Conhecida como um dos principais eventos de arte contemporânea da América Latina, a Bienal do Mercosul fica em cartaz até 15 de novembro, em Porto Alegre - RS. Sob o título Ensaios de Geopoética, a 8ª edição da Bienal trata da territorialidade e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Reúne 105 artistas de 31 países que desenvolveram obras relevantes para discutir noções de país, nação, identidade, território, mapeamento e fronteira sob os aspectos geográficos, políticos e culturais.
O projeto curatorial está composto por sete grandes ações, abordadas por meio de estratégias expositivas e ativadoras: Casa M, Cadernos de Viagem, Continentes, Além Fronteiras, Cidade Não Vista, Geopoéticas e uma exposição do artista homenageado Eugenio Dittborn. Os espaços expositivos que recebem as mostras da Bienal são os Armazéns do Cais do Porto, o Santander Cultural, o MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul e diversos espaços da capital e de outras cidades do Rio Grande do Sul. Mais de vinte cidades recebem artistas, obras, exposições e atividades pedagógicas, entre elas Bagé, Caxias do Sul, Ijuí, Montenegro, Pelotas, Santa Maria, Santana do Livramento, São Miguel das Missões e Teutônia.
A equipe curatorial é composta de sete profissionais latino-americanos: José Roca (Colômbia) - curador geral, Pablo Helguera (México) - curador pedagógico, Alexia Tala (Chile), Cauê Alves (Brasil) e Paola Santoscoy (México) - curadores adjuntos, Aracy Amaral - curadora convidada e Fernanda Albuquerque (Brasil) - curadora assistente.
Ykon - Coletivo formado por Oliver Kochta-Kalleinen e Pekko Koskinem em 2003. Vivem em Helsinque, Finlândia. A Geopoetic flag workshop (Oficina de bandeira geopoética) (2011) é uma obra participativa, na qual o público foi convidado a criar uma bandeira como resultado de uma oficina de dois dias. Ykon propôs ao público cortar as bandeiras das 203 nações oficialmente aceitas pela ONU em suas diferentes cores e formatos, para logo reordena-las em uma grande bandeira coletiva. O propósito da oficina é incentivar a discussão sobre as convenções que regulam este onipresente elemento de grande carga simbólica
Na abertura do evento, ocorreu o Seminário Internacional Ensaios de Geopoética. Com um formato que mesclou conferências e performances, o seminário debateu as questões abordadas no projeto curatorial da 8ª edição, apresentando diferentes perspectivas sobre geopolítica, territorialidade, fronteiras, nação e representação simbólica dos países. Artistas, pensadores, cientistas políticos, fundadores de micronações reais e fictícias, curadores e líderes comunitários de várias partes do mundo estiveram reunidos no seminário para debater essas questões. A artista espanhola Cristina Lucas, o presidente da Associação Comunitária Rosa Osório Marques - Quilombo Morro Alto, Wilson Marques da Rosa, o antropólogo argentino, radicado no México, Néstor García Canclini, e a professora Maria Adélia de Souza, catedrática de Direitos Humanos da Universidade Católica de Lyon foram alguns dos convidados.
Jon Rubin & Dawn Weleski - Performance The Speech of the Swans (O discurso dos cisnes)
No Parque da Redenção, aconteceu a performance The Speech of the Swans (O discurso dos cisnes), organizada pelos artistas Jon Rubin & Dawn Weleski. Sósias do presidente dos EUA, Barack Obama, e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, passearam de pedalinho com o público no Lago da Redenção, discutindo temas políticos. A obra foi um projeto de participação, desenhado especificamente para Porto Alegre, conjugando características performáticas e políticas, utilidade e ócio, realidade e ficção, com o fim de explorar as formas como líderes políticos e mandatários são capazes de encarnar ideologias e criar, inclusive, mitologias em torno de suas figuras. A performance tem reapresentação no dia 10 de outubro (domingo), às 16 horas.
Exposições e atividades
Artista homenageado: Eugenio Dittborn - mostra das Pinturas Aeropostais do artista chileno, referencial na América Latina. Em exposição em Porto Alegre no Santander Cultural, com itinerâncias em três cidades do Rio Grande do Sul: Caxias do Sul, Bagé e Pelotas.
