A abertura da 29ª Bienal, dia 21 de setembro, foi prestigiada por celebridades do mundo artístico, político e social (fotos) e estará aberta ao público até 12 de dezembro de 2010.
Nessa edição a Bienal expõe cerca de 600 obras de 159 artistas no Pavilhão do Ibirapuera. Sob a curadoria-geral de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, e contando com a consultoria dos co-curadores Fernando Alvim, Rina Carvajal, Yuko Hasegawa, Sarat Maharaj e Chus Martinez, a exposição pretende ser simultaneamente uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida e a sociedade.
O verso do poeta Jorge de Lima - "Há sempre um copo de mar para um homem navegar" - de sua obra maior, Invenção de Orfeu (1952) -, foi tomado emprestado, pois define o que a organização da Bienal almeja para essa edição. Entendem que "a dimensão utópica da arte está contida nela mesma e não no que está fora ou além dela". Como diz o poeta, "mesmo sem naus e sem rumos / mesmo sem vagas e areias", a força de seguir adiante se manifesta e é nesse "copo de mar" - ou nesse infinito próximo que os artistas teimam em produzir.
Reunindo artistas de dezenas de países, a 29ª Bienal de São Paulo apresenta forte representação de artistas da América Latina, reflexo do lugar e do tempo a partir dos quais ela é pensada: desde o Brasil e desde um momento de rápida reorganização geopolítica do mundo. Sem quaisquer hierarquias, a mostra aproxima ainda obras recentes de outras feitas há muitos anos. Obras 'históricas' não são incluídas na 29ª Bienal de São Paulo, portanto, como mero 'documento' de um tempo antigo, mas por sua importância para entender-se o mundo contemporâneo.
A mostra não será, ademais, meramente contemplativa, oferecendo ao público formas diversas de experimentar a potência transformadora da arte. Com essa ambição e esse propósito, serão construídos seis espaços de convívio que, além de servirem para pausa antes de seguir-se adiante no percurso da mostra, serão usados para atividades diversas, tais como falas, projeções, performances e leituras. Chamados de terreiros, esses espaços remetem aos largos, praças, terraços, templos e quintais, lugares abertos ou fechados, onde em quase todo canto do Brasil se dança, briga, canta, brinca, toca, chora, conversa, joga ou se ritualiza a religiosidade híbrida do país.
Por serem parte da programação dos terreiros "Eu sou a rua" e "Dito, não dito, interdito", as atividades discursivas na 29ª Bienal de São Paulo não seguirão o formato tradicional de conferências e seminários usuais em outras Bienais, concentradas em uma só data. Serão, ao contrário, distendidas ao longo de todo o período de funcionamento da mostra.
As programações de cada um desses terreiros implica a participação de muitos mais artistas na 29ª Bienal de São Paulo, além daqueles incluídos no espaço expositivo.
“Vamos garantir que a Bienal de 2010 aconteça de forma completa; fazer com que tenha um papel mais constante ao longo do tempo, mais contínuo. Minimizar isso de ter que começar do zero a cada dois anos", diz o presidente, empresário e colecionador Heitor Martins, recém eleito para o cargo.
SERVIÇO
Local: Parque do Ibirapuera, Portão 3,
São Paulo - Até 12 de dezembro de 2010
http://www.fbsp.org.br/
Entrada gratuita
Para ver imagens, acesse o álbum de fotos do Jornal A Relíquia.
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