A Arte do Automóvel

Por Litiere C. Oliveira

A exposição "O Fascínio do Automóvel", realizada recentemente no High Museum of Art, em Atlanta, nos Estados Unidos, examinou a idade de ouro do desenho automotivo, celebrando os dezoito anos da criação dos mais belos carros, dentro do período de 1930 até o início dos anos 1960. Durante essa era de automóveis brilhantemente desenhados, engenharia pioneira combinada com artesanato artístico e requintado foi utilizada para criar carros de incrível beleza. Criados para poucos privilegiados, esses automóveis luxuosos sob medida, englobando velocidade, estilo e elegância, exerceram influência na arte, moda e design.

Pierce-Arrow Silver Arrow - 1933.


Detalhe da traseira.
Ao realizar a exposição, o High Museum inspirou-se em uma visita a Paris, em associação com o projeto "Louvre - Atlanta", implementado por ele. Foi criado um pequeno mostruário de clássicos carros esportivos onde eram realçados a beleza do desenho, a atenção ao fino detalhe e ao grau de talento necessário para executar tal trabalho.

O conceito da exposição muito deveu ao curador Ken Gross, uma autoridade da indústria automotiva, e ao curador de artes decorativas e desenho do museu americano, Ronald Lavaco. As pessoas públicas e privadas que concordaram em compartilhar seus tesouros tornaram possível a realização da exposição.

Dirigindo com estilo, 1930 - 1965

O automóvel é um ícone da sociedade moderna. Ele acendeu a imaginação de artistas, serviu como veículo de expressão para designers e proprietários, e alavancou o crescimento econômico de nações. No seu nascimento, o automóvel foi adotado pelo movimento de arte futurista como um símbolo iconoclasta da indústria, progresso e velocidade. Na metade do século passado, em 1951, o Museu de Arte Moderna de Nova York apresentou a exposição "Oito Automóveis", que colocou o design do motor do veículo no mesmo nível com a arte e a arquitetura moderna. Apesar de ser uma construção unitária na qual tanto a carroceria como a maquinaria do carro eram desenhados conjuntamente, havia também uma clara distinção entre as "partes funcionais" o chassis e o desenho do "corpo".

Bugatti Type 57S Atalante, de 1937


Apesar da mostra de automóveis ter sido a primeira a ser realizada por um museu de arte, não estava fora das características do MoMA, que tem sido o campeão do desenho moderno através dos anos. O primeiro critério para a seleção das obras a serem exibidas nessas exposições era o da estética. Entretanto, em contraste com os utilitários de baixo custo, objetos "machine art" minimalistas, a mostra "Oito Automóveis" incluiu carros opulentos, feitos sob encomenda, por fábricas luxuosas como Bentley, Mercedes-Benz, Talbot-Lago, assim como várias outras produções extremamente bem desenhadas. Nesses automóveis a forma escultural e a engenharia mecânica avançada combinaram-se para criar verdadeiras obras de arte sobre rodas.

Dodge Firearrow III, 1954



Packard LeBaron Runabout Speedster, 1934
Durante a era dourada do automóvel, a beleza do design da carroceria do veículo ficava nas mãos dos fabricantes de carruagens. Os motores primitivos dos carros compreendiam um chassis rolante - a máquina, moldura, sistema de suspensão, rodas, direção, supridos por um determinado fabricante - e a carroceria e o compartimento do passageiro por outro tipo de fabricante de coches.
Como negócio, a fabricação de coches começou com a introdução de carruagens levadas por cavalos. Direcionado para a aristocracia, o comércio de coches era um lucrativo e respeitável empreendimento, muitas vezes passando para as mãos de uma geração para outra, como é o caso de muitas fábricas famosas de automóveis. Os produtos dos mais talentosos trabalhos eram equivalentes a esculturas de alta qualidade e às mais belas artes decorativas.



Mercedes-Benz 540K  Special Roadster, 1937
Henry Ford, que revolucionou a indústria com seu sonho de prover transporte de massa de maneira mais barata e confiável, afirmava: "Design dá maior vantagem para a potência da máquina ir além do que a mão pode fazer e nos dá uma nova concepção de arte". Num tempo quando o proprietário do automóvel era um poderoso reflexo de seu status na sociedade, sempre havia demanda para um pouco de expressão individual - alguma coisa diferente da última moda, o que acontecia ocasionalmente.