A obra de Dittborn baseia-se na transterritorialidade, no nomadismo e nas estratégias para subverter as fronteiras e penetrar os centros sem se deixar neutralizar por eles. Dittborn trabalha desde 1983 em suas Pinturas Aeropostais, obras que são dobradas para serem enviadas em um envelope postal. Cada envelope possui inscrito o itinerário da viagem, as cidades para onde a obra foi enviada e os lugares onde foi exposta e é exibido ao lado da pintura aeropostal desdobrada, já que isso é a sua condição de possibilidade. As obras se desdobram como pinturas em seu destino, mas não permanecem ali: uma pintura aeropostal sempre está de passagem. É por isso que Dittborn fala que a aeropostalidade de suas pinturas reside nas dobras.
Vista da exposição "Pinturas Aeropostais" de Eugenio Dittborn, no Centro Cultural Santander
Casa M - Espaço dedicado à promoção, ao desenvolvimento e ao intercâmbio artístico, localizado no centro de Porto Alegre, e que traz uma intensa programação cultural. A Casa M, um dos projetos-chave da 8ª Bienal do Mercosul, é um espaço de encontro para a comunidade artística local, pessoas interessadas em arte e cultura, professores e estudantes de arte e áreas afins. Localizada na Rua Fernando Machado, 513, a Casa M iniciou suas atividades no final de maio e terá a duração de sete meses. Workshops, conversas, cursos para professores, residências curatoriais, um programa experimental de exposições e apresentações artísticas de diversas linguagens fazem parte da programação. O local conta com espaço de convivência, sala de leitura, pátio, ateliê, sala para projeção de vídeos, entre outros ambientes.
Casa M - Daniel Acosta, "Replikashelvesysistem"
Cadernos de Viagem - Expedições de artistas em nove regiões do RS entre os meses de abril, maio, junho, julho e agosto. Os resultados estão sendo exibidos em mostras individuais em institutições culturais de diversas cidades do RS e, no período da Bienal, em exposição coletiva no Armazém A7 do Cais do Porto, em Porto Alegre. Um dos destaques da Bienal aconteceu na Escadaria da Rua João Manoel, em frente à Casa M. Três artistas e coletivos apresentaram performances especialmente criadas para a 8ª Bienal do Mercosul. O finlandês Oliver Kochta-Kalleinen comandou o Coro de Queixas de Teutônia, que se apresentou com música composta a partir de reclamações dos próprios moradores da cidade. O Coro é formado por cerca de 30 integrantes e tem arranjo e regência do professor de música Lucas Brolese. O projeto The Complaints Choir (O Coro de Queixas) foi criado pelos artistas Tellervo Kalleinen e Oliver Kochta-Kalleinen em Birmingham/Reino Unido, em 2005. Desde então, criaram 24 coros em diversas cidades do mundo. O Coro de Queixas de Teutônia faz parte do projeto Cadernos de Viagem e é o primeiro organizado pela dupla na América Latina.
Maria Alvira Escallón - "Novas floras do Sul", talha sobre árvore nativa. A Bienal no Parque Histórico de Missões
Cidade Não Vista - Obras de arte em nove locais do centro de Porto Alegre, que destacam estes lugares e privilegiam a experiência e o sensorial. A partir de um processo de arqueologia urbana, foram identificado nove lugares do centro da capital gaúcha que despertam interesse arquitetônico, histórico, sociológico. A ênfase foi dada a locais que muitas vezes não são percebidos pela população, por diversos motivos, ou por estarem fora do imaginário coletivo.
Cidade não vista - Escadaria da Rua João Manoel
Continentes - Sete espaços independentes internacionais realizam atividades em caráter de residências artísticas em três espaços independentes do Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria. Este projeto tem como objetivo a troca de experiência e a formação de redes de intercâmbio.
"Durante os tempos coloniais até o século XIX, continente foi a maneira de se referir à região territorial que hoje é o estado do Rio Grande do Sul. Essa "terra contínua" tem uma história complexa de negociações de território e poderio entre Espanha e Portugal, e se estendia além das atuais fronteiras do Brasil com a Argentina, Uruguai e Paraguai. Continentes aproveita a dupla acepção da palavra - a de território e a de algo que "contém outra coisa" - para estabelecer uma rede de vínculos de trabalho e colaboração temporária entre nove espaços independentes da América Latina." (Paola Santoscoy)
Geopoéticas - Exposição nos Armazéns A4, A5 e A6 do Cais do Porto, em Porto Alegre, com obras e artistas que põem em cheque a noção de nacionalidade. Mostra diversas formas de medir e representar o mundo. Algumas micronações - pequenas nações com ou sem território - também fazem parte desta exposição como Zonas de Autonomia Poética - ZAPs.
