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Lasar Segall

O museu comemora centenário da primeira exposição - Segall brasil 1913-2013


O Museu Lasar Segall comemora este ano o centenário da primeira exposição realizada por Lasar Segall (1891-1957) no Brasil, em 1913. Para marcar esta importante data, em março o museu abriu duas exposições, Lasar Segall 60 fotografias (até 02 de junho), e 50 obras do acervo (longa duração), acompanhadas do lançamento das publicações impressas de mesmo título. A primeira exposição individual de Lasar Segall no Brasil, em março de 1913, contou com o apoio do senador José de Freitas Valle (1879-1958), e foi realizada num salão alugado à Rua São Bento, 85, São Paulo. Na mostra, por cautela, o artista expõe obras de caráter neo-impressionistas, e obras de um estilo pessoal que começava a se delinear. Na vernissage, o prestígio do senador ajudou a lotar o salão, mas foi a qualidade da sua obra que conquistou o público e a imprensa, atraindo também o interesse da classe artística. No final da mostra ganhou do crítico Abílio Miller o título de "pintor de almas".


Em declaração à imprensa, Jorge Schwartz, diretor do Museu Lasar Segall disse que "A exposição de 2013 abriu o horizonte dos artistas daqui e pavimentou o caminho que levou Anita Malfatti a fazer a exposição de 1017 e a impulsionar o movimento modernista brasileiro."
Em maio do mesmo ano, Segall dá aulas de desenho à jovem Jenny Klabin. Em junho o artista realiza exposição no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, e doa à instituição sua pintura Cabeça de menina russa (1908). No final de 1913, Segall regressa à Europa, deixando várias obras em coleções brasileiras, entre as quais a de Freitas Valle, na qual ficaram três trabalhos, inclusive o Auto-retrato I (c. 1911).
Em declaração recente à imprensa, Jorge Schwartz, diretor do Museu Lasar Segall disse que "A exposição de 2013 abriu o horizonte dos artistas daqui e pavimentou o caminho que levou Anita Malfatti a fazer a exposição de 1017 e a impulsionar o movimento modernista brasileiro."

Segall Brasil 1913-2013 - 50 obras do acervo

Foto do artista feita em 1919
A exposição 50 obras do acervo apresenta uma seleção, escolhidas entre as mais representativas da produção de Lasar Segall, incluindo quatro trabalhos que participaram da mostra de 2013: as pinturas "Leitura" e "O Violino", o pastel "Asilo de velhos" e o desenho "Volendam". O acervo do museu é composto por mais de três mil itens, entre pinturas a óleo (sobre tela, papelão ou papel), pinturas sobre papel (aquarela, guache, pastel), esculturas (gesso, argila, terracota, cimento, bronze, pedras diversas), gravuras (litografia, xilogravura, gravura em metal, monotipia) e desenhos (grafite, carvão, nanquim, lápis de cor, caneta hidrográfica), incluindo desenhos de anotação e projetos para cenários e figurinos.
É possível acompanhar, nesta seleção, o caminho percorrido pela arte de Segall na Alemanha, desde a admiração inicial pelos impressionistas alemães até sua inserção no movimento expressionista, do qual participa ativamente como um dos "expressionistas eslavos", ao lado de Chaim Soutine e Marc Chagall. A emigração para o Brasil, em 1923, promove significativa mudança de rumo nessa obra, inaugurando sua "fase brasileira".
O repertório de temas de Segall privilegia os assuntos extraídos da cultura judaica e seus personagens são expressões de um sentimento de compaixão pelo ser humano existencialmente marginalizado.
No Brasil, Segall se interessa pela natureza tropical, pela arquitetura das favelas e pelos tipos humanos, principalmente os negros, exóticos ao olhar europeu. Às tonalidades sóbrias do período alemão somam-se cores mais iluminadas. Nos ambientes que recendem a intimidade, como seu ateliê e a natureza de Campos do Jordão, ele produz pinturas sensuais, de colorido único, que um crítico qualificou de "a cor Segall". Os problemas sociais e políticos continuam a merecer sua atenção, sobretudo durante a Segunda Guerra, quando ele cria pinturas de grandes dimensões. Na última década de vida, Segall retoma temas anteriores, encerrando sua trajetória com as séries Florestas, Erradias e Favelas.

