Tereza Rachel em frente ao teatro |
Na ocasião, a cantora
Gal Costa estreou o show "Fa-Tal - Gal a Todo Vapor", em
uma temporada de apresentações que seriam registradas no disco ao
vivo. Tereza Rachel também produziu a montagem da peça A Mãe, de
Stanislaw Witkiewicz, após assisti-la na França. Para a montagem,
ela trouxe de Paris o mesmo diretor, Claude Régy. A interpretação
da protagonista lhe rendeu o Prêmio Molière.
Em seguida, Tereza
produz Tango, de Slawomir Mrozek, uma produção ambiciosa, que faz
com que a crítica especializada a considere a produtora mais
corajosa do Rio de Janeiro. No elenco, além dela, também estavam os
atores Sérgio Brito, Sadi Cabral e Ary Coslov.
Cartaz do show de Gal Costa que inaugurou o Teatro Tereza Rachel em 1971 |
No palco do Terezão,
como carinhosamente o Teatro é conhecido, vários sucessos da
dramaturgia brasileira e internacional foram apresentados, com
destaque para Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams,
encenado por Tereza e por Eva Wilma, em 1974, e os musicais Gota
d'Água, de Chico Buarque de Hollanda e Paulo Pontes, estrelado por
Bibi Ferreira, em 1975, e A Chorus Line, de Michael Bennett, em 1985,
marcando a estreia da atriz Cláudia Raia nos palcos, aos 16 anos, em
um espetáculo sobre dançarinos da Broadway.
Outros espetáculos de
sucesso foram encenados, como: A Visita da Velha Senhora, A Gaivota,
Escola de Mulheres, Mais Quero Um Asno, O Pagador de Promessas, Loja
dos Horrores, Jogo Mortal, Os Melhores Anos de Nossas Vidas,
Fulaninha e Dona Coisa, Chico Anísio Set, Arena Canta Zumbi, Os
Fuzis da Senhora Carrar, Sonhos de Uma Noite de Verão, Laços
Eternos, Rock Horror Show, Brincando Em Cima Daquilo e Solidão, a
Comédia.
Era o espaço para os
clássicos, para os musicais, para os dramas e para as comédias. E
também da música. Foi palco do pop, do tropicalismo, do rock, do
samba de raiz e da música nordestina.
Nos anos 70, Caetano
Veloso e Gilberto Gil brilharam no palco do Tereza Rachel. Caetano
esteve com o show Muito, acompanhado pela Outra Banda (formada por
Thomaz Improta, Arnaldo Brandão e Vinicius Cantuária). Já a
explosão da arte literária, se deu com Secos e Molhados, Raul
Seixas e Rita Lee, que manifestaram sua talentosa euforia.
A manifestação da
cultura do morro, com o Samba de Raiz, veio com Clementina de Jesus e
Cartola, que encantaram a todos com sua simplicidade. E a cultura do
sertão teve vez no Rio de Janeiro, a música nordestina muito bem
representada por Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Elba Ramalho, Moraes
Moreira e Fagner, que contagiavam o público com o embalo da sanfona.
O disco O Canto Jovem de Luiz Gonzaga, gravado em 1971, resultou no
show Luiz Gonzaga Volta Pra Curtir, em março de 1972, no palco do
Teatro.
A cultura do sertão no palco do teatro: show “Luiz Gonzaga volta para curtir” foi realizado em 1972 |
Lá se apresentaram
outros artistas e grupos consagrados como: Ivan Lins, Dzi Croquettes,
Gonzaguinha, Turíbio Santos, MPB4, Pepeu Gomes, Amelinha, Sivuca,
Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, Carmem Costa, Zizi Possi, Baby
Consuelo, Nelson Cavaquinho, Eduardo Dusek, Os Novos Baianos,
Marlene, Zé Ramalho, Elza Soares, Jackson Pandeiro, Ademilde
Fonseca, Erasmo Carlos, Geraldo Azevedo, Clara Nunes, Fafá de Belém
e Adoniram Barbosa. Além de atores, como: Paulo Gracindo, Marília
Pera, Juca de Oliveira, Elza Gomes, Dina Sfat, Aracy Balabanian,
Gloria Menezes, Sonia Oiticica, Renata Sorrah, Paulo Gracindo, Jorge
Dória, Grande Otelo, Luiz Gustavo, Sebastião Vasconcelos, Diogo
Vilela, Chico Anysio, Renato Borghi, Milton Gonçalves, entre outros.
O Teatro Tereza Rachel
tornou-se nacionalmente conhecido como um templo da moderna música
popular brasileira e das artes cênicas e foi apontado pelo público
como um dos melhores teatros privados do Rio de Janeiro.
Em 1997, devido ao seu
trabalho como atriz e produtora de cultura, foi concedido a Tereza
Rachel o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, na
ocasião em que o Teatro completara 25 anos.
Pouco tempo depois, o
Teatro fechou suas portas e foi alugado para a Igreja Universal do
Reino de Deus, para as suas pregações religiosas, entre 2001 e
2008. Sendo tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2004. Entre
2008 e 2011, o espaço foi usado pelos diretores e produtores
teatrais Charles Moeller e Cláudio Botelho como local de ensaios e
seleções de elenco dos musicais produzidos pela dupla no Rio de
Janeiro.
Em 2011, foi arrendado
pelo produtor cultural Frederico Reder, da Brainstorming
Entretenimento. Recentemente passou por reforma completa, com um
projeto arquitetônico idealizado por José Dias, o maior
especialista em revitalização de teatros do Brasil.
Quarenta anos depois de
sua inauguração, o Teatro reabriu em abril de 2012, com Bibi
Ferreira comemorando seus 90 anos de vida e 70 anos de carreira, e
tem como proposta ser uma casa de espetáculos, palco de todas as
artes. Para ampliar o espaço, foram arrendados mais três imóveis
(dois antiquários e um estúdio fotográfico), aumentando o teatro
de 1.300 metros quadrados para 1.500, com duas salas de espetáculos.
A maior, batizada de Sala Tereza Rachel, tem capacidade de 789
lugares, e a menor, Sala Paulo Pontes, conta com 200 lugares. Tendo a
empresa de telecomunicações NET como patrocinadora oficial, passa a
se chamar Theatro NET Rio.
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