Tate é o museu nacional de arte moderna da Inglaterra, cujo acervo abrange desde o século XVI até os dias de hoje. É, também, a galeria nacional de arte moderna internacional. 

Na realidade, compreende quatro galerias: Tate Britain (aberta em 1897), Tate Liverpool (1988), Tate Saint Ives (1993) e Tate Modern (2000), além da galeria on-line (1998). Foi fundado originalmente com o nome de National Gallery of British Art e renomeado após Henry Tate fundar um edifício especialmente para o museu em Millbank, Londres.
Conhecida mundialmente como Tate Gallery, a divisão se tornou necessária porque começou a expor obras antigas, então foi decidido separar essas obras das peças contemporâneas. Assim, a Tate foi dividida, e a galeria construída em Millbank rebatizada como Tate Britain em 2002.


 Joshua Reynolds (1723 - 1792) "Três Moças"

A coleção consiste principalmente de pinturas e esculturas, mas a Tate possui, também, importantes desenhos, aquarelas e modernas estampas, desde a era pós-1945. Também, abriga o arquivo da arte britânica do século XX, contendo trabalhos artísticos, escritos de artistas, filmes, vídeos, discos e uma grande quantidade de material impresso efêmero.
Assim como os maiores museus de arte do mundo, a Tate não tem espaço suficiente para expor toda sua coleção. Por esse motivo, muda as exposições no começo de cada ano. Tal programa chama-se "Novas Exposições" e tem sido financiado pela British Petroleum desde 1990.

Em complementação, a Tate apresenta um extenso programa de exposições, com três exibições de empréstimo por ano, e outras numerosas exibições menores e especiais. A galeria também oferece programas permanentes de visitas guiadas, conferências, filmes e vídeos, assim como um grande e importante trabalho educacional.
A Tate é prioritariamente mantida pelo Estado, mas obtém substanciais fundos adicionais graças à generosidade de patrocinadores e doadores. A visita a sua coleção permanente é gratuita.


 
 John Constable (1776 - 1837) "Flatford Mill"
A história
Ao lado do British Museum, da National Gallery, da National Portrait Gallery e do Victoria e Albert Museum, a Tate é um dos grandes museus nacionais. Ela foi inaugurada em 1897 como resultado de um crescente reconhecimento da necessidade urgente de uma galeria nacional de arte britânica. Em 1889, a iniciativa foi tomada por Henry Tate, um colecionador de arte britânica cuja fortuna veio da produção de açúcar refinado. Sua companhia existe até hoje como Tate and Lyle e continua a dar suporte à galeria. Henry ofereceu à nação sua coleção e um edifício para abrigá-la, desde que o governo providenciasse um local. 


 John Singleton Copley (1738 - 1815) "A morte do Major Peirson"
 
Depois de muitos debates, esse oferecimento foi aceito e a Tate Gallery foi construída finalmente, com desenho do arquiteto Sydney Smith. Para a inauguração, a coleção de sessenta e sete pinturas de Henry Tate foi acrescida de pinturas e esculturas britânicas transferidas da National Gallery, em Trafalgar Square, entre outras.

Administrativamente, a Tate se tornou um departamento da National Gallery. Oficialmente, era chamada National Gallery of British Art, mas, logo, tornou-se conhecida por todos como Tate. Henry Tate foi nomeado baronete, tornando-se Sir Henry. Entre as obras doadas por Tate encontra-se uma das mais importantes obras-primas da pintura britânica: "Ophelia", de John Everett Millais.

Quando de sua abertura, a Tate Gallery tinha somente um sétimo do tamanho do edifício atual, mas rapidamente expandiu-se. Entre 1901 e 1906 a Tate dobrou seu tamanho, com expansão paga por Sir Henry. Em 1909 Joseph Duveen (mais tarde Sir Joseph) pagou por uma maior extensão para abrigar a Turner Bequest. Isso representou um grande desenvolvimento, trazendo para a Tate cerca de trezentas pinturas a óleo e vinte mil aquarelas e desenhos dos maiores pintores românticos britânicos.


