Museu do Louvre

O Museu do Louvre (Musée du Louvre) é o mais importante e um dos maiores museus do mundo. Seu acervo possui mais de 380 mil peças e mantém em exibição permanente mais de 35 mil obras de arte, distribuídas em nove departamentos. Sua seção de pinturas, com 12 mil peças, perde apenas para o Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, e é, ainda, o museu mais visitado do mundo, tendo recebido 9,7 milhões de pessoas em 2012.


Localizado no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli, na linha central da Avenida  Champs-Elysées, o museu tem o seu pátio central ocupado pela famosa Pirâmide de Vidro. Para quem gosta de números, o Louvre possui cerca de três quilômetros de galerias abertas ao público, onde se pode caminhar por séculos e séculos de civilização, e por muitos quilômetros de geografia e cultura, constituindo assim o observatório mais completo para a história da arte e do mundo.

O museu abrange oito mil anos da cultura e das civilizações Oriental e Ocidental. Lá se encontram enormes coleções e artefatos do Antigo Egito, da civilização greco-romana, artes decorativas e aplicadas, obras importantes como a Mona Lisa - a estrela do museu -, a Vênus de Milo, a Vitória de Samotrácia, obras-primas dos grandes artistas da Europa, como Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, Leonardo di Ser Piero da Vinci, Rafael Sanzio, Ticiano Vecellio (ou Vecelli), Rembrandt Harmenszoon van Rijn, Francisco José de Goya y Lucientes, Peter Paul Rubens, e tantos outros. Outra preciosidade, O Código de Hamurabi, a mais antiga coleção de leis conhecida por nossa civilização, está gravado em uma estela 1 cilíndrica de diorito, descoberta na cidade de Susa, Irã (1901) também pode ser visitada no museu. Vê-se, assim, que o Louvre tem a maior e a mais diversificada  coleção de obras de arte que possa haver no mundo, e o excesso de riqueza excita qualquer visitante.
Voltando à sua localização, o Museu do Louvre está encravado no coração de Paris e ainda conserva, na sua arquitetura, a marca da época em que era o sinal inequívoco de poderio. "Posicionado-se no centro do museu e tomando como eixo visual o Arco do Triunfo e o Jardim das Tulherias , a visão se estenderá em quilômetros por uma das mais civilizadas  paisagens do mundo, e a Agulha de Cleópatra, no meio da Praça da Concórdia, passará exatamente pelo centro de nossa focalização. Alguns quilômetros mais adiante, no final dos Campos Elíseos, o Arco do Triunfo das Estrelas coincidirá também com o centro do primeiro arco e a agulha egípcia se converterá no eixo comum dos edifícios triunfais. À nossa esquerda, mais além de todos os prédios, fica o rio Sena, esse ponto máximo de toda referência parisiense e, mais adiante, la rive gauche, o Bairro Latino, o Panteon, Saint-Germain, Montparnasse... Tudo o que há muitos séculos é tradição de vida na inteligência francesa; à direita, la rive droite, os grandes bulevares, a Paris clássica e característica, a elegância. Às nossas costas, "a Paris gótica": Saint-Chapelle, Notre-Dame e a ilha de São Luís. Estar nas Tulherias, antes de entrar no Louvre, é como estar num lugar onde os séculos tivessem deixado no solo sucessivas camadas de civilização".*
Mas nem sempre foi assim!