A suprema criação de uma era
Em 1929, a Grande Depressão levou várias fábricas à falência mas, durante a crise, em 1933, aconteceu a Feira Mundial de Chicago "Um Século de Progresso", lançando uma centelha de otimismo no setor, com a exibição de vários experimentos de "carros de sonho". Causou sucesso de público a forma aerodinâmica desenhada por Philip O. Wright, fabricada pela Studebaker, em South Bend, Indiana, nos EUA. Entre 1934-1937, a inovadora Chrysler Airflow aperfeiçoou a aerodinâmica, unificando mais a carroceria do carro e limitando ou suprimindo a ornamentação.

Dubonnet Hispano- Suiza H-6C, 1937


Fabricantes europeus seguiram o conceito de um estilo vistoso que atingiu seu auge no final dos anos 1930. As auto-estradas alemãs criaram grande entusiasmo pela velocidade e companhias como Mercedes-Benz e Horch, produziram carros elegantes, de grande performance, tanto para uso em estradas como em corridas. Na Itália, companhias como a Alfa Romeu suportaram a depressão econômica para criar um dos mais belos carros de estrada do mundo, enquanto simultaneamente, atingia grande sucesso no campo do motor esportivo.

Chevrolet Corvette Sting Ray, 1959
 A Segunda Guerra Mundial afetou sobremaneira a indústria automobilística. Os recursos das fábricas e os talentos dos fabricantes foram redirecionados para o esforço de guerra. Como por exemplo a Escuderia Ferrari de carros de corrida, que passou a fabricar ferramentas de máquinas. No pós guerra, a assistência financeira e tecnológica veio em 1948 por intermédio do Programa de Recuperação Européia, mas conhecido como o Plano Marshall, ocasionando, dentre outros benefícios o apóio à FIAT e à Alfa Romeo (Itália).

Tucker Mod. 48 Torpedo, 1948


Por outro lado, essa nova era trouxe mudanças radicais na estética dos automóveis. Os anos de 1950 viram aparecer luxuosos carros esportivos, desenhados por brilhantes jovens engenheiros, dando à Itália a supremacia do desenho automobilístico até a segunda metade do século. O fenômeno que salvou a Itália da devastação econômica e assegurou sua reputação como fonte para o design sofisticado, de alto estilo - de carros esportivos assim como moda, vidros, cerâmica, iluminação, bens domésticos e máquinas de escritório - veio a ser conhecido como o "milagre italiano". Novas e modernas fábricas foram sendo construídas para substituir as que foram destruídas durante a guerra.


Instalou-se uma cooperação simbiótica. Novos designs puderam ser fabricados com maior rapidez, sem grandes investimentos em novas maquinarias. O resultado foi uma indústria de exportação de alta qualidade, produtos manufaturados para um consumidor global, pronto para consumir um padrão de vida mais confortável depois de anos de austeridade por causa da guerra. Na indústria automobilística isso foi traduzido por um ágil e elegante carro esportivo.

A França deu também grande contribuição à moda de grande estilo e luxo decorativo da carroceria dos automóveis, na criação de verdadeiras obras de arte tais como Bugatti, Oclage, Delahaye e Talbot-Lago que, entretanto, foram vitimadas pela ação da guerra. 

Delage D8 - 120S, 1937


Nos Estados Unidos, seguindo um período de exuberância que incluiu o legendário Tucker Torpedo, os maiores fabricantes continuaram a introduzir grandes veículos, ornamentados por cromados, exemplificados pelo Cadillac, produzido pela General Motors, que atingiu seu auge em 1959. Entretanto, o público americano começou a ficar desencantado com a produção doméstica, passando a demandar mais por carros europeus menores, seguros e econômicos. Na Grã-Bretanha, a maior parte da produção consiste na fabricação em pequenas quantidades, como Rolls-Royce e Bentley, por exemplo.

Um surpreendente número de carros das décadas de 1930 e 1940 e especiais modelos esportivos das décadas de 1950 e 60 sobrevivem graças ao entusiasmo de colecionadores que, anualmente, os exibem, com o maior orgulho, em feiras nacionais e internacionais. Os carros vintage são cuidadosamente julgados pela autenticidade, elegância e beleza, exatamente como antes, privilegiando também a qualidade da restauração.