 J.M.W. Turner (1775 - 1851) "Childe Harold's Pilgrimage". O título se redere a um imenso poema épico de Lord Byron

Além desses desenvolvimentos, que imprimiram à Tate seu objetivo, em 1917 a galeria ficou responsável pela formação de uma coleção nacional de arte moderna de outros países. Ao mesmo tempo, suas responsabilidades em relação à arte britânica se estenderam a épocas anteriores, sendo restritas a artistas nascidos depois de 1790. Também, foi dado à Tate um substancial grau de independência da National Gallery, podendo nomear seu próprio diretor e corpo de curadores. A base da coleção moderna estrangeira foi o legado da coleção de arte moderna francesa de Sir Hugh Lane, em 1916, que incluía um bom número de importantes obras impressionistas (e que agora se encontram na National Gallery). A Tate finalmente tornou-se por completo independente da National Gallery em 1954.

As galerias para as modernas coleções estrangeiras foram construídas pelo filho de Sir Joseph Duveen (posteriormente Lord Duveen), inauguradas em 1926. Em 1937 Duveen deu ao interior da Tate seu formato final, construindo a grande central de galerias destinadas a esculturas. Em 1979 houve uma grande complementação, preenchendo a última parte do local retangular original. A Tate, então, expandiu-se para o local adjacente ao abandonado Queen Alexandra Hospital. Em 1987 a Coleção Turner foi realocada no edifício Clore Gallery, doado pela Clore Foundation e desenhado pelo eminente arquiteto britânico Sir James Stirling.

Com o intuito de tornar as coleções nacionais britânicas e de arte moderna mais acessíveis a outras regiões, o corpo de curadores da Tate, em 1988, abriram a Tate Gallery Liverpool e, em 1988, inauguraram a Tate Gallery Saint Ives, em Cornwall. Tate Liverpool resultou de uma conversão de um antigo depósito do século XIX, no Albert Dock, e expõe seleções da coleção nacional de arte moderna. Tate Saint Ives encontra-se em um novo edifício, muito admirado - e desenhado por Eldred Evans e David Shalev. Muitos artistas britânicos importantes têm vivido e trabalhado em West Cornwall. A Tate tem muitas obras desses artistas e a Tate Saint Ives foi designada para expô-las no contexto na qual foram criadas. Tate Saint Ives também administra o Bárbara Hepworth Studio e o Sculpture Garden, em Saint Ives.


 John Everett Milliais (1829 - 1896). "Ophelia" - Obra-prima do pintor, inspirada na morte de Ophelia em Hamlet - obra de Shakespeare. Ophelia ficou louca com o assassinato de seu pai pelo seu amante Hamlet, e ao colher flores, escorregou e caiu num córrego. Na sua tristeza e loucura, deixou-se afogar.




Desde 1990, a Tate  tem mudado a exposição de coleção em Millbank todo ano. Essas mudanças anuais, que têm sido subsidiadas pela British Petroleum desde a sua concepção, foram introduzidas para revelar a força da Coleção e para mostrar trabalhos de arte em um novo contexto diverso. A política de rotatividade permitiu que trabalhos de artistas, que estavam negligenciados, fossem mostrados em profundidade, revelando muitos aspectos surpreendentes e fascinantes da coleção. Isso permitiu um aumento expressivo de visitantes para apreciar mais as obras de arte da Tate e influenciou fortemente a política de exposições mundo afora.

Contudo, no princípio dos anos 1990, tornou-se evidente que a Tate não poderia mais realizar uma exposição adequada de suas coleções em seu local, mesmo levando-se em conta empréstimos para Liverpool e Saint Ives. Em abril de 1994, os curadores anunciaram que uma nova Tate Gallery of Modern Art seria criada convertendo-se a estação de força Bankside, um enorme e imponente edifício desenhado por Sir Giles Gilbert Scott, ao sul do Tâmisa, oposto à Saint Paul Cathedral. Isso permitiu aos curadores dedicar o edifício em Millbank ao objetivo original de Sir Henry, qual seja, da Tate ser uma galeria nacional de arte britânica, agora estendendo-se da Renascença aos dias atuais.


Tate Liverpool 


Em 1980 começou seu planejamento, visando criar uma galeria de arte contemporânea importante no norte da Inglaterra. A "Tate do Norte" foi projetada para ser a casa da coleção nacional de arte moderna no norte da Inglaterra. Deveria ter uma identidade distinta da Tate, em Londres, e seria dedicada a mostrar arte moderna no norte e incentivar a presença de um público novo, mais jovem.

