Colecionador constroi Catedral do Whisky em meio a antiguidades



Dono da maior coleção de whisky da América Latina, com 10 mil itens, o empresário José Roberto Briguenti mostra para A RELÍQUIA suas demais coleções no interior paulista.

Por Nara Alves

Sob um friozinho de 16 graus, o empresário José Roberto Briguenti apresenta a Catedral do Whisky em sua casa de campo, em Itatiba, no interior de São Paulo. Dono da maior coleção da bebida na América Latina, com 10 mil itens, Briguenti oferece cobertor e explica que é importante manter a temperatura baixa por causa do controle de umidade, que deve estar abaixo de 50%. Mas logo adianta que o sistema está sendo reformado para manter a umidade ideal sem a necessidade de tanto frio. "Aqui só não funciona eu. O resto funciona tudo", brinca.
O "resto" a que Briguenti se refere são suas outras coleções. Apenas 5 mil garrafas de whisky estão na Catedral, decorada com um confessionário do Colégio Dom Bosco, púlpito, bancos de igreja, pia batismal e ofertório. Outras 5 mil garrafas vazias enfeitam a área residencial, onde ele exibe as demais coleções. Delas fazem parte um relógio de 1790, uma vitrola de 1917, lustres do Rio Antigo de 1910, uma balança norte-americana aferida em 1906, um Chevrolet de 1928, entre outras antiguidades. 
 
José Roberto Briguenti com uma vitrola de 1917
Na garagem, 4 mil lápis estampados com propagandas de diversas épocas e 850 xícaras e pires com marcas de café estão guardadas em móveis de madeira imbuia que na década de 30 pertenciam a uma farmácia e a um armazém de grãos a granel. Em breve, Briguenti explica, terá de se desfazer dessas coleções para abrigar 3,5 mil mini-garrafas de whisky. "Não me apego às coleções", conta. Maior prova disso é o fato de ele ter se desfeito de sua primeira, de cachaças.
Outra coleção prestes a sair das mãos de Briguenti é a de máquinas do acervo de Ludovico Evaristo Mungioli, com dez equipamentos fotográficos como Rolleiflex, Polaroide e acessórios, com toda a documentação. "Não vou atrás de nada. As coisas vêm atrás de mim. Então, não sei dar a importância disso", explica. Mas não é sempre assim. 
 
As garrafas mais caras da coleção
Briguenti sabe valorizar sua coleção de 80 unidades de garrafas da cerâmica inglesa Royal Dalton de 1909, assim como seu decanter italiano Renascentista, de 1600, e a garrafa com receita médica, nome do paciente, dosagem e dosador, de 1929, plena Lei Seca. Ele mostra com orgulho o móvel adquirido da mansão da família Sampaio demolida em 1913, na Avenida São Luiz, centro da capital paulista. Segundo ele, a família decidiu sair da região com as construções do Theatro Municipal e Viaduto do Chá, que transformaram o local num dos pontos mais movimentados do País.

Antigos vitrais proveniente de igrejas
Desapego
Mais de 13 mil unidades de garrafinhas de diversas bebidas se amontoam em caixas num quartinho nos fundos da residência. "Preciso me desfazer disso tudo, talvez trocar, ainda não sei", diz. O objetivo é continuar colecionando, mas sem ter de ampliar muito mais o espaço dedicado ao hobby. Isso porque a disputa por espaço na casa onde a família passa os finais de semana é constante, além das despesas.

Xadrez com mini-garrafas de wisky
Divorciado após três décadas de casamento, Briguenti é pai de três filhos e aguarda o primeiro neto. "Isso aqui não tem dona. Só tem dono. Tá precisando de uma dona", anuncia o empresário, que emagreceu recentemente mais de 10 quilos. Aos 60 anos, o técnico em edificações começa a se afastar do comando dos 530 funcionários de sua empresa de terraplanagem, a Terram, em Alphaville, para se dedicar ao hobby.
O ofício no setor de construção é herança do pai, pedreiro falecido em 1960, quando o filho era criança. Hoje, o contato com empresas de demolição muitas vezes favorece o empresário na hora de conseguir as madeiras e os vitrais que utiliza na decoração dos ambientes. A pequena pá que o pai usava para trabalhar - relíquia guardada pela mãe por décadas -, está emoldurada junto com o rascunho do planejamento do casebre de três cômodos construído pelo pai. Ao contrário dos itens que compra para depois se desfazer, Briguenti não deve tirar a pá da parede de sua sala tão cedo.

Garrafas raras, parte da coleção
Serviço
Catedral do Whisky
Para marcar uma visita:
www.catedraldowhisky.com.br

Whisky com receita médica

2 comentários:

  1. Olá zé,fiquei adimirado com suas coleções e contente em lhe escrever algumas palavras pois faz muito tempo que não nos falamos.
    Foi por acaso que descobri o seu robby,eu sabia que você gostava de garrafas antigas e miniaturas de tratores quando estive no seu escritorio pela ultima vez em 2008.
    Um abraço marcio (OSWALDO CRUZ).

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  2. Boa noite Zé,

    Tenho dois Dimple em garrafa de cerâmica Branca, lacrados e perfeitos, mas não tenho muita informação e gostaria de vende-los, será possível me dar uma ideia de valor e ano destas garrafas?

    Segue link:
    http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-480585182-antiguidade-colecionador-dimple-43-anos-garrafa-faianca-1960-_JM

    Agradeço qualquer informação, pois não encontrei nada a respeito deles na web.

    Obrigado,
    Eduardo

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