A poesia é uma história do mundo que não está registrada, são pequenos momentos da história humana. A verdade da poesia é o que comove, não o que se comprova.
(Ferreira Gullar)
Ferreira Gullar, nascido José Ribamar Ferreira em São Luís do Maranhão, em 10 de setembro de 1930 é um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e também um dos principais, e mais controversos, pensadores do país.
Crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e um dos fundadores do neoconcretismo, Gullar, ao longo da sua brilhante trajetória foi ganhador de vários prêmios importantes, incluindo o Prêmio Camões 2010, a maior distinção literária concedida a um autor da língua portuguesa pelo conjunto de uma obra.
Gullar gosta de repetir que é o poema que escolhe o momento de nascer. "É preciso uma causa, algo que me provoque um espanto", explica.
Entre um livro e outro são sempre muitos anos, o que não quer dizer que o poeta não escreve no meio tempo em que fica sem publicar. "A luta corporal foi uma aventura que nasceu de um ideal poético, impossível de atingir. O resultado é que a linguagem foi levada ao limite, implodiu. Todo livro meu é uma aventura que vai se concretizando a medida que eu faço, refaço, critico, edito". A poesia concreta é uma experiência ultrapassada; a rigor, nunca me considerei um poeta concreto, como os irmãos Campos. "De lá eu fui para a poesia neoconcreta que veio dar depois no Poema Sujo e nos poemas de hoje", considera.
Completando 80 anos no próximo dia 10 de setembro, o poeta vai comemorar a data com o lançamento do livro "Em Alguma Parte Algum ", que chega 11 anos depois da publicação de Muitas Vozes, ambos pela editora José Olympio e Zoologia urbana" (Casa da Palavra), obra que mostra as colagens de bichos estranhos e líricos feitas pelo escritor e nunca publicadas em livro . O evento acontece no dia primeiro de setembro na Livraria Travessa do Shopping Leblon, às 19h.
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