XVIII e depois por Napoleão em 1810.

O David, de Miguel Ângelo
Em 1873 trasladou-se o David de Michelangelo de sua posição original na Piazza della Signoria para dentro de um espaço especial da sede da Galeria, seguindo-se uma reorganização do material em acervo, passando algumas pinturas antigas para outros museus da cidade e obras mais recentes para o museu do Palácio Pitti. Por outro lado continuaram as aquisições. A galeria guarda uma importantíssima coleção de esculturas de Michelangelo: no ambiente da entrada à tribuna encontram-se a Pietà da Palestrina, e o inacabado São Mateus, destinado à Catedral de Florença.
Outras obras do mestre estão naGaleria dos Cativos, assim denominada em função dos quatro famosos Cativos de Michelangelo, idealizados originalmente para o túmulo do Papa Júlio II. Incompletas, que não foram usadas no túmulo, e passaram a decorar nos Jardins de Boboli do Palácio Pitti, onde ficaram até 1909. Nas paredes se alinham obras de alguns pintores estreitamente ligados a Michelangelo, como Granacci e Ridolfo del Ghirlandaio.


Nossa Senhora do Mar, de Botticelli ou Lippi

Na espaçosa Tribuna, ergue-se o original da estátua de David (1501), que o artista realizou para substituir a Judite de Donatello, na tribuna em frente ao Palácio dos Priores. Esta sala conserva uma imponente coleção de pinturas da Escola Toscana dos séculos III a IV. À direita do salão da Tribuna, várias salas menores guardam preciosidades, como a Pietà de Giovanni de Milão, e obras do século XV florentino, como a Anunciação de Lorenzo Monaco e a Nossa Senhora do Mar, cuja atribuição é duvidosa (Botticelli ou Filipino Lippi).
Em anos recentes tem sido buscada uma reaproximação do elo original com a Academia de Belas Artes, organizando-se exposições de obras de artistas intimamente ligados à instituição, e abriu-se espaço para a instalação em suas dependências do Museu de Instrumentos Musicais, com um rico acervo que pertencia ao Conservatório Luigi Cherubini, uma ramificação da Academia criado da mesma forma que a Galeria.


A Pietà de Palestrina

Também há pouco tempo foram remodelados alguns espaços de exposição e ampliada a coleção de pinturas com fundos de ouro dos séculos XIII ao XV, incluindo grandes polípticos e peças de altar que antes não podiam ser exibidas.

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