Jaguar XK-SS Roadster, 1957
 

Através dos anos, muito se aprendeu a respeito do processo do design, as técnicas de fabricação vintage, escolhas de cores e tecidos, e a restauração dos componentes mecânicos sempre complexos. A intenção é a de preservar e proteger esses carros, assim como colecionadores e museus têm preservado obras de arte, esculturas, arquitetura, indumentárias e joias, para que futuras gerações possam apreciar esses extraordinários artefatos rolantes de uma era que deve sempre sem lembrada. 

 
A História sobre 4 rodas

O automóvel carrega 242 anos de história, que começou mais ou menos em 1769, quando o francês Nicolas Cugnot construiu o primeiro veículo, movido a vapor, que mais se assemelhava ao que viria ser o automóvel. Os experimentos continuaram por todo o século XIX e depois da construção do motor a combustão interna, por Etienne Leonir, se tornou uma realidade, primeiro como privilégio de poucos e, atualmente, fundamental na vida do homem.
                 
O automóvel tal qual conhecemos hoje surgiu no final do século XIX, mas os experimentos e a construção de protótipos de veículos de autopropulsão, utilizando desde vapor a motor à explosão, começaram bem antes. Diversos modelos entraram para a história, como o T de Henry Ford, o Cadillac, o Rolls Royce, Mercedes-Benz e o Fusca. O que antes era excentricidade ou privilégio de poucos, hoje é peça fundamental na manutenção das grandes cidades. O automóvel tornou-se, ao longo do século passado, mais que um ícone do progresso, uma paixão de muitos.

Data de 1769 o primeiro veículo prático, construído pelo francês Nicolas Cugnot. Apesar de rudimentar, era o mais viável experimento desse tipo até então. Funcionando a vapor, possuía duas rodas traseiras e uma dianteira, sobre a qual estava localizada a caldeira que produzia o vapor que impulsionava o veículo para frente. A velocidade era de apenas 4 quilômetros horários e a cada trinta metros o veículo devia deter-se para produzir mais vapor. Cugnot construiu um segundo modelo no ano seguinte e esse encontra-se até hoje preservado no Conservatório de Artes e Ofícios de Paris.

No século XIX várias outras iniciativas de carruagens e locomotivas movidas a vapor foram bem sucedidas e este tipo de veículo começou, inclusive, a ser usado para o transporte de passageiros. Os ingleses - devido à segunda revolução industrial - eram mais numerosos nos inventos, mas havia muitos alemães, americanos e franceses desenvolvendo, simultaneamente, ideias e protótipos que evoluiriam para o automóvel moderno. Walter Hancock e Goldsworthy Gurney, ingleses, obtiveram bastante sucesso em suas empreitadas. Gurney fez circular numa reta perto de Londres três carruagens que juntas percorreram 5.700 km e Hancock, usando um modelo mais avançado, mas, ainda a vapor, estabeleceu um serviço regular de passageiros. Ambas as iniciativas esbarraram, porém, em severas e arbitrárias leis de trânsito impostas pelo Parlamento inglês, o que atrasou bastante os avanços do desenvolvimento automobilístico.

O motor a explosão estava sendo mais pesquisado, nesta época, na Alemanha, França e Áustria. Em 1860, Etienne Leonir construiu o primeiro motor a combustão interna. Uma análise termodinâmica do novo motor foi publicada em 1862 por Alphonse Beau de Rochas e estabelecia o princípio do ciclo de quatro tempos. Alguns anos depois, os alemães N.A. Ott e Eugen Langem obtiveram sucesso na aplicação deste princípio e venderam quase 35 mil motores para todo o mundo. Até hoje o ciclo de quatro tempo é princípio básico na fabricação desta que é a principal peça do automóvel.

Gottlieb Daimler, Siegfried Marcus e Karl Benz construíram veículos diferentes utilizando equipamentos de motor semelhantes. Por ter apresentado um modelo mais seguro e estável do que os que existiam até então, Karl Benz é considerado por muitos o "pai do automóvel".  Seu carro, de 1885, tinha três rodas e uma estrutura bastante leve. Rodava a 10 km/h e queimava benzina como combustível. Apresentava ainda todas as características que ainda existem na fabricação de automóveis: ignição elétrica, radiador e um sistema de transmissão ao eixo por engrenagens diferenciais. No ano seguinte, Gottlieb Daimler patenteou um motor de combustão interna de alta rotação, o que realmente tornou o automóvel um veículo viável. Seu carro tinha quatro rodas com um eixo dianteiro articulado a um pino central permitindo melhor direção, mas o principal era o alto rendimento do motor, que utilizava vapor de petróleo como combustível.