A História
Paris fedia no século XII, quando o rei Felipe Augusto (1165 - 1223) decidiu construir o Castelo do Louvre, provavelmente porque ele se sentia asfixiado e aprisionado no velho palácio da Île de la Cité. A área em volta do local da construção servia como desembarcadouro, matadouro, peixaria, curtume e um imenso bordel a céu aberto, ambiente propício para disseminação de doenças. Não foi à toa que o rei decidiu construir também o mercado coberto em Les Halles, para transferir os comerciantes da área do castelo.
O primeiro castelo real do Louvre foi erguido por Felipe II em 1190, como uma fortaleza, projetada para defender Paris mesmo se ela fosse atacada a partir do rio. Sua aparência original (foto na página 16) em nada se parece com o palácio atual. A antiga fortaleza tinha um imponente torreão circular envolto por um recinto munido de torres e dois alojamentos. No século XIV, Carlos V (1338-1380) transformou-a em um palácio, mas foi Francisco I (1494 - 1547) e, depois, Henrique II (1519 - 1559) que colocaram abaixo o antigo Castelo do Louvre para construir um palácio real, inspirados pela Renascença.  As fundações da torre original da fortaleza estão sob a Sala das Cariátides do museu.
No entanto, a escolha do Louvre como residência real foi de duração efêmera, pois a França atravessou em seguida longas décadas conturbadas, com a loucura de Carlos VI, a violência civil e a Guerra dos Cem Anos, eventos durante os quais os reis abandonaram Paris para se instalarem no Vallée de la Loire ou na Île-de-France.
Mais tarde, reis como Luís XIII (1601 - 1643) e Luís XIV (1638 -1725) também dariam contribuições notáveis para a feição do atual Palácio do Louvre, com a ampliação do Cour Carreé e a criação da Colunata de Perrault. As transformações nunca cessaram na história do museu, e a antiga fortaleza militar medieval acabou por se tornar um colossal complexo de prédios, hoje devotados inteiramente à cultura.

as, desde o lançamento do projeto Grand Louvre pelo então presidente François Mitterrand, estão a transferência para outros locais de órgãos do governo que ainda funcionavam na ala norte, abrindo grandes e novos espaços para exposição, e a construção da Pirâmide de Vidro, desenhada pelo arquiteto chinês I. M. Pei no centro do pátio do palácio, por onde se realiza agora o acesso principal.
Rembrandt Van Rijn, Betsabé no banho (1654), ost 142 x 142 cm
"O Louvre não é, em seu conjunto atual, um palácio muito velho; o velho Louvre, ao redor da Cour Carreé (Pátio Quadrado), foi terminado há três séculos, porém o iniciado que gosta de procurar sobre as pedras a marca da história dos homens tem, entretanto, muita coisa para descobrir ao longo das salas e corredores, desde raros vestígios no subsolo do primeiro Louvre, de Felipe Augusto, até às marcas, no Pavilhão de Flora, da última revolução francesa, ou da  Comuna de 1871, que incendiou as Tulherias. E, no lado sudoeste do Cour Carreé, o corpo do rei Henrique IV foi exposto para as homenagens do povo de Paris, e existe também a escada pela qual, segundo a história ou lenda, passava o jovem Luís XIV para ir cortejar Maria Mancini, a neta de Mazzarino. Bonaparte, quando primeiro-cônsul, participava de reuniões na Galeria que é hoje chamada de Galeria Henrique IV; e, se a grande galeria não é exatamente aquela em que ele passou no dia do seu casamento com Maria Luísa, da Áustria, é a que atravessou, em um sombrio dia de setembro de 1870, a Imperatriz Eugênia, fugindo do Palácio das Tulherias para o exílio. E a mesma pedra guarda as marcas do grande esforço mantido através de quatro séculos: são os monogramas dos inúmeros reis que terminaram as diversas partes da construção".*