A Tate Liverpool foi inaugurada em maio de 1988, em Albert Dock, um dos maiores grupos de edifícios listados na Grã-Bretanha. A galeria sofreu um maior desenvolvimento em 1998 para criar galerias adicionais, abrir mais espaço para atividades educativas e eventos, e melhorar as instalações para os visitantes. O ano de 2008 marcou o 20º aniversário da Tate Liverpool, bem como o status de Liverpool como Capital Europeia da Cultura. O ano foi marcado por um número sem precedentes de visitantes na galeria, pela primeira vez superior a um milhão, e cimentou a sua posição como um local para grandes exposições de arte moderna europeia.


Tate Saint Ives 


Propostas para uma galeria permanente dedicada a mostrar o trabalho de artistas que vivem em torno de Saint Ives tinham sido analizadas desde 1960, mas o sonho não pôde ser realizado até os anos 1980, quando se tornou uma realidade. Tate tinha formado uma ligação estreita com Saint Ives, quando assumiu a gestão do Barbara Hepworth Museum e o Jardim das Esculturas em 1980. Ao mesmo tempo, estavam em andamento os planos de abrir uma galeria, a partir de financiamento público, com as obras emprestadas da coleção da Tate.

Em 1988, foi escolhido um prédio no local do antigo gasômetro, com vista para a Porthmeor Beach e o Oceano Atlântico. Os arquitetos Eldred Evans e David Shalev foram selecionados para tocar o projeto, que ecoou nas formas do antigo gasômetro, incluindo a rotunda, que constitui o cerne da galeria.

Em apenas seis meses, o local tinha recebido mais de cento e vinte mil visitantes - cinquenta mil a mais do que a meta original, para o ano inteiro. Desde então, a galeria tem sido um sucesso extraordinário, com uma média de duzentos e quarenta mil visitantes por ano.

A galeria está planejando uma nova fase em seu desenvolvimento.Os principais planos de construção irão proporcionar uma melhoria nos espaços destinados à exposição, áreas de educação e novas instalações para os visitantes, permitindo uma maior possibilidade de compreender a herança de artistas de Saint Ives.


Tate Modern 


Os planos para abrir uma segunda galeria em Londres, dedicada à coleção nacional de arte moderna e internacional da Tate, foram anunciados primeiramente em 1992, e assim começou a busca por um local. A antiga central elétrica de Bankside, no distrito de Southwark, às margens do Tâmisa, foi selecionada em 1994, e em 1995 os arquitetos suíços Herzog e De Meuron foram nomeados para converter o edifício em uma galeria. A proposta desses arquitetos mantém muito do caráter original do edifício, e isso foi um fator-chave na decisão.

O imenso salão central, onde antes funcionavam as gigantescas turbinas da usina, medindo 35 metros de altura e 152 metros de comprimento, com a casa da caldeira ao lado dela, foi transformado no Turbine Hall. Com a intervenção, tornou-se uma área de entrada dramática, com acesso à rampa do oeste, assim como um espaço de exposição para os grandes projetos escultóricos. 


 John Singer Sargent (1856 - 1925) "Canatioon, Lily, Lily, Rose"




Desde sua abertura, em 12 de maio de 2000, o museu promove importantes mostras temporárias de arte moderna e contemporânea, e tornou-se a terceira maior atração londrina. A Tate Modern é a mais importante galeria de arte moderna no Reino Unido, para além de ser uma das atrações mais apreciadas pelos visitantes em Londres. A galeria exibe arte moderna internacional, desde 1900 até os nossos dias, e inclui obras de grandes artistas de renome do século vinte, tais como Picasso, Warhol, Dali, Matisse, Braque, De Chirico, Francis Bacon, Chagall. A entrada para a visita à Coleção permanente é gratuita e a galeria apresenta ainda exposições temporárias que permitem explorar a obra de artistas modernos ou os movimentos artísticos de maior relevo.


 Paul Cezzane (1839 - 1906) "O jardineiro"

Desde sua inauguração, mais de 40 milhões de pessoas já visitaram a Tate Modern, que, embora fosse apenas construída para acomodar dois milhões de visitantes anuais, atrai cerca de cinco milhões de visitantes anualmente. É uma das três maiores atrações turísticas da cidade e gera uma estimativa de cem milhões de libras em benefícios econômicos para Londres anualmente.



Mais imagens do acervo, aqui.

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