Desorganização e queda nas vendas marcaram a Art Rio

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    Os erros de organização ocorridos em 2012 voltaram a ocorrer na terceira edição da Art Rio, com as vendas mantendo o viés de baixa em relação às duas primeiras feiras. O maior problema desse ano foi de acessibilidade e de estacionamento, pois o tempo de espera na entrega dos carros pelo serviço de Valet durou até duas horas, deixando os visitantes desesperados, ao ponto de muitos deles resolverem ir até o local do estacionamento para pegar o carro. Lá chegando, o cenário era assustador, centenas de chaves jogadas ao chão, e para achar sua chave cada motorista tinha que procurar naquela montoeira de chaveiros. Se em 2012 a chuva molhou e danificou obras de arte, neste ano foram as pessoas que se molharam, porque os guarda-chuvas na entrada da feira eram escassos, conforme publicou um jornal de grande circulação. A galeria Gentili Apri Berlin teve o estande mais prejudicado em 2012. Outra galeria que reclamou muito da desorganização naquele ano foi a londrina White Cube.
   Muitas galerias de arte estrangeiras que participaram em 2012 não retornaram para a 3ª edição da ArtRio - Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. Das oito galerias londrinas que estiveram presentes no ano passado, apenas duas retornaram: White Cube e Nosco. Das nove galerias de New York que estiveram na feira, cinco ficaram de fora em 2013: Sonnabend, Marlborough, Sikkema Jenkins & Co, Tanya Bonakdar e Magnan Metz. Da Alemanha (Berlim), três das cinco galerias presentes em 2012 não estiveram no Rio em 2013. A ausência de galerias da Escandinávia (duas em 2012: Andersen's Contemporary e Nils Staerk) foi também muito sentida, assim como a saída da única galeria asiática de 2012 (Kaikai Kiki, de Tóquio, Japão), e das espanholas Fernando Pradilla, de Madri, e Senda, de Barcelona, sem contar a suíça Hauser & Wirth (Zurique).
   Turbinada pela ajuda financeira da prefeitura do Rio de Janeiro, além de outras benesses raramente concedidas a eventos desse tipo, e ajudada pela novidade da feira numa cidade carente de salões de arte, a ArtRio superou as expectativas, levando seus organizadores a dobrar o tamanho da feira. Apesar disso, o resultado financeiro e a desorganização foram provavelmente os motivos da saída das galerias estrangeiras.      Na noite de abertura para convidados, no início de setembro, uma imensa fila se formou em frente ao armazém dois do Píer Mauá, acumulando milhares de pessoas - que estavam esperando seus carros, os quais seriam levados pelos manobristas, que não chegavam - ou fazendo estas pessoas disputarem um táxi para deixar o evento. Com a desorganização da feira e as obras na região do porto, o caos se instalou. Foi um "salve-se quem puder". Os galeristas consideraram fraca a abertura da Art Rio e as vendas durante a feira não atingiram o volume das edições anteriores. O público reclamou muito, também, do preço do catálogo e da qualidade da comida servida nos quiosques.

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