Segall Brasil 1913-2013 - 60 fotografias do acervo

Lasar Segall e, ao fundo, sua primeira esposa Margarete,
na praia, em Hiddensee Alemanha. Verão de 1922
A exposição de fotografias apresenta 60 registros colecionados por Lasar Segall e, que hoje, compõem o Arquivo Fotográfico Lasar Segall (AFLS). As imagens disponíveis retratam o cotidiano em família, o ambiente de trabalho, a convivência com outros artistas e amigos, constituindo-se em registros de época, que revelam aspectos tanto de sua personalidade como do meio intelectual que frequentou na Europa e no Brasil. Há exemplares bastante significativos de retratos, paisagens, eventos, registros de viagens, além de reproduções de sua obra. Assim, neste valioso corpus documental, estão representados importantes fotógrafos e estúdios fotográficos brasileiros e europeus, tais como Hildegard Rosenthal, Sasha Harnisch, Benedito Junqueira, Hugo Erfurth, Gregori Warchavchik, Hugo Zanella, entre outros.

Sobre o artista
Lasar Segall (Vilna, Lituânia 1891-São Paulo, SP, 1957). Pintor, gravador, escultor, desenhista de origem judaica. Inicia estudos de arte em 1905, na Academia de Desenho do mestre Antokolski, em Vilna, Lituânia. Muda-se para a Alemanha em 1906 e estuda na Escola de Artes Aplicadas e na Academia Imperial de Belas-Artes, em Berlim. Em 1910, vai para Dresden, onde frequenta a Academia de Belas-Artes. Nesse período inicial na cidade, amplia seu contato com a pintura impressionista e realiza, em 1910, a primeira mostra individual na Galeria Gurlitt. No final de 1912, vem para o Brasil e, no ano seguinte, expõe em São Paulo e Campinas. Retorna à Europa em 1913 e, a partir de 1917, envolve-se com a nova geração expressionista de Dresden. Volta ao Brasil, onde fixa residência em São Paulo, em fins do ano de 1923. Na capital paulista, Lasar Segall torna-se um dos protagonistas do cenário da arte moderna, considerado um representante das vanguardas europeias. É um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (spam), em 1932, da qual se torna diretor até 1935. Dez anos após sua morte, em 1967, a casa em que morava na Vila Mariana, em São Paulo, é transformada no Museu Lasar Segall.
Idealizado por Jenny Klabin Segall, viúva do artista, o Museu foi criado pelos filhos Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall em 1967. O acervo atual teve início com a doação da família à Associação Museu Lasar Segall que, em dezembro de 1984, se transformou no Museu Lasar Segall, hoje uma unidade do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), órgão do Ministério da Cultura. O Museu Lasar Segall tem como principal objetivo conservar, pesquisar e divulgar a obra de Lasar Segall, promovendo para esse fim exposições e publicações. Constitui-se em atuante centro cultural, com atividades e cursos nas áreas de gravura, fotografia, literatura, cinema e biblioteca.

Montagem da exposição de Lasar Segall na primeira Bienal de São Paulo, c. 1950

Serviço
Segall Brasil 1913-2013: centenário da primeira exposição de Segall no Brasil
Exposições:
Lasar Segall 60 fotografias
Período: 16 de março a 02 de junho de 2013
50 obras do acervo
Período: 16 de março - longa duração
Local: Museu Lasar Segall - IBRAM - MinC
Endereço: Rua Berta 111, Vila Mariana, telefone: (11) 2159.0400
Horário: Diariamente das 11h00 às 19h00. Fechado às terças-feiras
Site: www.museusegall.org.br
Entrada Franca

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