Discurso / História - Esta zona representa obras em que se representa o discurso político com que se escreve a história, a qual, como sabemos, é usualmente o relato dos vencedores.
A escola é o lugar preferencial dos governos nacionais para ratificar seus respectivos discursos oficiais, como se pode ver no trabalho de Flávia Gandolfo com os mapas do Peru realizados por estudantes, ou no vídeo de Meira e Toirac com os meninos das escolas cubanas. Este relato também se articula através dos meios de comunicação de massa, como jornais e revistas: os desenhos de Fernando Bryce mostram a versão dos fatos difundida por um órgão oficial do regime. O poder cria seus mitos fundacionais com intenção de estabelecer uma rota a seguir, embora - como parece assinalar Iván Candeo - a inércia institucional e o discurso puramente simbólico conduzem ao estatismo. Do mesmo modo, Paola Parcerisa desconstrói a bandeira paraguaia, apresentando-a como um discurso oficial retórico e vazio. Já a Center for Land Use Interpretation (CLUI) toma uma paisagem distante, a base militar norte-americana mais ao norte do planeta, como uma inscrição cultural capaz de revelar identidades, discursos e ideologias. O debate na praça pública é o cenário ideal para que os líderes políticos encenem o relato. Young - Hae Chang Heavy Industries propõe uma narração alternativa na qual a liberdade sexual é proposta, ironicamente, como substituindo as possibilidades reais de autodeterminação do indivíduo em um sistema totalitário.
Democracia / República - Esta área da exposição reúne trabalhos que tratam do nascimento do Estado Moderno. Com o Iluminismo e a crise das monarquias européias do século XVIII, deslegitima-se o poder autocrático, baseado em um suposto direito divino, e o poder passa ao cidadão ou a seus representantes na figura da democracia, "governo do povo".
Cristina Lucas e Guilherme Peters, respectivamente da tragédia a comédia, propõe uma revisão no momento fundacional do Estado Moderno: a Revolução Francesa. Alberto Lastreto se utiliza da figura genérica do prócer como arquétipo da dissolução do poder monárquico nas colônias americanas e o mostra como uma façanha indeterminável por um projeto ainda inacabado.
Leslie Shows, Display of properties (Display de propriedades) (2009/2011) é uma instalação em sitespecific centrada em imagens de todo tipo de bandeiras, entendidas como marcas geográficas e ideológicas na história da civilização. A artista americana busca separá-las por meio de uma gigantesca colagem, de seus significados e das suas zonas de ação para propor perguntas sobre os significados culturais de emblemas, cores e insígnias. As tintas escorrendo levam as cores, brasões e símbolos das bandeiras, fazendo todas elas ficarem brancas, iguais sem seus significados
Sealand - Próximo a "Democracia / República" se situa outra ZAP que destacamos: a representação de Sealand, o menor país do mundo (que se refere a si mesmo como um principado), surgido da vontade de autodeterminação e independência de um indivíduo em relação a uma monarquia contemporânea. Sealand (Terra do mar) é uma micronação criada em 1967. Com um território pouco mais de 500m², o principado de Sealand foi criado por Paddy Roy Bates, ex-major do Exército britânico, sobre uma antiga base militar instalada a 11 km da costa oeste da Grã-Bretanha, em águas então de domínio internacional. Utilizada pela Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, a plataforma estava abandonada a mais de vinte anos quando Roy a ocupou com a sua família, proclamando seu próprio Estado e concedendo a si mesmo o título de príncipe. Oito anos mais tarde Bates promulgou a constituição do país, que a essa altura já contava com brasão, bandeira, hino, selos e moeda nacional. Embora a soberania de Sealand não seja reconhecida internacionalmente, dois episódios reforçaram sua proclamada independência. O primeiro é a declaração da corte inglesa, em 1968, de que o território não estaria sob sua jurisdição por não pertencer ao Reino Unido - que mais tarde viria a ampliar seu domínio marítimo. E o segundo é o envio de um diplomata alemão, em 1978, para negociar a liberação de um grupo de homens mantidos presos em Sealand após terem seqüestrado o filho de Roy, Michael Bates, numa tentativa frustrada de tomar o país.
ma seleção de imagens, objetos e documentos acumulados ao longo de seus quarenta anos de existência, além de um documentário que relata essa história. Um representante da micronação recebe os visitantes no local e esclarece informações sobre o país.
