Chaplin e a sua imagem

Primeira grande mostra sobre Charles Chaplin (1889 – 1977) a partir dos arquivos de sua família ocupa o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio



O Centro de Artes Helio Oiticica apresenta, até o dia 29 de Abril de 2012, a exposição “Chaplin e sua imagem”, que reúne mais de 200 fotografias de produção (stills) e feitas em estúdios de filmagens, muitas delas inéditas, vídeos documentais e gravuras do acervo da família Chaplin e de outras instituições, públicas e privadas.

"Chaplin e sua imagem” é a primeira grande mostra concebida a partir dos arquivos da família Chaplin que conta a história de Charlie Chaplin. Com curadoria do francês Sam Stourdzé, especializado em fotografia e que é diretor do Musée de l’Elysée, em Lausanne, Suíça, desde 2009.


A mostra está dividida em quatro grandes temas: “A criação de Carlitos”, “Chaplin como cineasta”, “Da fama ao exílio”, e “Fala Chaplin, morre Carlitos”.

“A criação de Carlitos” traz fotografias e trechos de filmes que permitem reconstruir a formação gradativa e consolidação do personagem criado por Chaplin. Carlitos não foi sempre o vagabundo triste, solitário e extremamente humano, tão profundamente enraizado na memória coletiva. Pelo contrário, o Carlitos pela primeira vez exibido na tela, em 1914, revelava uma figura trapaceira e quase antipática, com grande inclinação pela mulher do vizinho, que aplicava golpes em seus próprios comparsas, truques sujos em geral, além de pontapés dissimulados, sempre e onde quer que pudesse fazê-lo. O personagem não seria diferente até a produção do longa “O Garoto”, de 1921.

“Chaplin como cineasta” mostra a preocupação de Chaplin em fazer as coisas do jeito certo. De volta a uma locação, retomando a construção de uma cena, desnudando a mecânica de uma peripécia ou a coreografia de um movimento: são esses os detalhes que nos permitem vislumbrar seu perfeccionismo. Chaplin foi universalmente aclamado como um ator, mas por trás da figura central de Carlitos, se encontra a de um grande cineasta.

“Da fama ao exílio” aborda um período difícil na vida de Chaplin. No auge da glória, optou pelo engajamento político, e da década de 1930 em diante, seus filmes foram notadamente marcados por elementos de crítica social. Durante a caça às bruxas do Macartismo, em 1952, no navio que o levava para a Inglaterra, Chaplin foi informado que seu visto americano não seria renovado. Ele passaria então a viver na Suíça com Oona, sua última esposa, e seus oito filhos.

“Fala Chaplin, morre Carlitos” traz a passagem do personagem Carlitos para surgir a voz do cineasta. Chaplin adiou a data fatídica o máximo que pôde. Em “Luzes da Cidade” (1931), seguiu alegremente protagonizando um personagem cujo mundo era mudo. Ao final de “Tempos Modernos” (1936), se vê Carlitos, agora pronto para fazer-se ouvir, lançar-se em uma canção cuja letra havia esquecido: o público descobre sua voz sem entender uma única palavra. Finalmente, decidindo, em 1940, encarar abertamente um assunto sério, permite que Carlitos fale, no que seria o último papel do personagem. E o discurso tanto tempo reprimido é entregue a toda a humanidade, na forma de uma mensagem de paz e esperança.



CHARLES CHAPLIN – BREVE HISTÓRICO

Charlie Spencer Chaplin nasceu em Londres, em 16 de abril de 1889, e morreu em Vevey, Suíça, em 25 de dezembro de 1977. Aos vinte anos, partiu com o grupo teatral de Fred Karno para os Estados Unidos, onde chamou a atenção de Mack Sennett, diretor da Keystone Studios. Seu primeiro curta, “Making a Living”, data de 1914 e foi no segundo, “Kid Auto Races in Venice”, que Carlitos, o Vagabundo fez sua primeira aparição. Entre 1914 e 1923, Chaplin fez mais de 70 curtas-metragens. Depois de concluir “The Gold Rush” (A Corrida do Ouro), em 1925, Chaplin começou a diminuir sua produção e a se concentrar em filmes de longa-metragem. Entre 1925 e 1967, fez oito filmes, entre eles “O Circo” (1928), “Luzes da Cidade” (1931), “Tempos Modernos” (1936), “O Grande Ditador” (1940) e “Luzes da Ribalta” (1952). A princípio um ator, passou a dirigir e produzir seus filmes, além de compor as trilha sonora.


SERVIÇO
Exposição “Chaplin e a sua imagem”

Visitação pública: Até 29 de abril de 2012

Centro de Artes Helio Oiticica

Rua Luís de Camões, 68.
(21) 2232.4213
Terça a sexta, das 12h às 20h
Sábado, domingo e feriado, das 11h às 17h

Entrada franca.

Organização: Instituto Tomie Ohtake

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