                                 Antigo carro feito por Gottlieb Daimler e o Dubonnet Hispano- Suiza H-6C, 1937

Na passagem do século XIX para o XX já existiam centenas de fabricantes independentes, nos EUA e na Europa, produzindo muitas unidades, que não eram nada padronizadas, o processo ainda bastante artesanal. A maior parte dos veículos era feita sob encomenda. O mérito do primeiro automóvel a gasolina é atribuído ao alemão Krebs. Em 1894 ele projetou o Panhard, que era uma verdadeira revolução em desenho de autoveículos. O modelo era dotado de chassi, motor vertical na frente, protegido por um capô, embreagem e freio controlados por pedais e acelerador de pé.

Mercedez-Benz 300SLR “Uhlenhaut” Coupe, 1955. A direita detalhe do interior.
Interior Mercedez-Benz 300SLR

Como os carros eram inseguros, caros, sem garantia de funcionamento contínuo e de difícil manutenção, este tipo de transporte demorou um pouco a ser aceito. Eram visto antes como instrumento desportivo - o automobilismo - do que como carro de passeio ou serviço. As condições das estradas e ruas urbanas também eram péssimas, totalmente inapropriadas para a circulação dos veículos que tinham de disputar espaço com bondes, animais, charretes e pedestres.

A indústria automobilística
A primeira fábrica exclusivamente dedicada à produção de automóveis dos Estados Unidos era administrada por Ransom Olds, na cidade de Detroit, em 1899. Esse foi o pontapé inicial que transformou Detroit na capital da indústria automobilística. A produção em série, porém, foi o que tornou o carro um bem acessível. Esse era o sonho de Henry Ford, que tinha a visão do automóvel como um meio de transporte barato, útil, prático e sobretudo seguro. Tudo isso só foi possível graças ao uso de dois fatores: peças intercambiáveis, que deveriam ser idênticas, e montagem progressiva. O primeiro carro de Ford, construído em 1896 com motor de dois cilindros e quatro tempos, andava até 100km com apenas 12 litros de gasolina, usando rodas de bicicletas com pneus de borracha. Henry Ford construiu ainda modelos de corrida que eram dirigidos por ele mesmo. 


                              Detalhes do interior do Alfa Romeu 8C2900B, 1938 e do Mercedes 540K


Considerado o carro universal, o modelo T de Ford, foi lançado em 1908. Era resistente, barato e cumpriu seu objetivo inicial: popularizar o uso do automóvel. Vendeu cerca de 15 milhões de unidades até o ano de 1927, quando deixou de ser fabricado. Sua principal curiosidade era o fato de só ter sido produzido na cor preta. Ford não estava preocupado com os padrões estéticos nem em conquistar um mercado com poder aquisitivo mais alto, que preferia o conforto e a multiplicidade de opções dos modelos de luxo.

A General Motors, porém, percebeu que o automóvel refletia o estilo e o padrão de vida de seu dono. O presidente da empresa, Alfred Sloan Jr., deu ao mercado automobilístico a feição que este possui hoje em dia. Como não podia concorrer com o preço do Ford T, definiu, num primeiro momento, cinco tipos de modelos que possuíam cinco faixas de preços diferentes. Investiu em veículos melhores e mais atraentes para conquistar um novo público consumidor. Seu modelo mais barato era o famoso Chevrolet.
Porsche 550, 1953


Outro momento importante da história do automóvel, no que se refere ao seu processo industrial, foi o lançamento do Fusca. Seu projeto data do início da década de 30 e foi feito na cidade de Sttutgard, Alemanha, na garagem de seu idealizador, Ferdinad Porsche, local que ainda hoje é a sede da Porsche. O primeiro protótipo do Fusca, o NSU, rodou até 1955 e hoje está no Auto Museu da Volkswagen. A ideia era a construção de um carro resistente, barato e popular e para isso contou com ajuda do governo alemão. Depois de meses de atraso, Ferdinand apresentou o Volksauto série VW-3, que deveria ser testado por 50 mil Km.