O nascimento do museu
O Museu do Louvre não pode ser comparado a quase nenhum museu no mundo, pois foi criado e se desenvolveu na época em que a França era a grande potência do mundo. Não é uma instituição racional , mas um fenômeno histórico. O Louvre é o que é porque é o herdeiro das coleções reais, porque é o beneficiário dos sequestros revolucionários, da concentração napoleônica, porque durante três séculos foi em Paris que se concentrou o poder e a riqueza, e os aficionados e os mecenas mais ricos, arrastando em sua estrada os melhores artistas e os melhores artesãos.
Nicolas Poussin, O Rapto das Sabinas (1637-1638), ost 159 x 208 cm
Pode-se dizer que a vocação museológica do palácio do Louvre remonta a Felipe Augusto, pois o maravilhoso castelo por ele construído já continha muitas obras de arte. Já, no século XVI, o rei Francisco I resolveu demolir a fortaleza e em seu lugar construir um palácio no estilo arquitetônico da época. A obra continuou nos reinados seguintes, e Henrique II concretizou o projeto de um suntuoso palácio composto por vários edifícios. Catarina de Médici (1519-1589) mandou edificar o Palais des Tuileries (Palácio das Tulherias) em 1564, a 600 metros do Louvre.
Casada com Henrique II, foi ela quem mandou construir a Pequena Galeria, chamada hoje Galeria de Apolo, e quem teve a ideia de unir, por meio de uma comprida galeria, o Palácio do Louvre à residência das Tulherias. Mas, foi Henrique IV, em 1595, quem começou a fazer a Grande Galeria, de 442 metros de comprimento, unindo a Galeria de Apolo ao Palácio das Tulherias. Na sequência, em 1624, Luís XIII iniciou a ampliação do Cour Carreé e mandou edificar o Pavilhão do Relógio, que depois seria ligado ao Pavilhão de Beauvais por uma ala simétrica ao Pavilhão de Lescot, sobre a atual Rua de Rivoli. Os trabalhos continuaram com Luís XIV e Mazzarino, em 1655 foi concluída a ala sul do Cour Carreé, sobre o Rio Sena, e no final de 1667 Luís XIV construiu a Colunata de Perrault, que se tornou o terceiro lado do Cour Carreé.
Com a mudança da corte de Luís XV para Versalhes, o Louvre ficou abandonado, sendo ocupado  por todo tipo de pessoas, incluindo artistas, instituições e, também, comerciantes com barracas instaladas em toda parte. Sob o governo do Rei Sol, nenhuma melhoria foi realizada, e somente no século XVIII o arquiteto Gabriel reformou o andar superior do Cour Carreé. Em 1777, o Conde de Aingiviller mandou remover os modelos das fortalezas do reino que enchiam a Grande Galeria e determinou que os arquitetos e decoradores fizessem um projeto para a instalação de um Museu nessa área do palácio, o que aconteceu em 1793. Durante o Império de Napoleão I, continuou-se  a ampliação do museu, unindo o Pavilhão Marsan na extremidade do Palácio das Tulherias, com a ala norte do Cour Carreé. Foi o arquiteto Visconti, em 1852, e logo depois Hector-Martin Lefuel, que terminaram  a união do Louvre com as Tulherias, prolongando a Grande Galeria até a metade do trajeto, por meio de edifícios paralelos, criando dois pátios internos separados pela monumental Sala dos Estados. Depois, foram criadas as salas Van Dyck, Rubens, Schlichting e Chauchard. Em 1871, a Comuna incendiou o Palácio das  Tulherias, e a III República, então, decidiu destruir definitivamente essa residência real. Com o desaparecimento desse Palácio, os dois grandes braços do Louvre abriram-se, assim, para uma grande perspectiva, que dá para o (agora) Jardim das Tulherias , a Concórdia e o Arco do Triunfo. A partir desse momento o Palácio do Louvre tomou seu aspecto definitivo.

Raffaello Santi (Rafael), A Sagrada Família,
 ost 2,07 x 1,40 cm (Col. Francisco I)

