Salão de Arte em destaque

Consagrado como o mais importante evento do setor, o Salão de Arte de São Paulo foi realizado no período de 16 a 22 de agosto passado, no clube A Hebraica. A 17ª edição do tradicional evento provou que funciona mesmo como um termômetro para o mercado de arte e antiguidades. A regularidade, a seleção dos expositores, a qualidade das peças expostas, o público especial, o forte apelo histórico e cultural, e a organização competente de Vera Chaccur Chadad são alguns dos ingredientes dessa receita de sucesso.
A organização, que a cada ano se supera, estava primorosa e o público se aglomerava (cerca de 23 mil pessoas estiveram presentes) disputando os espaços para admirar as obras de arte. "Todos os estandes já estavam reservados desde o ano passado, e muitos interessados não conseguiram um espaço no Salão", comentou Vera Chadad.
Cerca de 60 expositores, entre galeristas, antiquários, designers de jóias e colecionadores de todo o País e convidados do exterior, como Luis Alegria, de Portugal, e a Galeria SUR, do Uruguai mostraram suas preciosidades nos de 3 mil m² de área expositiva. A relação de expositores incluiu, ainda, galerias especializadas em arte estrangeira, como o japonês Minoru Nakahashi e a portuguesa Manuela Lírio. Eduardo Bettega Curial, artista contemporâneo holandês, teve seu próprio estande.
A programação cultural incluiu o pintor Sergio Telles, um dos nomes importantes no cenário internacional de artes plásticas, que estava presente como convidado, para lançar o livro Sergio Telles - Caminhos da Cor, comemorando 62 anos de carreira.
Obras raras e preciosas podiam ser vistas nos estandes dos expositores, que a cada ano se superam na excelência e qualidade das peças expostas no Salão: mobiliário de época, arte sacra, pratarias, esculturas, porcelanas, joias, pinturas, entre outras.
O público teve oportunidade de ver obras do renomado artista plástico Cícero Dias, na TNT, pinturas abstratas geométricas da década de 50, um quadro de Vik Muniz na Galeria Lordello & Gobbi, um belíssimo painel de Portinari em James Lisboa Galeria de Arte, exclusivo mobiliário de Tenreiro no stand de Fernando Braga, etc.
Raridades como um conjunto de jóias desenhado por Burle Marx, livros raros de Andy Warhol, obras do período construtivo do renomado artista plástico pernambucano, Cícero Dias, quadros de Di Cavalcanti, Portinari, um livro russo que reproduz jóias da dinastia Romanov, entre outras peças preciosas.
O setor de jóias contou com a participação de Ruth Grieco, Miriam Mamber, Patrícia MB Gotthilf, Laura Marchi, Monica Botelho e Eva Zorzetti Escritório de Designers, além da joalheria Sara e do gemólogo Daniel Berringer, que apresentou uma coleção de pedras temáticas. A Dedalo Leilões também promoveu leilão de jóias e relógios no lounge do evento.
A Sala Especial, este ano, prestou uma homenagem a arte da fotografia, organizando uma exposição para evocar os 170 anos da sua história. A mostra teve o planejamento de Max Perlingeiro e curadoria de Pedro Vasquez, diretor do Solar do Jambeiro (unidade da Secretaria Municipal de Cultura de Niterói/RJ). Um gabinete de curiosidades fotográficas foi montado, a partir da Coleção Daniel Karp Vasquez, retratando a evolução técnica da fotografia desde os processos geradores de imagens únicas até os dias de hoje na era digital. A sala, um pequeno museu da fotografia com peças originais, ainda contou com álbuns de fotografias do século XIX e catálogos da fotografia como meio de expressão.
Toda a renda proveniente dos convites da abertura e da bilheteria durante o evento foi revertida para a entidade ACTC - Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração, cuja missão é prestar atendimento multidisciplinar a crianças portadoras de doenças cardíacas, encaminhadas pelo Instituto do Coração-InCor.
Como acontece há anos, A Relíquia participou do Salão de Arte, distribuindo, somente no primeiro dia, cerca de 1600 exemplares. No total, foram distribuídos cerca de seis mil jornais durante os sete dias do evento. A Edição Extra de agosto também circulou nos eventos paralelos da capital paulista, nas feiras de antiguidades, leilões de arte, além da distribuição normal para todo o Brasil. A tiragem de 15 mil exemplares se esgotou completamente.

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