Veneno da dança - A biblioteca do monastério do El Escorial - Real Sítio de San Lourenzo de El Escorial, Madri, Espanha - conserva o único original conhecido até hoje de um livro de autor anônimo intitulado "O veneno da dança" - Venenum Saltationis na versão original em latim.
Perturbador, por retratar crueza e submissão sangrenta do continente americano e o comércio de escravos africanos por parte das forças europeias, o livro entrou em circulação em 1567 e alimentou a fantasia da Europa sobre a África e a América.
Sua vibrante apresentação do corpo como instrumento de dança, fonte de liberação e de conhecimento, fez com que fosse perseguido pela inquisição e incluído no volume de livros proibidos chamado "Index Librorum Prohibitorum et Expurgatorum". No espaço da Geopoética´, eis um fragmento da obra como prova de seu caráter subversivo e irreverente:
"...Espantam-se aos recém chegados - às Índias - de todas as magias, sobretudo a que chamam de "veneno da dança". Usam beberagens e convocam seus diabos e entram em contato com animais fabulosos e são possuídos por eles conseguindo milagrosos favores. Gozam-se os lugareiros, homens e mulheres, com movimentos luxuriosos, a procurar a bendição do veneno.
Os necromantes são capazes de fazer suas magias estranhas gesticulações e contorções e visagens e meneios, abrindo a terra e entrando em contato carnal com ela. Pois estão em conveniência com os maus espíritos. Assim, os corpos se desamarram e a fúria do fogo os possui e fala mais com o corpo do que com a boca..."
A proibição do livro não impediu que as tradições que menciona permanecessem vivas na África e na América, nem que os escassos exemplares em circulação fossem guardados com esmero por círculos secretos de iniciados europeus os quais, de forma oculta, desfrutavam de suas fábulas e mistérios.
O exemplar exposto - de coleção particular - passou por um original do século XVI durante algum tempo e, recentemente, após ser submetido a análises mais rigorosas, começou a ser considerado uma cópia do início do século XIX para desgosto do seu proprietário, o conde de Azur.
Fronteira - Ao estabelecerem os territórios de cada nação, estabelecem-se implicitamente linhas de fronteiras. Os artistas nesta seção tratam de diversas formas destes limites - que, em determinadas ocasiões, correspondem a características geográficas, mas que, na maioria dos casos, são convenções puramente políticas.
Maria Teresa Ponce segue o percurso de um oleoduto que atravessa diversos países, mostrando como os imperativos do capital ignoram os limites políticos. Contudo, as fronteiras, apesar de serem convenções abstratas, têm consequências bastante reais: para os cidadãos de muitos países, a linha simbólica se converte em uma realidade palpável quando tratam de cruzá-la. Barthélémy Toguo teatraliza as marcas de seu passaporte, que converte em um romance de viajem interrompido percorrendo o mundo. Esta dificuldade de circulação é representada por Fabio Morais, o qual constrói um atol com mapas de um atlas cubano, cujas informações grandiloquentes sobre as riquezas naturais e industriais geram um centro vazio. Os cidadãos encontram-se entre estes dois limites: a retórica oficial e a fronteira natural da água, que os mantém prisioneiros.
Além Fronteiras - Uma visão crítica da paisagem do Rio Grande do Sul mostrada através de obras inéditas de nove artistas e peças de acervos de museus do Estado. Está em cartaz no MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. "Três rotas dentro do espaço do Rio Grande do Sul, a nosso ver - afirma a curadora convidada Aracy Amaral -, propiciaram visões diferenciadas como motivação. Delimitações políticas entre nações, neste caso do Brasil e seus vizinhos, nem sempre correspondem a uma autonomia cultural encerrada dentro desses limites. Percorrendo os pampas em suas porções rio-grandense, uruguaia ou argentina, percebe-se com clareza que se trata da mesma realidade, independentemente do nome que o país assume em cada rincão. Sobretudo a partir da paisagem, a planura a perder de vista, com suas ondulações suaves, coxilhas, céu amplo, o gado como cultura e base da economia, o comportamento do homem do campo nessa região. Exemplo similar oferecem os territórios que retêm um clima peculiar por seu passado, que no período colonial foi o das missões jesuíticas. E o que dizer sobre a região dos canyons do Rio Grande, por sua vez, ímpar de beleza que emudece o visitante?"