Os departamentos - Pinturas
Pode-se afirmar que o acervo do Museu do Louvre começou a ser formado na época de Francisco I, com a compra das primeiras pinturas estrangeiras. As grandes entradas de obras-primas por intermédio da monarquia aconteceram praticamente durante os reinados de Francisco I, Luís XIV e Luís XVI. O que não significa que, entre esses períodos, não tenham ocorrido aquisições. Foi Luís XII (1462 - 1515) quem introduziu na França o gosto pela arte renascentista italiana. Seu pintor preferido era Leonardo da Vinci (1452 - 1519), a quem tentou atrair para a França. No entanto, quem conseguiu trazer Leonardo foi Francisco I, instalando o mestre italiano no Castelo de Cloux, próximo ao Castelo Real de Amboise, no Vallée de la Loire.
Através do relato do Cardeal de Aragão, sabe-se que Leonardo trouxe três quadros de sua autoria, um São João Batista, uma Santa Ana e um Retrato de Mulher, sem dúvida a Mona Lisa. A Virgem das Pedras só apareceu em 1625,  em Fontainebleau. Além de Leonardo da Vinci, Francisco I também trouxe o pintor florentino Andrea del Sarto, que pintou para o rei a tela Caridade, que se encontra também no Louvre. O rei também adquiriu a obra-prima a Bela Jardineira, de Rafael.
Desde a Renascença, os edifícios do Palácio do Louvre foram concebidos para alojar obras de arte. Desde o tempo de Catarina de Médici, a Galeria de Apolo era decorada com os retratos dos reis da França. Maria de Médici, mulher de Henrique IV, encomendou a Rubens uma série de quadros, entre os quais a obra-prima Desembarque da Rainha. Os vinte e sete quadros dessa série estão expostos na Grande Galeria do Louvre. O Cardeal de Richelieu doou em 1636, a Luís XIII, entre outras obras, A Virgem, de Leonardo, e Os Peregrinos de Emaús, de Paolo Veronese. Entre 1660 e 1671, o rei Luís XIV adquiriu, do banqueiro Everhard Jabach, uma coleção que incluía todas as obras de Tiziano, que estão no museu, além de uma das mais importantes obras de Caravaggio, A Morte da Virgem.  Em 1649, o colecionador Louis La Caze, ao morrer, deixou sua extraordinária coleção para o Louvre, que incluía a Cigana, de Frans Hals, e o célebre Betsabé no Banho (ou O Banho de Betsabé), de Rembrandt.
O Pavilhão do Rei continha objetos raros e preciosidades acumuladas pela nobreza. A chamada Coleção do Rei, com peças reunidas desde a época de Francisco I à de Luís XIV, foi transferida para Versalhes pelo Rei Sol, o que gerou protestos por parte dos parisienses. Em função disso, entre 1750 e 1785, organizou-se uma exposição de obras-primas selecionadas nas coleções reais do Palácio de Luxemburgo. O sucesso foi tanto que o Marquês de Marigny, Superintendente Geral dos Edifícios do Rei, e seu sucessor, o Conde de Angivillier, desenvolveram a ideia de tornar o Louvre um museu permanente . O projeto se transformou em lei em 6 de maio de 1791, quando a Assembleia Revolucionária decretou que o palácio deveria ser um repositório de todos os monumentos das ciências e das artes. Grande parte das peças levadas para Versalhes voltaria depois para o Louvre.

