InformArte - Especial África do Sul - por Maria Helena Avena

Por Maria Helena Avena

Em clima de Copa, a coluna mostra o que está acontecendo no mundo das artes no país de Nelson Mandela

Museu do Apartheid em Johanesburgo
O Museu do Apartheid é uma parada obrigatória para os turistas que visitam Johanesburgo. Situado no subúrbio de Soweto, ao sudoeste de Johanesburgo, em uma área da faixa industrial e mineradora conhecida como Gold Reef, o Museu do Apartheid relembra os mais de 40 anos do regime de segregação racial na África do Sul, emociona e revela detalhes da época em que brancos e negros eram separados por lei. Na entrada do museu, logo na compra dos ingressos (foto ao lado), os visitantes são divididos entre 'brancos' e 'não-brancos', sem nenhum critério.
Cada grupo entra por uma porta, para que sintam, propositadamente, um desconforto e sejam transportados para a época em que brancos e negros foram separados por lei. Naquele tempo diante de um tribunal, a população era classificada pela cor: negros, mestiços, asiáticos e brancos. A partir desta separação, milhões se transformaram em cidadãos de segunda classe. Os negros não podiam visitar área determinadas para os brancos, precisavam de um carimbo especial para ter a entrada permitida, caso contrário seriam presos. Nas 32 salas do prédio de aço e concreto, o visitante conhece desde o surgimento do homem, no continente africano, ao processo de democratização da África do Sul. Passa por galerias de fotos expostas em arames farpados, sete grandes telas de 12 metros de altura como símbolos dos sete pilares da Constituição e 121 forcas que representam os prisioneiros políticos executados pelo sistema da segregação racial.
É um museu para sentir, não só revolta, vergonha ou indignação, mas também esperança. Um espaço para despertar os sentidos, para ver a humilhação e os abusos sofridos pelos negros. Quando os visitantes saem do Museu, colocam uma pedra em baixo da nova bandeira da África do Sul. Cada pedra, um visitante. Esse gesto representa uma homenagem às muitas pessoas que dedicaram suas vidas ao fim do Apartheid. A nova bandeira sul-africana passou a ser usada depois da eleição de Nelson Mandela, em 1994. O símbolo da bandeira - um Y deitado - significa: negros e brancos caminhando juntos agora em direção a uma conciliação.

Galeria de Arte de Johanesburgo
A Galeria de Arte de Johanesburgo é a maior do país e abriga algumas das mais apreciadas e importantes obras de arte, não apenas da África do Sul, mas também do mundo.
O prédio onde fuciona a Galeria, projetado por Edward Lutyens, renomado arquiteto britânico, é composto de 15 salas de exposição e jardins de escultura, e foi ampliada durante a década de 1940 com asas Leste-Oeste ao longo das galerias do Sul de acordo com os desenhos de Lutyens. O seu acervo inclui coleções de pinturas holandesas dos séculos 17, 18 e 19; de arte britânica e européia, do século 19, obras de artistas Sul Africanos, uma grande coleção de arte moderna e contemporânea, nacionais e internacionais, como: Auguste Rodin, Dante Gabriel Rossetti, Pablo Picasso, Camille Pissarro, Claude Monet, Edgar Degas e Henry Moore, e os sul-africanos, tais como Gerard Sekoto, Battiss Walter, Preller Alexis, Sumner Maud, Sydney Kumalo, Ezrom Legae e Pierneef. Abriga também uma extensa coleção de trabalhos de artistas contemporâneos locais. " O que nos diferencia é a qualidade de nossa coleção", disse Rochelle Keene, principal curador da Galeria .
Hoje, a galeria é considerada um monumento nacional. Promove regularmente exposições temporárias, exposições temáticas e algumas obras são colocadas em exposições permanentes com duração de até cinco anos.

A Arte de Pelé - o Rei do Futebol em Johanesburgo
Com os pés, Edson Arantes do Nascimento, Pelé (foto), foi o melhor de todos os artistas com a bola, mas agora também faz arte com as mãos. Na exposição "The Art of Pelé" (A arte de Pelé'), o expoente máximo do futebol-arte , ganhou espaço em uma galeria de Johanesburgo mostrando 35 telas. Sob a tutela do artista sul-africano Athol Moult, Pelé fez uma espécie de biografia da sua carreira, que começou com o menino que vendia amendoim nas ruas até se tornar o genial goleador do Santos e da Seleção Brasileira. O 'Rei', ficará em Joanesburgo até ao final do Mundial.
Local: Galeria de Arte de Johanesburgo.
Endereço: Joubert Park, esquina Klein e King George Streets. – Johannesburgo.

Exposição de fotos inéditas de Nelson Mandela no Museu de Arte de Pretória
Durante a Copa do Mundo o Museu de Pretória faz uma justíssima homenagem a Nelson Mandela, um dos mais importantes lideres mundiais, apresentando ao público uma exposição de suas fotos, inéditas. Libertado no dia 11 de fevereiro de 1990, Mandela se transformou no primeiro presidente negro da África do Sul em 1994, cargo no qual permaneceu até 1999. Dezoito meses antes de sua libertação, quando já haviam sido estabelecidos contatos secretos entre o prisioneiro político mais famoso do mundo e um governo que perdia o controle da situação, Mandela foi transferido para o centro de detenção Victor Verster, onde foi instalado em uma confortável residência. O grande líder, nascido em 18 de julho de 1918, acabava de passar 18 de seus 27 anos de detenção na prisão de segurança máxima de Robben Island, uma ilha varrida pelos ventos em frente à Cidade do Cabo.
Endereço: Cnr. Schoeman e Rua Wessels - Arcadia Park - Arcadia Pretoria - Africa do Sul.

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