Em 1937 o governo de Adolf Hitler cria uma empresa estatal para viabilizar a fabricação do carro. Uma fábrica e uma cidade para 90 mil habitantes - que seriam, em sua maioria, famílias dos operários - foram construídas, e parte dos recursos empregados vinham de alemães que queriam um Kdf-Wagen (nome que o fusca recebeu por lá), mesmo sem saber quando os veículos seriam entregues. A frustração veio com a II Guerra Mundial e a utilização da fábrica para a produção de veículos militares. O fusca só voltaria a ser fabricado depois da Guerra.

Ferrari Lucra LC470

O modelo da Volks, que chegou aos EUA em 1949, ficou conhecido como Beetle e teve somente duas unidades vendidas. No Brasil o carro chegou em 1950, um lote de 30 unidades que foram rapidamente vendidas. Três anos depois o fusca começa a ser montado em São Paulo, mas ainda com peças alemãs. Em 1956, a Volkswagen dá impulso à construção de uma fábrica no Brasil e no ano seguinte lança a Kombi, seu primeiro produto nacional. O Fusca começou a ser produzido no Brasil em 1959, com 54 % dos componentes fabricados aqui. Em pouco tempo torna-se líder em vendas. O modelo sai de linha em 1986, superado por modelos bem mais modernos. Atualmente sendo produzido no México, o New Beetle é um modelo caro, tipo esportivo, adorado pelo público mais jovem.

O Charme dos automóveis de luxo

Jaguar
Williams Lyons fabricava side cars (acessório para motocicletas) quando em 1923 um amigo o pediu que personalizasse seu Austin, carro popular inglês. Uma pintura diferenciada, um para-brisa menor e mais esportivo e, em dois anos, Lyons já estava participando do Salão do Automóvel de Londres. Mas essas mudanças eram apenas maquiagem. O grande lançamento foi o Swallow Special, que tinha um super motor e suspensão rebaixada. Em 1935, inspirado nos felinos, os carros de Williams Lyons ganharam o nome de Jaguar. Sua marca registrada era a velocidade, o bom acabamento e preços bem razoáveis. Depois começou a investir em modelos de luxo. No início dos anos 40 a Jaguar revolucionou a indústria de carros fabricando um protótipo que andava a 120 milhas e logo depois seus carros passaram a ser inscritos em corridas. A Jaguar foi comprada pela Ford e continua fascinando o mundo até hoje.

Mercedes-Benz
No final do século dezenove, Gottlieb Daimler e Karl Benz já desenvolviam, em separado, diversas experiências com automóveis e motores. Ainda eram projetos feitos em oficinas domésticas. Daimler fundou uma fábrica em Sttutgart e tinha Wilhelm Maybach como engenheiro, o mesmo que anos depois trabalharia no dirigível Zeppelin. Daimler e Benz eram concorrentes, nunca trabalharam juntos e não viram os símbolos de suas empresas se unirem quando houve a fusão empresarial. A coroa de louro de Benz e a estrela de três pontas de Daimler formaram um só símbolo em 1926, para garantir a sobrevivência das duas fábricas. O nome Mercedes foi dado por uma representante de Daimler, que já havia falecido. A outra parte preservou o nome de família e Mercedes-Benz se tornou ícone na indústria de automóveis e tem o nome associado a tudo de melhor que um carro pode apresentar.

Rolls Royce
Da sociedade entre um Lord inglês - Charles Stewart Rolls - e um pobre torneiro mecânico - Frederick Henry Royce - nasceu um dos mais glamourosos automóveis que a história conhece. Henry desenvolvera sob encomenda de Charles um motor veloz, potente, mas bastante silencioso, uma novidade para a época em que a montagem do veículo era feita por encarroçadores. O primeiro Rolls Royce data de 1904, e já possuía a estatueta alada sobre o capô. Em pouco tempo o carro já era o preferido entre reis, príncipes e chefes de estado. Os dois erres grafados em vermelho passaram a ser negros em luto pela morte de seus idealizadores.