Hyacinthe Rigaud, Retrato de Luís XIV, rei de França (1701), 
ost 277 x 194 cm
O enriqueci
mento mais espetacular das coleções reais, porém, foi, sem dúvida, conseguido por Luís XIV, pois sob o seu reinado foram adquiridas cerca de 1.500 pinturas, com predominância dos mestres da época, entre eles Nicolas Poussin, Claude Gellée (ou Claude Lorrain) e Charles Le Brun. O Rei Sol recebeu de presente, da República de Veneza, a Refeição em Casa de Simão, de Veronese, e o Príncipe Pamphilj ofereceu a Deusa da Boa Ventura, de Caravaggio. O rei já possuía, em 1681, quatorze obras de Van Dick. A compra de vinte quadros do Príncipe de Carignan, em 1742, permitiu a entrada de obras importantes, como A Virgem com Cordeiro, de Rafael, o Anjo Gabriel Abandonando Tobias, de Rembrandt, e a Virgem da Almofada Verde, de Andrea Solari.
Quando o museu foi inaugurado em 10 de agosto de 1793, pôde oferecer um panorama quase completo da pintura italiana, flamenga e holandesa dos séculos XVI e XVII. Além das coleções reais, houve um incrível acúmulo de obras apanhadas na Itália e em Flandres, e o acervo continuaria a aumentar no período do Primeiro Império. Além dos espólios de  guerra, o acervo cresceu como consequência da Revolução. Nessa época, o  confisco dos bens da Igreja levou ao Museu Central, transformado em Museu Napoleão, obras excepcionais, como A Virgem do Chanceler Rollin, de Van Eyck, e em 1802 o museu adquiriu a série única de Francesco Lazzaro Guardi, A equestre Pestre Senef. 
Aliás, mesmo o Congresso de Viena tendo imposto a restituição da maioria das obras tomadas pelo Diretório  e por Napoleão (cerca de cinco mil peças), o museu conseguiu conservar centenas de quadros, dentre eles As Bodas de Canaã, de Veronese, São Francisco, de Giotto di Bondone, a Virgem com Anjos, de Cenni di Petro Cimabue, a Coroação da Virgem, de Fra Angelico, e a Virgem da Vitória, de Andrea Mantegna, entre outros.
Em 1863, com a aquisição da Coleção Campana - um total de 643 telas italianas dos séculos XIV e XV -veio a Anunciação, de Leonardo da Vinci. As compras continuaram e, em 1870, foi adquirida a tela Rendeira, o primeiro Johannes Vermeer do Louvre, e Boi no açougue, de Rembrandt. Foi nesse ano, na III República, que o museu passou a ser Museu Nacional e as obras tornaram-se propriedade do Estado. Posteriormente, em 1897, foi criada a Sociedade dos Amigos do Louvre, a quem o museu deve uma série de impressionantes doações. Os Mendigos, o único quadro de Pieter Brueghel (o Velho) existente no museu, foi doado por Paul Martz. A doação de Carlos de Beistegui, em 1942, levou ao museu uma das maiores  telas de Goya, o Retrato da Marquesa de Solana. O Barão de Rothschild, por sua vez, doou o Retrato de Lady Alston, do pintor inglês Thomas Gainsborough.
Os numerosos quadros franceses do século XVII procedem, na sua maioria, das igrejas e conventos de Paris. O Louvre deve muito também a Mazzarino, e depois a Jean-Baptiste Colbert, a formação do acervo de pintura francesa. O primeiro tinha adquirido grande quantidade de telas de Nicolas Poussin, a maior parte (32 quadros) adquirida de início por Luís XIV. O rei encomendou ao pintor Hyacinthe Rigaud o magnífico Retrato de Luís XIV, pintado em 1701. A pintura francesa se enriqueceu com as telas de Ferdinand Victor Eugène Delacroix, dentre elas a famosa A Liberdade Guiando o Povo, adquirida diretamente do pintor em 1831. As aquisições continuaram regularmente até 1915 e, mais recentemente, o museu recebeu a preciosa pintura A Virgem da Cartuxa, de Jean de Beaumetz.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as coleções do Museu do Louvre foram evacuadas, com exceção das peças mais pesadas, que permaneceram protegidas por sacos de areia. Esse acervo foi inicialmente depositado no Castelo de Chambord (Real Château de Chambord), no Vallée de la Loire, e a seguir foi dispersado em vários locais, permanecendo constantemente em mudança, por medidas de segurança. Mesmo esvaziado, o museu reabriu ao público em 1940  com uma coleção de cópias em gesso de estátuas célebres.
A reorganização das coleções do museu na década de 1980 dividiu o conjunto de pinturas, e as peças produzidas após 1848 foram transferidas para o Musée d'Orsay. O restante permanece exposto na Ala Richelieu, no Cour Carré e na Ala Denon.

