Estas companhias, também chamadas guildas, hansas,
sociedades,fraternidades, corporações, uniões, eram associações de comerciantes
com objetivos comuns, possuindo variadas formas de organização. Surgiram na
Idade Média, a partir do século XI-XII, para atender aos interesses decorrentes
do comércio a longa distância - principalmente marítimo -, de determinadas
regiões do mundo. Serviam também para garantir a segurança contra a pirataria e
assaltos ou evitar a concorrência desleal de outros comerciantes. Normalmente
só as despesas comuns eram divididas, cada participante com liberdade total de
comprar e vender o que e a quem quisessem.
A primeira Companhia Regulamentada surgiu na Inglaterra, no
século XIII, fundada pela Associação dos Comerciantes do Entreposto (nos países
baixos) que comercializava lã inglesa. A seguir vieram, dotadas de
"cartas" (autorizações) pela coroa, a Carta dos Comerciantes do
Báltico (1404), a Carta dos Comerciantes Aventureiros (inglesa-1407) e a Carta dos Comerciantes da Noruega, Suécia
e Dinamarca (1408). Na Itália predominavam as associações de capitais e
pessoas, incluindo os empréstimos marítimos assegurados pelo navio ou pela
carga, que se desenvolveram em Veneza e Gênova a partir do século XIII.
As companhias de comércio desempenharam nos séculos
XVI-XVIII, durante a Era Mercantilista, um papel importante na expansão
comercial e colonial das potências marítimas européias, assumindo a forma das
Companhias de Carta (Chartered Companies). Eram de dois tipos: as Companhias
Regulamentadas pelo Estado e as joint-stocks, de capital privado, por ações. Os
investidores lucravam com os dividendos e a valorização das ações, não podendo
ser responsabilizados pelos débitos da companhia.
As primeiras companhias de capital privado surgiram na
Inglaterra, no século XVI , entre elas a dos Comerciantes Aventureiros, que foi
transformada na Cia. da Moscóvia ou Cia. Russa, em 1555. Outra foi a Cia. de
Veneza, em 1583, e a Cia. das Índias Orientais, constituída pelos ingleses em
1600. Essa companhia possuía o monopólio, no Reino Unido, do comércio com as
Índias Orientais e se tornou mais poderosa em 1763 (Tratado de Paris), quando
as vitórias de Clive fizeram os franceses abandonarem a Índia.
Entre as companhias da Holanda, destacou-se a Cia.
Holandesas das Índias Orientais, formada em 1602 pela união de seis grupos que
vinham, isoladamente, realizando o comércio com o Oriente. Passou a ter o
monopólio de navegação, comercio e administração das regiões do Oriente,
cabendo ao estado supervisiona-la. Possuía todos os poderes e privilégios de um
Estado Soberano, mas em nome da República das Sete Províncias Unidas. Em 1621
foi fundada a Cia. Holandesas das Índias Ocidentais, com o monopólio do
comércio da América, costa ocidental da África e Oceano Pacífico a leste das
Molucas.
As primeiras companhias de comércio da França foram criadas
por Henrique IV, entre elas a Cia do Canadá, em 1599 e a Sociedade para o
Comércio das Índias Orientais em 1604, e depois a Cia. das Ilhas da América e a
Cia. das Índias Ocidentais.
As Companhias de Comércio da Península Ibérica foram
constituídas a partir do século XVI. De Portugal destaca-se a Cia. Geral de
Comércio do Brasil (1649), a Cia. de Cacheu e Rios de Guiné (1676) e a Cia. do
Comércio de cabo Verde e Cacheu. A Espanha criou, em 1728, a Cia. de Caracas e
em 1747, a
das Índias Orientais, de curta duração. O capitalismo antimonopolista veio
acabar com o sistema das Companhias do Comércio.
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