Packard
A Packard foi fundada por James Ward Packard, William Doud Packard e por George L. Weiss, na cidade de Warren, Ohio. James acreditava que eles poderiam fabricar carros melhores que os da Winton Weiss, e sendo ele um engenheiro mecanico, tinha em mente várias idéias para a melhoria do design dos carros da época. Packard não estava muito satisfeito com seu Winton, carro que havia comprado há pouco.Ele chegou a escrever para Alexander Winton uma carta com muitas reclamações e sugestões, no entanto, sentindo-se ofendido pela critica de Packard, o Sr. Winton escreveu a Packard desafiando o mesmo a construir um carro melhor. E foi o que Packard fez, construiu um carro de luxo, e assim, fez com que sua marca superasse a de Winton durante muitas décadas. Na década de 1930 a Packard Motor Car Company teve seus carros considerados muito caros, para o padrão americano, já que bem nessa época, os Estados Unidos vivam na grande depressão aconomica. Todos se referiam a Packard como sendo um dos três "P's" da realeza automobilistica americana, junto com a Pierce Arrow, de Buffalço, Nova York e a Peerless, de Cleveland, Ohio. Durante quase toda a sua historia, a Packard foi comandada pelo seu presidente e gerente geral Alvan Macauley, que também foi presidente da National Automobile Manufactures Association. Indicado para o hall da fama do automobilismo, Macauley foi o criador do slogan da packard, que era Pergunte ao homem que possui um.
A Falencia da Packard se deu em 1958, com a forte concorrência da Ford, e de novos luxuosos da Chevrolet. A Packard, que estava em conjunto com a Studebaker, não resitiu muito mais tempo. Até hoje ainda existe o prédio onde funcionava a fabrica da Packard, situada em Detroit Abandonado e caindo aos pedaços, é, segundo muitos especialistas, o simbolo maximo de uma época de ouro da fabricação de automóveis nos Estados Unidos.

Pierce-Arrow
Pierce-Arrow foi uma fábrica de automóvel sediada em Buffalo, Nova York , que esteve ativa entre 1901-1938. Embora mais conhecido por seus carros de luxo, Pierce-Arrow também fabricava  caminhões comerciais, caminhões de bombeiros, trailers de acampamento, motocicletas e bicicletas.
Em 1903, Pierce decidiu se concentrar em fazer um carro maior e mais luxuoso para o mercado, e o carro Pierce-Arrow nasceu.  Foi o produto mais bem sucedido de Pierce, e os carros solidamente construídos com motores potentes ganharam publicidade positiva ao vencer as corridas de automóveis diferentes.  George Norman Pierce vendeu a empresa em 1907, morrendo em 1910. Em 1909, o presidente dos EUA, William Howard Taft encomendou dois Pierce-Arrows (junto com um par de White Modelo Tourers M ) a ser usado para ocasiões de Estado, os primeiros carros oficiais da Casa Branca. Um restaurado Pierce-Arrow está à vista no Woodrow Wilson Biblioteca Presidencial.
 O Pierce-Arrow foi um símbolo de status, de propriedade de muitas estrelas de Hollywood e magnatas corporativos; milionários de muitas nações estrangeiras tinham pelo menos um Pierce-Arrow em suas coleções.  Em termos de carros de luxo americano era só rivalizado por Peerless e Packard, que em conjunto receberam o prêmio três P's de Motordom.
 Em 1928, a Studebaker Corporation de South Bend, Indiana, ganhou o controle da empresa de Buffalo. A empresa declarou falência em 1938 e fechou suas portas.

Bugatti
Bugatti é uma marca de automóveis fundada por Ettore Bugatti em 1909, com sede na cidade francesa de Molsheim, na Alsácia. Depois de muitos altos e baixos, ela passou para o controle italiano em 1991, com sede em Modena, onde foram montadas várias unidades do modelo EB 110. Mas a aventura durou pouco e logo a marca entrou em falência. Em 1998 os direitos sobre a Bugatti foram adquiridos pelo Grupo Volkswagen. A Bugatti apenas apresentaou como superdesportivo, três modelos, o já referido EB 110, o Bugatti Veyron e mais recentemente o Bugatti Galibier, bastante semelhante ao Bugatti Veyron, construído para festejar o centenário da marca (1909-2009), mas este agora com quatro portas. Este novo modelo da Bugatti oferece grande luxo e potência tremenda, com os seus 1001 cavalos. Um dos seus modelos, o T35 (Tipo 35), iniciado em 1924, é considerado o maior vencedor de corridas de todos os tempos, atribuindo-se-lhe 1850 vitórias em competições.

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