Escriba sentado, Saqqara, 2620-2500 a. C. Calcário pintado, Alt 53 cm


Antiguidades egípcias
O Departamento de antiguidades egípcias do Louvre conta com  mais de 50 mil objetos, e abrange os períodos desde o Antigo Egito até a Arte Copta , incluindo os períodos helenístico, romano e bizantino, e seu conjunto oferece uma ampla visão da cultura e sociedade egípcias em todos os seus aspectos. Esse departamento foi criado em 1826 por decreto do rei Carlos X, impressionado pela atuação do egiptólogo Jean-François Champollion. Entre outras realizações, o rei também adquiriu 4.000 peças pertencentes a Henry Salt, egiptólogo e cônsul  da Inglaterra no Cairo (Egito). Nesse conjunto  veio A Grande Esfinge de Tanis e a grande cuba em granito do faraó Ramsés III. Além disso, o acervo cresceu com as remessas de achados arqueológicos das expedições francesas ao Egito. Instalado na Ala Denon e em salas do Cour Carré, a coleção inclui papiros, múmias, joalheria, instrumentos, jogos, armas e outros objetos de arte. Dentre as peças mais interessantes, estão a famosa escultura O Escriba Sentado, a estela do Rei-Serpente, e O Portador de oferendas , além de sarcófagos e objetos variados.

Antiguidades Orientais
Este Departamento concentra-se na história e arte do Oriente Próximo desde as primeiras civilizações até antes da presença muçulmana na região, e seu desenvolvimento acompanhou o desenvolvimento da arqueologia oriental na França. As primeiras aquisições ocorreram por obra de Paul-Emile Botta, que em 1843 realizou uma expedição a Khorsabad (Iraque), e seus achados deram origem ao Museu Assírio do Louvre. A coleção é particularmente notável pelas peças da Suméria e da cidade de Akkad (Mesopotâmia), como a Estela dos Abutres, as estátuas de Gudea e de Abih-il (ou Ebih-Il), touros alados de Khorsabad, e painéis de azulejos esmaltados de Susa (Irã), e o Código de Hamurabi.

Antiguidades gregas, romanas e etruscas
Este Departamento é um dos mais antigos do Louvre, foi projetado desde o nascimento do Museu Central das Artes, em 1793, mas inaugurado somente em 1800. Sua coleção inclui peças de toda a região do Mediterrâneo, desde o período Neolítico até o do Helenismo. O conjunto começou a ser formado no tempo do rei francês Francisco I, e neste início se concentrava em esculturas. Os saques revolucionários e os saques de guerra de Bonaparte na Itália aumentaram muito o número de obras greco-romanas. A compra da coleção dos príncipes Borghese, da Itália, em 1807, por Napoleão I (mais de 500 mármores) colocou o Louvre em primeiro lugar no ranking dos museus com mais antiguidades. Mais tarde, o museu passou a receber vasos, cerâmicas, trabalhos em marfim, afrescos, mosaicos, vidros e bronzes de várias procedências. Pontos altos desse vasto Departamento são a Vitória de Samotrácia, a Vênus de Milo, o Apolo de Piombino, a Diana de Versalhes, o Hermes amarrando as sandálias, e o vaso Hércules e Anteu, este último de  Eufrônio.

Arte islâmica
Embora seja o Departamento mais recente do museu - foi criado em 2003 -, sua coleção de mais de seis mil itens cobre 13 séculos de história da arte islâmica na Europa, Ásia e África, entre vidros, metais, madeiras, tapetes, cerâmicas e miniaturas. A primeira seção islâmica do Louvre foi criada em 1890, por dois conservadores do Departamento de Objetos de Arte, Émile Molinise e Gaston Migeon . Dentre as peças expostas destacam-se como principais: a Píxide de Al-Mughira, uma caixa de marfim da Andaluzia; o Batistério de Saint-Louis, uma bacia de metal do período Mamluk; e o Vaso Barberini, um vaso de metal da Síria.