Foram convidados nove artistas, Lucia Koch, Carlos Vergara, Marina Camargo e Carlos Pasquetti (Rio Grande do Sul), Felipe Cohen (São Paulo), Irene Kopelman (Argentina), José Alejandro Restrepo (Colômbia) e Gal Weinstein (Israel), deliberadamente de gerações bem distintas, para conferir, através de seus trabalhos, a leitura sensível da realidade cultural e paisagística do Rio Grande do Sul. A exposição, por outro lado, oferece uma conversão entre a produção contemporânea dos artistas convidados e a presença, como contraponto, no mesmo espaço do MARGS, de obras/documentos de outros momentos/tempos.
Sebastian Romo, "Máquina aceleradora de ficções" - Inatalação. A região fronteiriça dos pampas, especialmente a comunidade binacional de Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai) - cidade dividida somente por uma fronteira imaginária - foi o cenário que acolheu o artista mexicano, onde ele se envolveu com a comunidade, realizando oficinas em escolas e concebendo a obra exibida nesta exposição. Trata-se da reconstituição de uma cabana, que servia como posto de fronteira, abandonada pelo guarda, em função da inutilidade da mesma, já que naquele ponto as pessoas dos dois países transitam de um lado para outro como se não existisse o marco divisório. No interior da cabana abandonada estão os pertences e os equipamentos utilizados pelo guarda de fronteira
Emmanuel Nassar - Bandeira (projeto),390 x 540 cm
Miguel Lucinao - Lody Knows (Lody sabe) Acrílico sobre tela, 183 x 183 cm
Marcelo Cidade - Luto e luta - Instalação de blocos de concreto sobre bandeira do Brasil. Poderia também representar o peso dos impostos sufocando a nação
Fundação Bienal do Mercosul - Criada em 1996, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como missão desenvolver projetos culturais e educacionais na área de artes visuais, adotando as melhores práticas de gestão e favorecendo o diálogo entre as propostas artísticas contemporâneas e a comunidade. Nos anos ímpares, a Fundação promove o evento Bienal do Mercosul, reconhecido como o maior conjunto de eventos dedicados à arte contemporânea latino-americana no mundo, oportunizando o acesso à cultura e à arte a milhares de pessoas, de forma gratuita.
Em catorze anos de existência, a Fundação Bienal do Mercosul realizou sete edições da mostra de artes visuais, somando 444 dias de exposições abertas ao público, 57 diferentes exposições, 3.882.672 visitas, acesso totalmente franqueado, 1.034.898 agendamentos escolares, 180.089 m² de espaços expositivos preparados, áreas urbanas e edifícios redescobertos e revitalizados, 3.664 obras expostas, intervenções urbanas de caráter efêmero e 16 obras monumentais deixadas para a cidade, 138 patrocinadores e apoiadores ao longo da história, participação de 1.261 artistas, mais de mil empregos diretos e indiretos gerados por edição, além de seminários, conversa com o público, oficinas, curso para professores, formação e trabalho como mediadores para 1.248 jovens. A Diretoria e os Conselhos de Administração e Fiscal da Fundação Bienal do Mercosul atuam de forma voluntária.
Gal Weinstein - "Vale de Jezreel", madeira, carpete, grama artificial e PVC
Yanagi Yukinori - Instalação. Mostra das bandeiras dos países do bloco geopolítico do chamado Cone Sul, complementadas pelas das Guianas, territórios situados na América do Sul, porém distanciados culturalmente do resto do continente por sua condição colonizada ou remota. O artista japonês realiza as bandeiras com areias coloridas em caixas de acrílico que se conectam por meio de pequenos tubos. Ianagi libera colônias de formigas, que vão cruzando as bandeiras, misturando grão a grão as cores, hipoteticamente "até conseguir uma grande bandeira universal. As formigas vão construindo seus túneis, estabelecendo pontes entre as nações alegorizadas nas bandeiras, minando a integridade visual delas e propondo uma utópica integração regional. Yanagi Vive em Tóquio e Nova York
Felipe Cohen 2 - Abismos (série) 2011 - Colagem, 5 cores de papel Mitentes - 50 x 60 cm
Irwin - Procession, Graz (Procissão, Graz) ilfochrome
Iván Candeo - Inércia - Vídeo em looping
Serviço
8ª Bienal do Mercosul
Período: 10 de setembro a 15 de novembro de 2011
Todos os dias da semana, das 09h às 21h, com entrada franca.
Porto Alegre, RS, Brasil.
Locais: Armazéns do Cais do Porto, Santander Cultural, MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul e diversos espaços da capital e de outras cidades do RS.
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