Toz, Traço e Trajetória

Baiano, de Salvador, sempre foi desenhista. Toz conta em seu livro biográfico "Toz, Traço e Trajetória" que desde pequeno desenhava seu cotidiano, na capital baiana e criava suas histórias. Percebeu também que desenhava para expressar seus sentimentos, os mais diversos.
O grafite começou a entrar em sua vida anos mais tarde, em 1998, quando estudava design no Rio de Janeiro e frequentava a Lapa para "conhecer os personagens da cena carioca", diz, acompanhado de seu amigo Rodrigo - ROD - conhecedor do grafite e principal incentivador de Toz.
No livro, Toz conta que começou a grafitar copiando e aos poucos foi criando seu próprio traço; no início usava as letras, mas percebeu que seu negocio eram os personagens clássicos como: herói, princesa, apaixonado, bonzinho, sábio, chato e o vilão, e suas histórias por eles ilustradas.
Sempre produzindo muito, foi além dos muros e das duras da polícia e em 2007, pela primeira vez, mostrou seu trabalho em uma galeria de arte, em Belo Horizonte - MG e garante que essa, também, foi a primeira vez que conseguiu reunir suas "ideias, desenhos, telas e objetos e comunicar um conjunto, uma unidade, uma linguagem própria".
Vendedor de Alegria Tropical
           
Insônia
O primeiro personagem apresentado no livro é o "Insônia, um personagem noturno, urbano, estranho, sobrenatural e carismático" inspirado nos cariocas boêmios e freqüentadores da madrugada, que Toz gosta de freqüentar e observar. Além dos insones e boêmios, Insônia tem elementos da Feira Popular de São Joaquim, em Salvador, local que sempre atraiu o grafiteiro e onde gosta de visitar.

Vendedor de alegria
Indo mais além, criou um personagem que saiu das telas, trazendo-o à realidade palpável e com a ajuda de uma costureira, transformou o desenho em um boneco de pano com a cabeça de bolas coloridas e o expôs. O Vendedor de Alegria surgiu, mais uma vez, da cena carioca, mas dessa vez trocando a noite pelo dia e o asfalto pela areia; é resultado do fascínio de Toz por um vendedor diferente, que não vendia mate ou biscoito globo, mas sim bolas gigantes e coloridas, ganhando dinheiro com a diversão das crianças.
Depois da exposição as bolas do Vendedor foram doadas para uma creche, mais uma vez divertindo crianças.

Liberdade - Presídio Frei Caneca - RJ
Carlos Vergara, artista plástico, convidou-o ara participar de sua mostra "Liberdade", como foi intitulada, no Complexo Penitenciário Frei Caneca, que seria implodido. Grafitou, direto no muro no presídio, portas de celas, janelas.
Sinais do Fazer - Juazeiro do Norte, CE
Em 2012 viveu mais uma nova experiência, a convite da professora cearense Agalíze Damasceno e da curadora Isabel Portella, Toz foi para o Ceará para um projeto com workshop com estudantes locais e a criação de um painel para a cidade. Conta que se surpreendeu em todos os momentos da viagem e passou a enxergar seu próprio trabalho de maneira diferente e diz, positivamente, acreditar ser esse o objetivo das viagens "acho que é para isso mesmo que viajamos: para mudarmos o nosso ponto de vista".

Painel na Zona Portuária do Rio de Janeiro
Painel Maracanã

O muro da supervia, localizado em frente ao estádio de futebol Maracanã, com uma extensão de 20m de largura por 2,5m de altura, virou uma tela feita pelo grafiteiro com a ajuda de 11 jovens do Instituto Bola pra frente, que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, na faixa etária de 6 a 17 anos. A obra faz parte do projeto "Several Players, one Goal", da Missão Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas e demais Organismos Internacionais. A obra será fotografada e transformada em plotagem para ser exposta na sede da ONU, em Genebra.

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