Estatueta da deusa Ishtar - Babilônia, cerca de 250 a.C. Alabastro, ouro, bronze e rubis. Alt. 25 cm


Esculturas
Este Departamento concentra-se nas peças de escultura criadas antes de 1850 e que não se enquadram no departamento de antiguidades etruscas, gregas nem romanas. Desde o início o Palácio do Louvre foi um depósito de obras escultóricas, mas a sistematização de suas peças só aconteceu depois de 1824. Seu acervo primitivo era na verdade reduzido a cerca de 100 peças, pela mudança da corte para Versalhes, e assim permaneceu até 1847. Somente na administração de Louis Charles Léon Courajod, a partir de 1871, a representação de esculturas cresceu, especialmente quanto às peças francesas. Com a criação do Museu d'Orsay parte do acervo recolhido até então foi transferida para esse museu, permanecendo no Louvre as obras criadas antes de 1850. Atualmente as peças francesas estão expostas na Ala Richelieu, e as estrangeiras na Ala Denon. O conjunto de esculturas da França oferece um painel amplo e farto dessa modalidade de arte: vai desde a Idade Média até meados do século XIX, com destaque para: Le tombeau de Philippe Pot (a tumba de Philippe Pot); o par de esculturas representando Carlos V e Joana de Bourbon, a Fonte de Diana; o magnífico conjunto de esculturas de Madonnas góticas; e obras de escultores do porte de Jean Goujon, Germain Pilon, Jean-Antoine Houdon, Antonio Canova, Giambologna (Jean Boulogne), os irmãos Andrea e Giovanni della Robbia, e o maior de todos, Michelangelo (Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni).

Artes decorativas (Objetos de Arte)
Este Departamento cobre desde a Idade Média até meados do século XIX, tendo sido criado como uma subseção do Departamento de Esculturas. Foi incorporando obras confiscadas na Revolução Francesa e outras oriundas da Basílica de Saint-Denis, o mausoléu da monarquia francesa. O Departamento recebeu grandes acréscimos com a aquisição das coleções Durand, Revoil, Sauvageot e Campana. As peças são exibidas no primeiro pavimento da Ala Richelieu e na Galeria de Apolo. Dentre seus itens mais preciosos estão a coroa de Luís XV, o bronze Nesso e Djanira, de Giambologna, o Vaso Suger (ou A Águia de Suger), a tapeçaria A caça de Maximiliano, a coleção de vasos de Sèvres da Madame de Pompadour, e a decoração dos apartamentos de Napoleão III.



Gravuras e desenhos
A origem deste grande Departamento, com mais de 100 mil peças, está nas coleções reais. Foi sendo aumentado com aquisições e doações, e foi aberto ao público primeiramente em 1797. Hoje está organizado nas seções : o antigo Cabinet du Roi e seus acréscimos posteriores; e nas exibidas no Pavilhão de Flora . Em virtude da sensibilidade à luz dos papéis existentes nesse Departamento , apenas uma pequena parte dessa coleção se encontra em exposição, e as peças são constantemente substituídas , mas consultas podem ser efetuadas mediante agendamento. Alguns dos autores mais importantes com obras em desenho ou gravura são: Leonardo da Vinci, Rembrandt, Jacques-Louis David, Jean-Honoré Fragonard, Jean-Auguste Dominique Ingres, Delacroix, Charles Le Brun, A.L.Barve  e Albrecht Dürer.

Artes da África, da Ásia, da Oceania e das Américas
Este departamento começou a ser formado em 13 de abril de 2000, quando cerca de cento e vinte obras da África, da Ásia, da Oceania e das Américas entraram no Louvre para serem exibidas nas salas do Pavilhão das Sessões. Não foi observada nenhuma hierarquia entre as obras, que são mostradas num percurso lógico, tanto a nível histórico como geográfico, começando pela África, depois abordando a Ásia e Oceania, seguindo para a Ilha de Páscoa, América do Sul e terminando no Ártico. O departamento foi composto pelas mais belas pecas das coleções públicas do Museu do Homem, Museu Nacional das Artes de África e da Oceania, e museus regionais como o de Boulogne-sur-Mer, de Rochefort, etc.

¹ Pedra vertical monolítica destinada a ter inscrições
Fotos: Litiere C. Oliveira / Reproduções / Arquivo
Fonte: Museu do Louvre, Réun. des Musées Nationaux, Texto de Jean Chatelain, Jeannine Baticle,
Arquivo A Relíquia, Wikipédia.


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