Modigliani nasceu em uma família judia, em Livorno, Itália. A cidade portuária serviu, por muito tempo, de refúgio para os perseguidos devido sua religião e era o lar de uma grande comunidade judaica. Seu avô materno, Solomon Garsin, tinha emigrado para Livorno no século XVIII.
Pinturas de Modigliani, que ficou conhecido também como o “pintor que amava as mulheres”. |
Modigliani foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e sua esposa francesa, Eugenia Garsin. Seu pai era um cambista, mas quando seu negócio faliu, a família começou a viver na pobreza. O nascimento de Amedeo salvou a família da ruína, pois de acordo com uma lei antiga, os credores não podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente quando Eugenia entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus pertences mais valiosos colocando-os em cima dela.
Modigliani teve uma estreita relação com sua mãe, que deu-lhe aulas até ele completar dez anos. Na infância, sofreu de diversas doenças graves: pleurisia, tifo e tuberculose, o que comprometeu sua saúde pelo resto da vida - mas cujo tratamento forçava-o a constantes viagens e grande intercâmbio cultural até a mudança definitiva a Paris, em 1906.É conhecido por ter começado a desenhar e pintar precocemente, antes mesmo dos estudos habituais. Aos quatorze anos, durante uma crise de febre tifóide, ele delirava e em seus delírios, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no Palazzo Pitti e na Galeria Uffizi, em Florença. Sua mãe então prometeu que o levaria a Florença assim que se recuperasse. Ela não só cumpriu a promessa como o matriculou com o melhor mestre de pintura em Livorno: Guglielmo Micheli.
Como outros pintores e artistas, viveu a experiência da extrema pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue para Modigliani uma exposição individual na galeria Weil. A exposição durou apenas um dia, pois se transformou num escândalo graças aos nus expostos na vitrine da galeria.
A obra acima, Jeune femme Mme Cadorin, faz parte da mostra do MNBA |
Em 1906 mudou-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boêmia, executou uma de suas obras mais importantes: "O violoncelista", que expôs no Salão dos Independentes de 1909. O encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani, que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do Gabão. Nota-se em suas esculturas uma forte influência da arte africana e cambojana, que provavelmente conhecera no "Musée de l'Homme". Seu interesse pelas máscaras africanas é evidente no tratamento dos olhos de seus modelos. Com o agravamento de sua doença, a partir de 1912 abandona a escultura, concentrando-se apenas na pintura.
A grande musa de Amedeo foi Jeanne Hébuterne, com quem teve uma filha, Jeanne, em 1918. Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918. Na noite de 24 de janeiro de 1920, aos 36 anos, Modigliani morre de tuberculose, agravada pelo consumo excessivo de álcool e drogas (haxixe). Foi sepultado no célebre Cemitério do Père-Lachaise. No dia seguinte à morte do pintor, sua esposa Jeanne, grávida de nove meses, suicidou-se ao atirar-se do quinto andar de um edifício.
Veja também Modigliani no MNBA
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